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Análise – Destiny 2: A Forma Final

Sou uma jogadora apaixonada por Destiny desde o primeiro jogo, o qual joguei muito desde sua beta, que até hoje, sem dúvidas, é a fase de testes que mais explorei em toda minha vida gamer. Desde então, como em todo relacionamento apaixonado, tive momentos de muito amor e ódio pela franquia. Sempre encantada com sua ambientação impecável e jogabilidade viciante, mas decepcionada com seu fraco desenvolvimento narrativo e com ódio de sua monetização predatória. Ainda assim joguei Destiny até os seus dias finais.

Quando Destiny 2 chegou aconteceu um rompimento, pois o jogo estava muito abaixo da qualidade esperada, o que me afastou da franquia por muitos anos. Com Destiny 2 chegando no Game Pass eu decidi dar uma nova chance e mergulhei novamente de cabeça nessa saga, que me traz tantos sentimentos mistos, mas foi um reencontro muito bom. No entanto, o investimento altíssimo para seguir jogando Destiny 2 ainda estava lá, com suas expansões caras e agora com a adição do Passe de Temporada, que sim são obrigatórios se quiser jogar sério.

Com a saída dos jogos do Game Pass, eu também dei uma nova pausa, mas depois do anúncio de A Forma Final, e seu conteúdo recheado de nostalgia, eu fui fisgada pela Bungie novamente e estou de volta para essa despedida para a uma jornada que começou há quase 10 anos atrás. Estou pronta para dar um fim na Saga da Luz e Treva, adentrar o Viajante e enfrentar a famigerada Testemunha.

Será que esse reencontro foi positivo? Confira na análise a seguir.

Muita nostalgia e a melhor narrativa que Destiny já teve

Os trailers de Destiny 2: A Forma Final me venderam totalmente a narrativa da expansão e eu estava muito animada para mergulhar nessa história, que desde a primeira missão já me deixou imersa em toda sua premissa. Adentramos o Coração Pálido do Viajante, a famosa, e misteriosa, “bola robô” que protege os seres de Destiny e abençoa os Guardiões com sua Luz e vida infinita com a presença do Fantasma, seu companheiro flutuante sempre presente. O Viajante está sendo corrompido por sua arqui-inimiga A Testemunha, que quer usá-lo para ativar um poder conhecido como A Forma Final, que deixará todo o mundo em um estado de paralização bizarro.

As missões são todas interessantes, com uma bela exploração do mundo estranho do Viajante, um local que invoca nostalgia, nos fazendo reviver locais icônicos do primeiro jogo, bem como cenários existentes no segundo, uma mistura que traz o sentimento de reviver toda uma saga de 10 anos. O local também possui estruturas muito diferentes, talvez de outros locais que já foram abençoados pelo Viajante no passado? Quem sabe. Mas o Coração Pálido também mostra a influência da Testemunha, com sua corrupção se alastrando, bem como suas visões e sussurros para tentar mexer com a mente do Guardião e seus companheiros. A Testemunha, inclusive, é muito bem desenvolvida, mantendo sua figura imponente e adicionando novas nuances acerca de seu passado. Confesso que nunca fiquei convencida com a figura da antagonista, mas a Bungie me surpreendeu com a evolução da personagem em A Forma Final.

Falando em Companheiros, a maior importância que eles recebem na história é um fator crucial para ela ser tão boa. É claro que todos estão animados com o retorno do carismático Cayde-6, mas ele se juntar novamente com a Vanguarda original, ao lado de Zavala e Ikora, e a interessante presença do Corvo, trouxe muitas camadas para a narrativa, que sempre foi muito confusa em Destiny. A história em A Forma Final é muito bem desenvolvida, e os personagens possuem real importância nela, recebendo uma intensidade nunca antes vista na franquia. Seus sentimentos e dúvidas são bem explorados, trazendo real importância para o que acontece com eles no decorrer da trama. Além disso, eu estava com saudade do humor de Cayde-6, com diálogos que me arrancaram boas gargalhadas, trazendo um timing perfeito dentro de uma trama tão intensa.

A estrutura das missões também conquista, trazendo o tiroteio impecável de Destiny 2, habilidades novas e divertidas, com tudo se relacionando de forma perfeita com a narrativa. Existem mecânicas realmente complexas que te fazem pensar e sair do modo automático de apenas atirar em tudo o que vê pela frente. Uma mistura que traz uma bela dose de desafio, mesmo na dificuldade normal. Os chefões são bem desafiadores, que somado com as mecânicas presentes, deixam as batalhas realmente divertidas.

A Forma Final é, sem sombra de dúvida, a melhor campanha que a Bungie já fez para Destiny em todos esses 10 anos. Renegados foi excelente também, mas lá era muito pelo sentimento de vingança que tínhamos. Aqui a trama sobrevive por ela mesma, com momentos épicos, personagens carismáticos e uma nova área que invoca essa nostalgia para encerrar uma saga que já dura há uma década.

Aproveite e reviva, ou conheça, toda essa jornada no extenso vídeo abaixo.

