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Análise – Indiana Jones e o Grande Círculo

Uma das maiores franquias do mundo, Indiana Jones, criada pelo lendário George Lucas, faz parte da vida de muitos que amam arqueologia, história ou mesmo uma grande aventura. Dentre inúmeros filmes e jogos que fazem sucesso até hoje, podemos afirmar que Indiana Jones influenciou a criação de vários personagens como Lara Croft (Tomb Raider) e Nathan Drake (Uncharted), mas com o passar do tempo, ficou para trás, por não ter um produto tão forte como no passado.

Mas isso logo pode mudar, pois Indiana Jones e o Grande Círculo chegou, e relatamos tudo o que vivemos nessa aventura épica.

Uma lenda chamada Indiana Jones

Como disse no começo dessa análise, Indiana Jones é, praticamente, o pai do gênero de exploração de tumbas, e muito do que vivenciamos nos filmes, de fato seriam transportados para os jogos. Não seria muito diferente em Indiana Jones e o Grande Círculo, que começa de forma icônica, ao recriar uma cena do filme “Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida“, inclusive com um personagem do filme, e todo o desfecho da cena, algo que achei incrível.

Todo aquele sentimento forte de nostalgia chega ao jogador já nos primeiros momentos, que servem como um tutorial bem dinâmico de tudo que pode acontecer em nossas aventuras. Além das características do personagem, somos apresentados ao seu humor bem característico e sua perspicácia. Conforme passamos mais tempo com o personagem ficamos ainda mais encantados com sua inteligência, espirito de aventura e também entendemos os seus dramas pessoais.

Os personagens secundários da história também são marcantes, principalmente Gina, que é aquele interesse romântico do herói, além é claro de um vilão bem característico da franquia, chamado de Emmerich Voss, que é praticamente a contraparte Nazista do herói. Voss é aquele vilãozão, que vai te deixar com raiva e ao mesmo tempo incrédulo, tamanha a sua loucura. Esses personagens possuem motivações próprias e sentimentos, que entram em conflito durante a jornada de Jones.

O Grande Círculo

A história de Indiana Jones e o Grande Círculo é uma das melhores de toda a franquia, simplesmente por trazer todos os ingredientes para uma aventura única do personagem. Começamos nossa jornada na Marshall College na qual Indiana trabalha. Em uma noite somos abordados por uma espécie de gigante, que possui um idioma bem estranho, culminando na investigação do artefato da Múmia de Gato, que acaba nas mãos dessa figura emblemática.

Em nossa luta contra o gigante, ele acaba deixando cair um objeto que nos levará para a cidade de Vaticano, que é a capital do Catolicismo no mundo. Lá de fato teremos o primeiro dos mapas em mundo aberto do jogo, no qual conhecemos outros personagens bem importantes da obra como os já citados Gina e Voss.

No Vaticano, além de se esgueirar em busca dos segredos mais ocultos do catolicismo, temos os Fascistas, que dominaram a cidade e estão influenciando o lugar. Cabe a Indiana Jones fazer alianças e montar um quebra-cabeça de informações para encontrar a Múmia de Gato.

Após vários desdobramentos da história, temos que ir para o Egito, lugar que também sofre com o domínio do Fascismo/Nazismo. Lá a história começa a tomar forma, e finalmente conseguimos ter uma noção maior do que significa o Grande Circulo, que também seremos levado para outras localidades, culminando em seções de ação e aventura extraordinárias.

A história vai sendo montada aos poucos, culminando em mais localidades que fecham a aventura com chave de ouro. Não vou entrar em detalhes sobre cada localidade, pois possuem as suas particularidades, mas posso afirmar que cada uma tem uma história que se encaixa no Grande Circulo.

Além disso, a história conecta teorias que são exploradas e conhecidas por muitos no mundo real, algo que a franquia sempre se espelhou, então prepare-se para mergulhar fundo nas suas curiosidades históricas.

Seja o Indiana Jones

Um dos grandes acertos do jogo foi a imersão do que é ser o Indiana Jones. Começando pela câmera, que por mais que alguns jogadores desejassem uma visão em terceira pessoa, a escolha da primeira pessoa ajudou muito na imersão, principalmente na hora de resolver a maioria dos puzzles.

Os puzzles são peça importantíssima do gameplay e trazem aquele sentimento de forçar o jogador a compreender o desafio. Caso você opte por dificuldades mais baixas, rola aquela ajudinha. Posso mentalizar vários puzzles que tive que apelar para meus conhecimentos pessoais de religião ou história, para deduzir o que precisava ser feito.

Em meio a todo desenrolar da história, temos missões secundárias, que são chamados de trabalhos de campo. Um conselho bem importante para o jogador, é fazer essas missões secundárias, pois as mesmas possuem pequenos arcos de histórias, que complementam ou não a história principal.

Os mapas principais possuem muitas atividades e NPCs que fornecem mais missões ou mesmo puzzles escondidos, que enriquecem a nossa experiência.

