Eu nunca fui muito fã do gênero Tower defense, mas como sou um jogador que gosto de testar de tudo, me interessei em conhecer essa obra chamada Endless Dungeon. De cara, já me conquistou com sua proposta de expedições e sua estética diferente.
Mas será que o jogo possui o que é necessário para se destacar? Ou ele é só mais um, entre tantos lançamentos de fim de ano? Descubra em nossa análise a seguir.
Uma premissa interessante
Endless Dungeon começa quando os tripulantes de uma nave caem em uma estação espacial abandonada. Com isso, eles precisam avançar em locais desconhecidos para tentar fugir desse local misterioso. Pode até parecer um clichê, mas logo nos primeiros minutos já podemos enxergar um potencial de muita diversão.
O jogo é um roguelike com mecânicas de looping bem interessante, no qual o jogador deve avançar em novas dungeons, algo semelhante a jogos como HADES e Dead Cells. Mas, infelizmente, ele peca por conta da repetição e falta de entrosamento dos personagens.
Com o passar das horas, o jogador nem vai lembrar que existe alguma história, pois a mesma é bem descartável. Endless Dungeon até fornece textos sobre a história e diálogos entre os personagens, mas nada que faça valer mais do que o gameplay, que se mostra muito mais importante.
Diversão promissora, mas cansativa
Nossas aventuras em Endless Dungeon, começam de uma maneira bem divertida, com a descoberta das principais funcionalidades e também de cada nova localidade. Pra começar nossa aventura, temos um jogador e até dois companheiros, que podem ser controlados pela IA, que devem explorar uma infinidade de dungeons, que são divididas em andares, nos quais vamos avançando aos poucos. Mas não é somente isso, pois existe um robô, que também é controlado pela IA, que é uma ferramenta importantíssima para conseguirmos fugir da estação espacial.
O avanço depende desse robô, que é usado para destrancar novas áreas e acessar a área final. Para protegê-lo temos armas principais, secundárias e ainda um especial. Além é claro, do recurso de construção de torretas e armadilhas, que são usados para lidar contra uma infinidade de inimigos e proteger nossa posição.
Para a construção dessas torretas, devemos pesquisar novos equipamentos, através de matéria prima obtida em um gerador de recurso, só que assim como o robô, que é atacado constantemente pelas hordas, esses geradores de recurso também são, algo que nos deixa confuso. Quem vamos defender primeiro? Lembrando que se o robô morrer, já era. Esse conflito de prioridades vai rondar o jogador em cada jogatina.
O jogador, além de correr e atirar pelos mapas, pode localizar baús ou ainda comprar novas armas e atributos para essa expedição, se morrer, já era a run e começa o loop novamente.
O jogo possui um alto nível de dificuldade, então depois das fases iniciais, vem pedreira pela frente. Como temos uma boa variedade de personagens, escolher o seu melhor esquadrão já ajuda. O jogador pode ainda trocar de personagens ao apertar um botão, então existem várias combinações que combinam com o seu jeito de jogar. Existe uma boa variedade de personagens, que possuem diferenças de armas e habilidades, além de velocidade e tamanho, então o mais correto é ir testando.
Após a atualização mais recente, foram incluídos novos tipos de dificuldade, algo que ajuda no balanceamento do que é proposto para o jogador.
O jogo também possui coop online, mas nunca consegui encontrar alguém para jogar, então não consegui ter essa experiência.
A central de tudo
Em Endless Dungeon temos um lugar bem parecido com um Saloon, no qual ficam todos os personagens, que irão nos ajudar em nossa aventura. A medida que desbloqueamos novos personagens, eles vão parar nesse local, que também abriga outros personagens, que podem vender melhorias permanentes.
Nosso avanço depende de repetir várias runs, algo que é bem comum nesse tipo de jogo. Mas a grande diferença para outros jogos é a variedade de inimigos, algo que aqui deixa um pouco a desejar. Por mais que hora ou outra surja algum chefe ou inimigo interessante, com a repetição a graça vai embora.
Assim que você avançar bastante, poderá começar direto de outras localidades da estação, em portais que se abrem para as expedições. A medida que avançamos, também desbloqueamos novos personagens jogáveis, algo que oferece uma certa vontade de continuar para descobrir novas opções.
Som, gráficos e toda parte técnica
Endless Dungeon possui gráficos interessantes, que são minimalistas e cheios de detalhes. A direção de arte caprichou nos personagens, trazendo um design bem peculiar para cada um. O design de fases manda bem, mas assim como o jogo é um pouco repetitivo, trazendo poucas variações de cenário.
O som cumpre seu papel com simplicidade, mas não espere nada muito marcante. Existem legendas em Português do Brasil para os textos, algo que ajuda no entendimento das mecânicas e da história. Não existe dublagem, mas meio que não faz tanta falta pela história ser mais escrita.
Um dos quesitos que mais me incomodaram nos meus testes, foi a quantidade de bugs que presenciei. Em alguns momentos os inimigos ficavam surgindo e morrendo, algo que tira qualquer graça do jogo. Um outro foi uma queda brutal de frame e o desaparecer das texturas, mas bem menos frequente do que o morte e respawn.
Esses bugs foram relatados pelo time de desenvolvimento, mas já era para terem sido resolvidos, visto que o jogo foi adiado anteriormente. Nas runs mais avançadas do jogo não percebi mais esses bugs, então pode ter sido resolvido ou acontece só muito no inicio.
Opinião
Endless Dungeon é bom jogo do gênero, mas que poderia alcançar voos maiores, se arriscando em trazer mais qualidade para o seu mundo. Faltou mais desenvolvimento dos personagens e também da lore do jogo, algo que ficou muito em segundo plano.
As mecânicas de tower defense em conjunto com a ação são bem implementadas, trazendo muita satisfação para o jogador nas primeiras horas e depois enjoando em criar tantas repetições. A parte técnica manda bem nos gráficos e no som, mas os problemas apresentados ofuscaram um pouco minhas jogatinas.
Endless Dungeon é mais um jogo que vai passar despercebido pelos jogadores, principalmente por ter sido lançado em uma época de tantos jogos de peso. Espero que com o tempo surja mais conteúdo, trazendo mais interesse para um jogo que vale a pena, se não for esquecido.
Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: Amplitude STUDIOS
Desenvolvido por: Amplitude STUDIOS
Data de lançamento: 26/10/2023
Opções de compra: Microsoft Store
*O jogo foi cedido gentilmente por Amplitude Studios e SEGA Europe para a realização desta análise.
