O gênero Souls é responsável por centenas de inspirações, trazendo desafio para jogos que poderiam simplesmente serem RPGs de ação focados em combate e não em algo mais cadenciado. Eu que não sou um fã árduo desse gênero, mas começo a me identificar com alguns jogos desse estilo, simplesmente por serem mais acessíveis, abrindo espaço para uma nova leva de jogadores.
Morbid: The Lords of Ire é um desses jogos, que pega vários elementos do gênero souls, para criar o seu próprio DNA. Recentemente tive a oportunidade de analisar essa obra curiosa, e contarei para vocês como foram minhas aventuras cheias de mistérios.
Traga de volta o equilíbrio
Começamos nossa aventura com uma guerreira, que é a última de sua raça, e tem a missão de caçar os lordes de Mornia, para assim trazer equilíbrio ao reino. Cabe ao jogador percorrer as terras de Mornia em busca desses lordes, que moldam cada local com sua brutalidade e terror. A busca por esses inimigos culminam em batalhas bem genéricas, comparadas a outros jogos do mesmo gênero, mas entretém pelo desafio e por trazerem itens mais poderosos como recompensa.
No geral, a história de Morbid: The Lords of Ire deixa muito a desejar, pois os diálogos são muito ruins e monótonos, algo que não traz vontade do jogadornconhecer mais da lore, que parecia ser bem interessante.
Em nossas aventuras conhecemos alguns personagens secundários, que nos ajudam com artifícios da jogabilidade como novas missões, encantamento de runas e melhorias paras as armas, que ficam em um determinado local, como uma base para o jogador. Além, é claro, de darem mais informações sobre a história, mas nada que nos cause curiosidade.
Prepare suas armas
Morbid: The Lords of Ire é um RPG de ação moderno em sua essência, e como muitos RPGs modernos, pega elementos do gênero souls para dar mais desafio ao jogador, como movimentos de esquiva, parry e contra ataques. O problema é que em inimigos mais complexos, aparecem as deficiências da jogabilidade, algo que atrapalha em alguns momentos, por conta da falta de uma resposta mais precisa, principalmente no parry.
Como não existem classes, então as diferenças ficam para os tipos de armas que podem ser usadas, trazendo uma boa variedade, que em locais mais avançados devem ser explorados. Basicamente nos primeiros momentos do jogo, você pode ir usando a primeira arma e a melhorando, só que conforme o tempo vai passando, os inimigos exigem outras abordagens. Então podemos usar outras espadas de uma mão, espadas longas, machados, Foices, facas e muitas outras que completam o seu arsenal. Inclusive podemos equipar até duas armas, que podem ser trocadas ao apertar de um botão, algo que é legal, pois podemos mudar a estratégia durante uma luta.
Outro aspecto bem importante são as runas, que são usadas para melhorar as nossas armas, mas ao peso de melhorias x deficiências, ou seja, você pode aumentar a agilidade, mas pode diminuir o dano e vice e versa. Após preencher todas as runas, você pode subir o nível da arma, fundindo as características das runas em definitivo com a arma, dai pode equipar mais runas e partir para outro nível, até chegar o máximo que a arma permite.
Além das armas, podemos melhorar nosso personagem através de cartas, que ao juntarmos pontos podemos subir seu nível. Até três cartas podem ser equipadas, então escolha com sabedoria e de acordo com cada situação.
Além das runas que citei, existem itens que podem ser usados para recuperar saúde e ainda encantar as armas com poder de fogo e gelo, então escolha a melhor forma de usá-los.
DNA Souls
Morbid: The Lords of Ire possui um forte DNA Souls, mas com sua identidade própria. Começando pelos inimigos, que são bem desafiadores, mas ao morrer, não perdemos nossa experiência, dai é só voltar e tentar novamente, renascendo no checkpoint mais próximo.
Existem diversos altares que servem para recuperar nossas poções, além de servirem como ponto de viagem rápida. Como existem missões secundárias, em certos momentos você voltará algumas vezes para procurar esses objetivos.
Os inimigos exigem bastante da esquiva e parry, mas na maioria das vezes é só decorar seus golpes que fica tudo mais palpável, então pra quem está acostumado com souls só vai sentir problemas por conta da falta de precisão, que citei mais acima nessa análise.
Existe um aspecto interessante no jogo que é um barra de lucidez, que é quando nossa personagem acaba vendo inimigos onde não tem e ainda pode morrer para essas sombras que não existem no mundo real. Existe runas e cartas que fortalecem esse aspecto ou só pioram, então tome cuidado.
Som e gráficos
Morbid: The Lords of Ire possui gráficos bem simples, que não remetem o poderio técnico da geração atual. A parte técnica, após algumas atualizações, melhorou bastante, pois existia quedas de frames e cortes na resolução, algo que não deveria acontecer com um jogo tão simples.
O som é bem basicão, então não espere por uma trilha marcante. No geral temos músicas que não empolgam em nada o jogador. O jogo não possui localização em nosso idioma, algo que ajudaria no entendimento da história.
Opinião
Morbid: The Lords of Ire é um jogo mais voltado para quem ama RPGs de ação e Soulslike e joga todos os que puder. Infelizmente, não consegue ter um diferencial para se destacar em um gênero tão saturado por produtos de qualidade.
As ideias até foram muito bem pensadas, mas o gameplay, que é o principal, não acerta na precisão de golpes, esquivas e parry, algo crucial para esse tipo de jogo. Os personagens também não possuem carisma, nem mesmo os chefes, sendo um saco de carne sem alma, algo que sempre é o diferencial. O esquema de evolução é um ponto positivo, pois tenta trazer algo diferente com a evolução das armas através de runas e com as cartas que trazem vantagens para o jogador.
Morbid: The Lords of Ire é mais um caso de jogos que surfam na onda de gêneros populares, e não conseguem fazer o básico para isso. Recomendo caso um dia chegue no Xbox Game Pass e talvez em uma promoção bem imperdível.
Publicado por: Merge Games
Desenvolvido por: Still Running
Data de lançamento: 17/05/2024
Opções de compra: Microsoft Store
*O jogo foi cedido gentilmente pela Merge Games para a realização desta análise.