Jogabilidade refinada e dinâmica

Retornar para Destiny 2 foi bem complicado. Relembrar diversas mecânicas e atividades, em conjunto com as novidades de A Forma Final, foi um trabalho árduo, mas eu fui pegando o jeito de novo aos poucos. A grande novidade da expansão é a nova subclasse Prismática, que combina os poderes da Luz e da Treva para uma combinação caótica.

É possível escolher a granada e corpo a corpo do elemento que você desejar conferindo uma liberdade que tem tudo a ver com o atual momento da narrativa de Destiny 2. Ao equilibrar perfeitamente Luz e Treva em uma barra adicional, o Guardião pode ativar a sua Transcendência para ativar uma granada especial bastante poderosa, que quebra o escudo de inimigos prismáticos, adicionando não só mais uma mecânica, mas também mais poder de fogo. A granada especial dos Arcanos combina estase/vácuo, dos Titãs é de filamento/arco e já os Caçadores terão solar/estase.

A subclasse Prismática também adiciona uma nova Super Habilidade muito poderosa para cada classe. Além disso, um novo conjunto de Aspectos e Fragmentos foram adicionados com as mais diversas opções de criar builds variadas e criativas.

Os novos inimigos do exército da Testemunha são extremamente agressivos e com mecânicas variadas, fazendo com que as batalhas sejam sempre divertidas e cheias de desafio. Além disso, A Forma Final traz de volta todos os tipos de inimigos que Destiny 2 já teve, trazendo uma diversidade que deixa sua jornada sempre interessante e nada enjoativa.

Como já de costume em Destiny 2, terminar a campanha é apenas o começo de sua aventura, e após derrotar a Testemunha você será bombardeado com muito conteúdo. O Coração Pálido está recheado de coisas para fazer e todas as atividades do jogo seguem atualizadas para você partir em busca de equipamentos poderosos. Também existe a Incursão Limiar da Salvação para você ter o embate final contra a Testemunha e fechar a história, mas caso não tenha um grupo para fazer existe uma versão mais simples para que todos tenham a chance de finalizar a campanha.

Por fim, o jogo terá 3 Atos após a campanha de A Forma Final para expandir a história e manter os jogadores engajados com Destiny 2. Eles serão lançados a cada seis semanas com novas histórias, missões, atividades e recompensas, além é, claro, de um Passe de Batalha para ser completado. Ou seja, conteúdo não falta para te deixar imerso no jogo por muito tempo.

O Coração Pálido é uma bela homenagem a toda história da saga

O Viajante é uma figura enigmática e imponente presente desde o primeiro jogo. Sua presença protege e abençoa a Civilização, mas também atrai inimigos mortais. Em A Forma Final sua grande inimiga, A Testemunha, consegue adentrar sua carcaça, e depois de tantos anos, finalmente iremos descobrir o que existe na grande esfera robótica, e o Coração Pálido do Viajante é um local sensacional, com uma ambientação realmente única e fascinante.

Um dos quesitos que a Bungie sempre deu aula é na arte de Destiny, e no Coração Pálido eles estão ainda mais inspirados. Os cenários misturam diferentes ambientes remetendo a regiões tanto de Destiny 2, quanto do primeiro jogo, aumentando a sensação de nostalgia, mas também vai além com estruturas novas e enigmáticas, conferindo uma atmosfera de mistério e terror com ficção científica que deixam a exploração da região uma delícia.

Os locais, junto com a influência da Testemunha, também recriam locais e situações para mexer com os personagens algo que traz um toque único para a narrativa.

O áudio continua impecável com uma trilha sonora que invoca emoção, nostalgia e ação. A dublagem para o Português do Brasil segue incrível, com vozes que combinam perfeitamente e trazem os sentimentos que precisam chegar ao jogador, seja medo, emoção ou irreverência.

Opinião

Com A Forma Final, a Bungie conseguiu atingir seu ápice narrativo, entregando a melhor campanha que toda a franquia já teve. Uma trama imersiva, com personagens carismáticos e que te envolve em uma nostalgia cativante. O Coração Pálido é uma nova região exuberante, mostrando que o Viajante é uma caixinha de surpresas e emoções guardadas, que compreendem todos esses 10 anos de Destiny. A Testemunha não me convenceu muito quando surgiu em expansões passadas, mas agora ela sim se mostra como uma antagonista a altura desse encerramento, sendo ameaçadora e cheia de camadas.

As novidades para a jogabilidade são muito boas. A nova subclasse Prismática traz dinamismo com as mais variadas opções para se adaptar ao seu estilo de jogo. A Transcendência e as novas Supers aumentam o poder de fogo dos Guardiões, os deixado mais poderosos para as novas ameaças que espreitam. Destiny 2 também está recheado de conteúdos liberados após a finalização da campanha, te deixando mergulhado em seu mundo por muito tempo, como deve ser.

Tudo isso dito, é fácil afirmar que A Forma Final é um encerramento emocionante, e épico, para toda a Saga de Luz e Treva iniciada há 10 anos atrás.

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: Bungie
Desenvolvido por: Bungie
Data de lançamento: 04/06/2024
Opções de compra: Microsoft Store

*O jogo foi cedido gentilmente pela Bungie para a realização desta análise.

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