Metroidvania é um dos meus gêneros preferidos, que cresceu junto com o advento dos jogos indies. Assim como outras obras, alguns desses jogos, incorporaram mecânicas de outros gêneros, criando o seu próprio estilo. Recentemente, tive a oportunidade de mergulhar fundo em The Last Faith, que é um metroidvania gótico, que possui mecânicas do gênero soulslike, algo muito comum nos dias de hoje.

Será que o jogo tem o que é necessário, para se destacar entre tantas outras obras ou a fórmula esta em desgaste? Descubra em nossa análise a seguir.

História

A história de The Last Faith começa quando o protagonista Eryk, foge de sua prisão e busca vingança contra as divindades que o colocaram lá. Após algum tempo, descobrimos que estamos amaldiçoados, e cabe a nós acabar com a corrupção que invadiu esse mundo tão sombrio e bonito ao mesmo tempo.

O enredo vai desencadeando através de alguns diálogos em pontos chaves da história, e com alguns NPCs, que fornecem mais informações. Mas não pense que a história vai pegar a sua mão e te conduzir, não, aqui, para conhecer mais, temos que ler vários documentos e prestar atenção nos diálogos, que não são tão convidativos, deixando toda atenção do jogador para o combate e a exploração.

Sinto que faltou mais atenção com a história, pois toda a lore é muito promissora, tendo várias inspirações em jogos como Blasphemous ou mesmo Castlevania.

As partes mais emocionantes ficam para as revelações do final, que ainda possuem mais de um desfecho, então pra mim faltou ter mais desses momentos durante nossa jornada.

Espero que um dia o jogo receba um modo New Game+, então fica aqui nosso pedido.

Metroidvania + Soulslike

Uma das maiores qualidades em The Last Faith é a sua jogabilidade cheia de recursos, que mesmo tendo classes pré-definidas, com seus atributos iniciais, oferece a oportunidade do jogador trilhar o seu próprio caminho.

Como todo bom soulslike, a evolução é alcançada através de pontos ao eliminar inimigos, que são usados para aumentar atributos como força, vitalidade, destreza, mente e etc… Em um determinado ponto do enorme mapa, podemos comprar atributos, armas, itens e muito mais com os NPCs. Voltando a falar dos pontos, caso o jogador morra, ele perde o seu Nycrux com seus pontos, cabe ao jogador encontrá-lo para não perder toda a experiência coletada.

O mapa de The Last Faith é gigante, mas para ajudar o jogador, existem inúmeros pontos de viagem rápida, algo que ajuda na hora de ir e voltar em certas ocasiões, pois como estamos falando de um metroidvania, isso é uma característica bem forte, que é o uso de conquista de habilidades para limitar os mapas. Um dos problemas que encontrei no jogo foi na hora de evoluir nosso personagem, sendo necessário voltar até um local especifico para isso, quebrando um pouco o ritmo da nossa aventura.

Em contrapartida, mesmo o mapa sendo enorme, explorar cada cantinho é recompensador, pois podemos encontrar diversas surpresas, como NPCs que nos dão algumas tarefas, algo parecido com uma missão secundária, além de itens e chefes secretos. Coletáveis na maioria das vezes são uma verdadeira chatice, por não terem uma boa utilidade, mas aqui realmente fazem toda a diferença, principalmente na hora de ter uma vantagem contra os chefes que dão bastante trabalho.

Os mapas não se concentram somente em avançar para frente, tendo muitas vezes que subir em plataformas, escalar paredes, pular em lugares mais altos, mas tudo isso depende, é claro, de mais exploração, para encontrar os itens ou habilidades que ajudam na locomoção do nosso personagem.

Um combate primoroso

O protagonista de The Last Faith  é bem versátil, podendo equipar até duas armas principais, duas secundárias ou mesclar entre armas secundárias e magias. Como o jogo possui uma ótima variedade de inimigos básicos e chefes, temos que usar essas combinações para eliminar nossos inimigos. Além das armas, os poderes são bem importantes se bem usados, pois podem dar uma larga vantagem na hora de parar uma força superior.

Como todo souls de respeito, devemos prestar atenção nos detalhes das luta contras os chefões, pois existem padrões, que se forem entendidos, ficam muito mais fácil de avançar. Outra questão importante dos inimigos são suas fraquezas e pontos fortes, ou seja, você terá que se preparar antes para algumas batalhas, equipando itens e até mesmo evoluindo o que for preciso para vencer.

As batalhas contra os chefes são incríveis, pois são diferentes. Cada chefão vai exigir algo do jogador, seja rapidez, quantidade de dano e até mesmo esperteza. Existem até mesmo batalhas em duplas, o famoso terror desse tipo de jogo. Ainda sobre as batalhas, existem chefes que possuem fases da batalha, então só comemore quando realmente acabar a luta.

Capricho nos detalhes

The Last Faith é um trabalho feito nos detalhes, desde a bela direção de arte, até mesmo as inúmeras finalizações, tanto em inimigos simples, quanto em chefões, tudo foi feito com muito primor. Voltando a falar da direção artística, temos diferentes biomas, logo o contraste de cores é bem grande, mesmo sendo um jogo mergulhado no mundo gótico.

O som cumpre seu papel com uma trilha que combina com sua essência, logo também é um quesito que mantém a qualidade. O jogo possui legendas em Português do Brasil e menus, algo que ajuda na história que não é tão mastigada assim.

Opinião

The Last Faith é um dos melhores metroidvanias que já joguei na minha vida, e você deve colocar no seu radar, principalmente por sua jogabilidade e exploração ser muito assertiva ao criar uma experiência dos grandes clássicos do gênero.

O mapa do jogo é enorme e vai exigir empenho, afinal para avançar, devemos encontrar novas habilidades, que desbloqueiam novas formas de se locomover  e ainda itens, armas e poderes para lutar contra os chefes poderosos. A história não explorou tudo que deveria, mas cumpre seu papel de coadjuvante, sendo a jogabilidade o grande protagonista. As mecânicas de soulslike caíram como uma luva, trazendo desafio e ainda empenho do jogador em melhorar sua build para não passar sufoco, trazendo aquele vicio em ficar sempre melhor. O som e gráficos são muito bem trabalhados, mostrando o empenho de toda a equipe.

The Last Faith  é um dos melhores indies do ano, que nem todos irão conhecer, infelizmente, mas espero que realmente ganhe a atenção necessária, pois é uma obra imperdível.

Nossa nota para The Last Faith

Plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S e PC
Publicado por: Playstack
Desenvolvido por: Kumi Souls Games
Data de lançamento: 15/11/2023
Opções de compra: Microsoft Store

*O jogo foi cedido gentilmente pela Playstack para a realização desta análise.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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