O intrigante jogo de tiro da Starbreeze Studios chega em sua terceira entrada e traz ainda mais missões que irão te colocar frente a frente com as regras e questioná-las o tempo todo. Um jogo que desafia o senso social entre certo e errado, fazendo uso de roubos, reféns, dinheiros, jóias, armamento pesado e confronto balístico contra a polícia. Como um jogo desses pode dar errado?
Com muito esforço, o estúdio conseguiu. Entre trocas de reféns e tiros com a polícia, explico melhor durante o texto.
MATCHMAKING CRIMINOSO
PAYDAY 3 foi lançado no último dia 21 de setembro e chegou diretamente ao Xbox Game Pass. Um jogo de tiro cooperativo estrategista lançado diretamente no serviço da Microsoft. Tudo isso deveria culminar em um lançamento inacreditavelmente forte. Mesmo alguns dias depois de outro jogo popular do serviço (Lies Of P), o jogo de tiro não se saiu bem por problemas que o próprio poderia ter evitado: o gargalo dos servidores.
PAYDAY 3 ficou inacessível por quase um dia inteiro sendo possível apenas jogar sozinho. O matchmaking havia sido desabilitado. Nas primeiras 24 horas de lançamento, era impossível jogar até mesmo com amigos em sala fechada. Isso impactou negativamente na popularidade do jogo e a primeira impressão é a que fica.
Resolvi iniciar a análise deste jogo por seu principal defeito porque é muito potencial desperdiçado em problemas simples, que poderiam ter sido resolvidos com mais esmero do próprio estúdio. Estamos falando do terceiro jogo da franquia, o estúdio não aprendeu ainda?
GRÁFICOS e HISTÓRIA ILÍCITAS
Graficamente, o jogo teve um avanço alto em relação ao seu anterior. Os figurantes nas missões são mais bem facetados, há mais detalhes nos prédios e os mapas agora possuem movimentos, sejam de trânsito ou pedestres nas calçadas. O jogo usou bem a memória do console para trazer muitos elementos a tela, deixando o jogo bem imersivo nesse quesito. Os carros agora tem profundidade interna, as lanternas e texturas de chapa são reais e o movimentos dos pedestres não são robóticos ou mesmo tão aleatórios quanto antes.
A iluminação de PAYDAY 3 também é muito bonita de acompanhar. Algumas missões a noite, as lâmpadas refletem o chão, refletem os carros e te dá uma ligeira sensação de impotência, caso você esteja jogando de modo furtivo. Sair das sombras é uma clara exposição e a iluminação do jogo te dá essa sensação totalmente.
O jogo teve uma marketing pouco expressivo, focando mais no gameplay do que em história e lógico, se aproveitando do alcance do próprio serviço Xbox Game Pass para efetivar um marketing mediano.
JOGABILIDADE ME TOMOU DE ASSALTO
A jogabilidade teve um avanço considerável em relação ao anterior. Lembro bem de ter passado maus bocados com PAYDAY 2. Para este, houve uma evolução principalmente na movimentação furtiva e avanço das áreas. Ficou mais fácil se esgueirar pelas câmeras ou mesmo avançar por áreas proibidas, ciente que aquela cobertura não vai te enroscar ou te deixar exposto.
Alguns gadgets já conhecidos dos jogadores retornaram e outros mais foram adicionados. Infelizmente, o jogo só te dá oportunidade de usar 05 pontos por vez, e ainda, pelo menos um dessa árvore deverá ser usado na base então o jogador precisa ser estratégico no uso deles. Espero que futuramente aumentem, 08 pontos seria legal mas 10 seria ideal… isso já pensando nos futuros gadgets que o estúdio deverá atualizar.
Que fique claro, porém, que estas são apenas pontuações de minha parte. No geral, PAYDAY 3 é divertido de jogar. Entender todo um mapa, padrões de segurança, posições de câmeras, ângulos de tiros, gadgets para ‘enganar’ chamadas de rádio, scanner de QR codes, tudo isso oferece muita imersão e inúmeras maneiras de se concluir a mesma missão. Eu levei pouco mais de 03 horas pra entender por completo uma missão desse jogo, mas após esse tempo, eu a conclui sem dar um tiro, sem ser visto nenhuma vez, sem nenhum alerta de rádio e ainda pior: sem nenhuma invasão de sistema por gadget meu. Puro e mais divertido gameplay!
ÁUDIO ILEGAL
A música do menu é muito boa. Mas é boa a ponto de eu já ter procurado por ela nos Spotify da vida. E olha que eu tive tempo pra ouvi-la, uma vez que fiquei muito tempo no lobby esperando carregar alguma missão com outros players.
Sobre as armas, nada a declarar. Creio que usaram os mesmos assets do jogo anterior, que não eram ruins. A granada ainda não tem impacto algum, não melhoraram exatamente nada no áudio dos explosivos do jogo anterior para este. Algumas posições de personagens falando ao celular em missões, são destacadas pelo fone em que posição da sala ele está, dá pra ouvir os passos de personagens em pisos molhados ou passando por de trás de uma porta.
CONCLUSÃO EM DELITO
É triste concluir que PAYDAY 3 é ruim. Eu me diverti bastante com o jogo anterior e esse tem muito potencial, mas todo ele é desperdiçado com um servidor meia boca. O jogo foi disponibilizado na data de lançamento direto no Xbox Game Pass, isso por si só já deveria valer a aposta em servidores mais parrudos. De repente até mesmo um aluguel por 30 dias, não sei.
É frustrante para mim saber que o jogo é divertido, a jogabilidade é boa, os itens usáveis são interessantes, a dinâmica dos mapas altera cada vez que você retorna ao jogo, armas que evoluem, mods que se compram, personagens customizáveis em seu estilo, mas nada disso adianta quando você é forçado pelo sistema a jogar sozinho.
O jogo possui muito potencial, mas falha em entregar o básico. Eu espero que o estúdio não desista desse título e mantenha-o por muito tempo no Xbox Game Pass. Que eles tenham ambição de melhorar os poucos erros que esse jogo tem, mas que mancham completamente todos os acertos que ele entrega.
Plataformas: Xbox Series X|S e PC
Publicado por: PLAION
Desenvolvido por: Starbreeze Studios
Data de lançamento: 21/09/2023
Opções de compra: Microsoft Store
*O jogo foi cedido gentilmente pela PLAION para a realização desta análise.