New World não é novidade para mim. Quando o jogo teve uma fase beta no PC eu fui testar e achei toda a proposta interessante, mas não foi o suficiente para eu embarcar em seu lançamento, pois a ideia de PvP massivo não me atraiu. Agora, quatro anos depois fui convidada para testar o Beta, a convite da Amazon Games, de sua nova versão New World: Aeternum, que agora também está chegando aos consoles, com uma proposta mais voltada a ser um RPG de ação do que apenas um MMO. Descrever essa nova versão é um tanto quanto confuso, pois o jogo era um MMORPG com batalhas massivas e agora a Amazon Games o está vendendo como uma experiência de um RPG de ação no qual o jogador pode moldar sua jornada até mesmo sozinho, algo que para mim soou como a ideia de The Elder Scrolls Online.
Durante o período antecipado do Beta para imprensa consegui chegar até o nível 21 e testar bastante de uma parte do jogo, e mesmo sentindo que precisava ver mais, consigo trazer para vocês o que esperar dele com essa proposta refeita para o jogo lançado há quase três anos atrás.
Será que New World: Aeternum tem potencial para conquistar uma nova legião de fãs?
Uma história muito bem apresentada
Algo que eu facilmente senti uma grande diferença foi na qualidade narrativa. New World: Aeternum traz uma experiência bem mais recheada de cenas e diálogos, trazendo peso para a jornada do nosso personagem, oferecendo um significado além de apenas andar, matar monstros e coletar recursos. Se antes a história me parecia totalmente descartável, agora eu fiquei genuinamente curiosa com o que pode acontecer com aquele mundo misterioso e seus personagens enigmáticos.
O prólogo do jogo foi refeito e agora está bem mais cinematográfico e com mais desenvolvimento narrativo. Ele serve não só para te apresentar a trama, mas também se trata de um tutorial dos comandos básicos de combate e movimentação. Após criar nosso personagem, descobrimos que somos um pirata que naufraga de um navio que foi alvo de um ritual sinistro. Você chega em uma ilha desconhecida e além de precisar sobreviver naquele lugar misterioso, também precisa entender e resistir aos sussurros sombrios de uma entidade do mal, que está seguindo seus passos após o fatídico acidente no navio.
A ilha também foi tomada pela corrupção dessa entidade e cabe a você ajuda-los a vencer essa ameaça poderosa. Uma premissa que se vende sozinha e que foi muito bem apresentada.
Eu joguei praticamente todo o meu teste sozinha e não me senti em nada prejudicada, muito pelo contrário, eu consegui avançar nas missões e me manter imersa na proposta, comprovando que o argumento de que você pode aproveitar o jogo como uma jornada solo de um RPG de ação se comprova na prática, pelo menos nesse início.
Um mundo com muitas atividades
Algo que eu gostaria de ter testado mais, e pretendo fazê-lo durante o Beta aberto, foi testar as atividades além da campanha do jogo, que envolvem outros jogadores seja para PvE ou PvP. Eu vi alguns jogadores durante meu teste, mas para fins de missões, interagir com eles era totalmente opcional.
Pelo que vi, existem atividades com matchmaking para explorar espécies de masmorras, ou ainda enfrentar Chefões com os outros jogadores. Outras atividades já requerem montar grupos fechados. Conteúdos PvP de arena ou de mundo aberto de baralha entre facções também existem. E até mesmo uma nova zona de mundo aberto PvPvE onde é cada um por si.
São atividades bem robustas e variadas e eu realmente gostaria de sentir qual o impacto delas na progressão do nosso personagem. O quanto elas serão opcionais ou obrigatórias. Mas isso só é possível sentir em um nível mais avançado, e acredito que o nível 30, que é o limite do Beta, não será tão bom para determinar isso.
New World: Aeternum também possui um vasto e impressionante sistema de trabalhos, com pesca, mineração, coleta, caça e por ai vai. Essas atividades serão muito importantes para melhorar e criar nossos equipamentos, e aumentar o nível desses trabalhos é essencial para poder coletar recursos cada vez mais avançados. O sistema de pesca me chamou muita atenção, por ser simples, mas ao mesmo tempo imersivo e relaxante.
Sistema de classes interessantes
O sistema de classes de New World: Aeternum, aqui chamado de Arquétipos, oferece muita liberdade para o jogador, pois apesar de escolhermos um Arquétipo logo no início, isso pode ser alterado a qualquer momento, uma vez que o que determina suas habilidades são as duas armas que você usa, sejam elas corpo a corpo ou de longo alcance. Você pode fazer uma combinação de armas de perto e longo alcance ou focar em usar duas do mesmo estilo, a escolha é sua. Quer usar arco e cajado? Pode. Espadão e escudo e espada? Também pode.
Os seis arquétipos do jogo são:
- Soldado – Equilibra defesa e ataque com armadura pesada, escudo, espada e machadinha.
- Espadista. Empunha uma espada grande colossal e um bacamarte de alto calibre.
- Patrulheiro – Um caçador, batedor e desbravador, proficiente com arco e lança.
