O mercado brasileiro de jogos tem crescido exponencialmente, com várias obras de sucesso, que chegaram ao Xbox. Dentre os principais podemos destacar Fobia, Dandy Ace, Kaze and the Wild Masks e o lendário Celeste, que conquistou fãs pelo mundo todo.
O crescimento não para por ai, pois recentemente tive a oportunidade de conhecer mais uma obra bem interessante, chamada de Adore. O jogo mistura captura de monstrinhos com uma jogabilidade de RPG em tempo real, sob um câmera isométrica, que faz lembrar a franquia Diablo.
Será que ainda existe espaço para o gênero de captura de monstros? Descubra em nossa análise a seguir.
Um mundo de Titãs
A história de Adore começa com uma breve explicação sobre o mundo de Gaterdrik, que é comandado por Draknar, considerado o deus das criaturas, que foi morto por Ixer, o semideus do fim. Draknar acaba indo parar no corpo de Lukha, que é o protagonista do jogo e tem o poder de invocar criaturas. Cabe ao garoto descobrir uma forma de ressuscitar Draknar e acabar com os planos de Ixer antes que Gaterdrik seja completamente dominado por uma maldição.
A história do jogo não possui um ritmo tão acelerado ou empolgante, mas temos algumas revelações sobre a mitologia, que são contadas aos poucos. As melhores partes são nos confrontos com Ixer, que sempre nos instiga a avançar um pouco mais na história. Mas nada tão impactante, então não espere por reviravoltas ou mesmo personagens profundos.
Pokemon + Diablo
Um dos principais atrativos de Adore é o seu gameplay, que basicamente mistura Diablo com captura de monstros. O jogador em sua primeira missão já captura um monstro, que é alocado para uma posição de botão do seu controle, e assim que capturamos novos monstros são adicionados a cada botão desse esquema.
Cada monstrinho possui um golpe e um especial, que possui uma recarga, que é ativada de tempos em tempos. A cada monstrinho sacado, Lukha perde um pouco da sua estamina, fazendo com que escolhamos a combinação que mais precisamos, ou seja, nem sempre vai dar para chamar vários monstros ao mesmo tempo.
Os monstros possuem classes e diferentes tipos de elementos, que devem ser usadas em nossa estratégia contra os inimigos. Além disso, podemos montar algumas criaturas, que nos dão uma certa vantagem no combate.
As missões possuem diferentes objetivos, como eliminar outros monstros, matar chefes lendários, derrotar outros treinadores e até mesmo encontrar itens especiais.
Assim que completamos nossa missão, voltamos para o ponto de partida que é uma vila, na qual podemos armazenar nossos monstrinhos, além de também acessar NPCs que vendem artefatos e fornecem novos dados para as próximas missões, ou ainda vender comida ou combinar alimentos para criar algo mais forte. Na vila ainda podemos guardar nossos monstros, para que eles sejam recuperados, pois assim que os mesmos caem em combate, eles ficam amaldiçoados, dessa forma quando são sacados, a cada dano, nosso protagonista sofre o mesmo dano também, então temos que entender o risco de usar um monstro caído.
Além das missões tradicionais, temos uma seção chamada de Expedições, que são um conjunto de missões em sequência, que existem itens exclusivos e ainda vários altares, no qual o jogador pode evoluir mais rápido seus monstrinhos.
O maior vilão do jogo é a sua repetição, pois para aumentar o nível dos nossos monstrinhos, ou mesmo conseguir novos itens, precisamos repetir exaustivamente algumas missões e isso após muitas horas, acaba ficando enjoativo. Acredito que diminuir essa repetição e aumentar a qualidade das missões seria um caminho mais assertivo, então fica o aprendizado.
Som e gráficos
Adore possui gráficos estilizados, que são bem interessantes, mas modestos, algo muito comum para indies. Não espere por fases muito bem elaboradas, mas o design mesmo simples é agradável e combina com todo o contexto.
O som cumpre seu papel, com uma trilha sonora para cada mapa, que também cai no mesmo problema da repetição, pois logo que jogamos muitas vezes, acaba incomodando.
Não existe dublagem, pois temos diálogos escritos, mas as legendas e menus localizados já ajudam na história.
Opinião
Adore é um jogo com bastante potencial, que se arrisca com uma proposta diferente. O gênero de captura de monstrinhos, que traz exaustão no combate por turnos, então mudar para algo de ação em tempo real é bem interessante. A quantidade de monstrinhos é bem atrativa, dando vontade do jogador descobrir mais opções de combate. Além disso, ter diferentes estilos e elementos traz novas formas de se preparar para as batalhas.
O grande problema do jogo é a repetição de conteúdo, mesmo sendo um RPG, não havia necessidade de navegar nas mesmas localidades por tanto tempo assim.
Adore é uma boa opção para quem gosta de jogos de captura de monstrinhos e RPGs de ação, e busca algo diferente. Uma pena o jogo não estar no Xbox Game Pass, pois assim teria ainda mais espaço.
Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: QUByte Interactive
Desenvolvido por: Cadabra Games
Data de lançamento: 02/08/2023
Opções de compra: Microsoft Store
*O jogo foi cedido gentilmente pela QUByte Interactive para a realização desta análise.