Um dos artifícios mais interessantes que vi no jogo foi a evolução de habilidades, que são usados livros e pontos para desbloquear novas ações e melhorias. Para juntar esses pontos devemos completar puzzles secundários, além de tirar fotos de objetos, esculturas, pessoas e todo tipo de curiosidade encontrada em nossas aventuras.

Alguns livros de habilidades são encontrados ao explorar o cenário, ou através de NPCs que vendem os livros em troca de medicamentos, que são encontrados também ao explorar e invadir acampamentos dos inimigos.

Indiana Jones também pode se disfarçar, algo que ajuda em algumas missões, então sempre busque por disfarces escondidos em alguns lugares. Se disfarçar é de extrema importância para se locomover por áreas restritas, mas caso algum soldado de patente alta olhe com atenção para você, já era, então tome bastante cuidado.

Ação e mais aventura

Indiana Jones também manda bem na hora da ação, com ótimos recursos de combate corpo a corpo, no qual Indy pode sair literalmente no braço com seus inimigos. Além de socos, podemos nos defender e depois contra atacar com ataques carregados, liberando ainda mais dano.

Na maior parte do tempo o jogo te força a passar sorrateiramente pelos locais, no qual podemos pegar uma variedade de objetos para acertar os inimigos rapidamente, antes de ser detectado. Também podemos pegar objetos para chamar atenção para outros lado e passar despercebido.

Armas de fogo também fazem parte da aventura, mas o jogo não te incentiva a usá-las, pois podem chamar grandes quantidades de inimigos. A jogabilidade das armas também não é tão prazerosa quanto o combate corpo a corpo, indicando que essa parte foi nerfada para usarmos os punhos ou mesmo para agir sorrateiramente.

Indiana Jones também pode usar o seu lendário chicote para derrubar as armas dos inimigos ou puxá-los para o combate. Além disso, a arma pode ser usada para escalar e se balançar por alguns locais de difícil acesso.

A parte da aventura também é muito bem explorada, com locais para se pendurar, passar abaixado, nadar e muito o que se divertir. Cada tumba que exploramos possui diferentes desafios que testarão a nossa mente e corpo.

Os inimigos possuem uma IA que não é complexa, mas que também não é tão boba, pois quando estão em bando a coisa fica bem complicada.  As batalhas contra chefes são incríveis,

Um dos problemas que encontrei com a IA foi de Gina, que mesmo sendo vista pelos inimigos, eles parecem que não a enxergam, algo estranho para as partes de stealth.

Som e gráficos

Indiana Jones e o Grande Círculo é um dos melhores jogos da Xbox Games Studios também se tratando de quesitos gráficos, trazendo ótimos efeitos de iluminação e sombras. Além disso, as texturas dos ambientes são espetaculares, dando aquela cara de “um jogo da nova geração”, coisa que poucos jogos conseguem.

O design de fases é incrível, simplesmente por trazer tantas experiências diferentes para o jogador. Que do nada está no Egito, depois vai parar em uma montanha congelada, sendo um dos muitos contrastes encontrados em nossas aventuras.

A performance também é incrível, pois não lembro de ter alguma experiência com quedas de frames. Bugs existem bem poucos, na verdade o trabalho de qualidade de software deixou o jogo mesmo antes do lançamento impecável.

O som também é uma presença forte na obra, pois traz consigo aquela trilha característica dos filmes da franquia. Existe dublagem em nosso idioma e está muito boa por sinal, então se prepare para saber todos os detalhes da história.

Opinião

Indiana Jones e o Grande Círculo é um dos melhores jogos da Bethesda e da Xbox Game Studios. A Machine Games evoluiu bastante desde o último jogo da franquia Wolfenstein, sendo que foi uma evolução necessária para trazer mecânicas que estão presentes nesse jogo, como a disposição de missões e objetivos secundários.

A imersão das aventuras de Indiana Jones funcionam muito bem, pois conseguem nos transportar para o que seria uma grande aventura do personagem. O gameplay intuitivo e simples colabora demais com esse aspecto, dando opções para o jogador, seja para superar obstáculos, lutar contra inimigos e resolver quebra cabeças.

O arco de história do Grande Circulo é inesquecível, pois nos leva para vários lugares pelo planeta, trazendo uma mistura de vários tipos de localidades. Os personagens principais são muito bem escritos, com dialogos característicos de uma história da franquia.

Os gráficos completam o ótimo pacote, pois são muito bonitos e cheios de efeitos, assim como a trilha sonora e a dublagem que deixa tudo ainda melhor.

Indiana Jones e o Grande Círculo é uma das melhores adaptações de um personagem do cinema, simplesmente por nos fazer sentir cada momento de nostalgia e empolgação gerado por uma franquia tão amada.

Plataformas: Xbox Series X|S, PC e Cloud
Publicado por: Bethesda Softworks
Desenvolvido por: MachineGames
Data de lançamento: 08/12/2024
Opções de compra: Microsoft Store

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