- Mosqueteiro – Hábil tanto com rifles quanto com rapieiras.
- Místico – Minha escolha inicial. Erudito que busca dominar as forças da vida e da morte.
- Ocultista – Praticante de artes elementais primordiais, comandando as forças do gelo e da chama.
- Destruidor – Executa brutalmente os inimigos com um machadão e um martelo de guerra.
É claro que os status iniciais de cada classe são importantes para determinar quais armas você terá mais eficiência, já que começar com muito Foco, pode complicar ser mais competente com uma arma que requer mais do atributo Força, por exemplo, mas isso ainda é uma escolha que está nas mãos do jogador.
Combate dinâmico e bem adaptado para consoles
Eu fiquei muito curiosa em ver como seria a adaptação do jogo para os consoles. Eu já imaginava que não seria algo tão difícil, pois New World é bem simples em seus comandos, então fiquei feliz em ver que jogar com o controle segue simples, mas também bem fluido, o que é ótimo para manter o jogador imerso no mundo do jogo.
Para explorar os mapas você pode se agarrar em locais, pular para alcançar cenários mais altos, ou ainda usar, a muito bem-vinda, ferramenta do personagem correr sozinho, o que é ótimo enquanto estamos nos deslocando para locais mais distantes, e não queremos gastar recursos de viagem rápida ou nossa estalagem está em tempo de espera. Enquanto andamos de forma automática podemos mexer em recursos como inventário, olhar o mapa ou ainda gastar nossos pontos de habilidades, o que é perfeito para otimizar o tempo.
Quanto ao combate, usamos um gatilho para ataques normais e seguramos ele para ataques carregados, o que é ótimo para maximizar nosso dano de forma rápida. As habilidades são acessadas com três botões distintos para cada arma, e trocar entre uma e outra é feito com apenas um botão, o que deixa as rotações de habilidades muito dinâmicas. Também podemos travar a mira nos inimigos, esquivar ataques e configurar um menu rápido para o uso de poções. Um esquema claramente pensado para controles, e não uma adaptação bruta do mouse e teclado, tudo feito para que os jogadores dos consoles pudessem mergulhar nesse mundo de forma natural.
O combate de New World: Aeternum me fisgou desde o começo, pois ele se beneficia dessa adaptação refinada para os controles, fazendo com que cada batalha seja divertida, dinâmica e recheada de ação. Minha única ressalva está no sistema de travar a mira no inimigo, que precisa de ajustes urgentes, pois em todas as batalhas que haviam muitos inimigos por perto, a mira simplesmente saía do alvo marcado e flutuava pelos inimigos, muitas vezes puxando alguns distantes, que eu não queria trazer para a luta, deixando a batalha mais intensa do que deveria e fugindo do meu controle. Eles precisam acertar isso.
Gráficos e Som
Após a bela introdução cinematográfica, confesso que achei o gráfico do jogo um tanto quanto fraco, mas essa sensação foi embora rápido conforme explorava novos mapas e cenários. New World: Aeternum possui um mundo vibrante com uma ambientação que reforça a fantasia daquela ilha misteriosa. Os efeitos de sombras e iluminação são muito bem feitos, assim com a transição de noite e dia é implementada de forma natural, trazendo vida para a nossa jornada. Eu joguei no Xbox Series X.
A maioria dos personagens não são lá muito impressionantes, mas a animação facial é boa, ajudando a trazer fidelidade narrativa.
A Amazon Games fez o dever de casa direitinho e entrega não só um jogo com legendas e menus em Português do Brasil, como uma bela dublagem em nosso idioma.
Opinião
Apesar de não ter conseguido avançar muito em New World: Aeternum, fiquei muito satisfeita e surpresa com essa mudança de foco que a Amazon Games está dando ao jogo. Você pode jogá-lo como um MMORPG, mas também pode se aventurar por ele como um RPG de ação jogando sozinho, algo que pode expandir muito a base de jogadores, que eventualmente podem se aventurar pelos conteúdos de grupo, mantendo a comunidade do jogo saudável. Ainda assim, vale lembrar que como não pude avançar muito não sei até que ponto a estrutura do jogo será amigável com os lobos solitários mais para o final do jogo e o quanto essa liberdade de jogar tão sozinho não irá enfraquecer demais os conteúdos de grupo.
O jogo chega aos consoles com uma adaptação natural, tornando o combate ainda mais divertido e dinâmico, bem como a exploração descomplicada. Ele ainda possui diversas atividades e sistemas para manter os jogadores engajados, algo importante para os jogos do gênero.
New World: Aeternum foi uma bela surpresa e eu terminei meu teste com muita sede de voltar a me aventurar pela Ilha Eterna.
O Beta Aberto começa dia 13 de setembro, às 13h (horário de Brasília), e vai até 16 de setembro no mesmo horário. O pré-download do Beta já está disponível.
New World: Aeternum está confirmado para chegar nos consoles Xbox Series X|S no dia 15 de outubro. A pré-venda já está disponível.