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Análise – Exoprimal

A Capcom tem um histórico forte com jogos de dinossauros, tendo a franquia Dino Crisis como uma das principais que retrataram os maiores predadores da terra. Quando descobri que a empresa navegaria novamente nesse tema em Exoprimal, fiquei extremamente empolgado, e principalmente que usaríamos Exotrajes, algo que une essas duas paixões.

Participei da Beta antes do lançamento e tive alguns feedbacks, que fiz questão de compartilhar no Xbox Power, sendo bem proveitoso. Será que na versão final fomos surpreendidos? Descubra em nossa análise a seguir.

Bem-vindo aos jogos de guerra

A história de Exoprimal começa quando nossa nave vai parar na ilha de Bikitoa, enquanto fazemos um voo de rotina, quando somos pegos de surpresa por uma anomalia temporal, levando nossa equipe para o passado.

O grande problema é que nessa época aconteceu um incidente, que transportava dinossauros por vários vortexs, arrasando com a ilha. Os problemas não param por ai, pois uma IA, chamada de Leviatã criou um evento chamado de Jogos de Guerra, no qual várias equipes são testadas incansavelmente.

Nossa missão é descobrir uma forma de fugir desse ciclo de tentativas e morte. A história é até bem interessante, mas conduzida de forma maçante, pois é totalmente picotada em eventos, que são desencadeados partida após partida, e isso é bem chato, pois temos a obrigação de repetir muitas vezes, para descobrir mais sobre a história. Por mais que alguns personagens sejam carismáticos, não é o suficiente para prender o jogador.

Um dos maiores problemas do jogo é a falta de mais variações dos mapas, dando a sensação de estarmos jogando a mesma coisa a todo instante, Acredito que se a Capcom caprichar mais nesse quesito, o jogo pode crescer mais um pouco, mas precisa ser rápido, para não perder público.

Uma luta até cansar

Em Exoprimal, duas equipes disputam quem termina a missão primeiro, tendo variações de defesa de pontos, destruição de objetivos e muitas hordas de dinossauros, sendo a última parte, uma fusão das duas linhas do tempo das equipes, possibilitando um confronto direto ou de objetivos. O mais interessante dessa junção, é que uma equipe pode atrapalhar a outra

A dinâmica de algumas missões são bem parecidas com Overwatch, que nos faz usar e abusar das classes. Assim que chegamos na partida, um aviso aparece na tela caso não tenha um tipo de classe importante para aquela partida, isso é interessante, pois possibilita um equilíbrio para as disputas.

Os mapas do jogo são bem lineares, sendo necessário seguir os comandos da IA até as zonas de objetivos, deixando o jogador com sentimento de estar em um curral, seguindo ordens de uma máquina, o que é verdade.

Durante as partidas existem algumas surpresas, que são os itens usáveis, como por exemplo escudos, pisos temporários, miniguns e até mesmo um dinossauro para controlar, que é transportado para a linha do tempo da outra equipe, nos dando a oportunidade de atrasá-los. Esse dinossauro gigante possui habilidades exclusivas, dando a possibilidade de mudar o rumo da partida.

Lutar contra os dinossauros é bem divertido, mas pouco desafiador. Caso eles sejam grandes, aí fica mais trabalhoso, mas nada que um bom trabalho em equipe não acabe com essa ameaça. Existe uma variação bem pequena de monstros, então espero que isso melhore com o passar do tempo. A mistura de horda de dinossauros e adversários é a maior ameaça, pois acabamos perdendo nosso foco no objetivo.

O poder do Exotraje

O maior triunfo de Exoprimal são suas opções variadas de exotrajes, que possuem desde classes de confronto direto, defesa, suporte e muito poder de fogo. Cada classe possui no mínimo três opções de trajes, que atualmente possuem variantes, com diferentes habilidades.

Os exotrajes de assalto são basicamente a linha de frente, abrindo espaço para os outros jogadores completarem os objetivos. Os de tanque possuem poderosas habilidades de defesa ou mesmo muito poder de fogo, para frear o avanço da horda de dinossauros. Já os de suporte, dão apoio ao grupo com habilidades médicas.

Cada traje possui diferentes habilidades, com tempos de carregamento distintos, fazendo com que o jogador escolha a melhor hora para usar cada habilidade.

Um dos pontos que mais gostei dos trajes, é que podemos trocar durante as partidas, algo que ajuda na hora de não morrer com a estratégia errada ou mesmo usar diferentes estratégias. Cada traje possui nível, que conforme avançamos podemos usar modificações de poder, chamadas de módulos, que aumentam ou transformam algumas habilidades.

Além disso, conforme vencemos as partidas, ganhamos uma moeda in-game, que pode desbloquear skins iradas para os trajes. Além dessa moeda, podemos desbloquear skins e alguns trajes com o passe de temporada, que acelera o desbloqueio de alguns conteúdos.

O jogador também possuí níveis, que conforme vai jogando, sobe e pode receber um baú, contendo diferentes skins e até mesmo novos módulos.

Som e Gráficos

Exoprimal possui gráficos bonitos e cheios de estilo, principalmente no design dos trajes, que são bem variados. Os inimigos poderiam ter uma maior variedade, mas é algo que pode melhorar em futuras atualizações. Algumas cenas da história são muito boas, principalmente pela modelagem dos personagens, algo bem característico da Capcom.

A performance é muito boa, tanto dos servidores que rapidamente já encontramos jogadores, quanto na hora da ação, que não apresenta quedas de frames ou bugs.

O som cumpre seu papel com uma trilha bem básica, mas nada que marque ou traga muita empolgação. O jogo não possui dublagem, mas temos legendas em português do Brasil, algo que ajuda a entender a história.

Opinião

Exoprimal é uma boa opção para quem gosta de mechs e também dinossauros, mas que não é muito exigente. Não espere por uma história intensa ou mesmo personagens marcantes, aqui o foco é na diversão sem muito compromisso. A comunidade de jogadores é bem tranquila, então jogar com usuários aleatórios não traz problema algum.

Os Exotrajes são o ponto mais atrativo do jogo, tendo uma boa variedade de classes e variantes. Mesmo o jogador tendo um preferido, ele pode querer usar outros para cada estratégia de partida, afinal os adversários pensam de maneira diferente. Os mapas ainda são muito repetitivos, mostrando que o jogo carece muito de conteúdo. Acredito que a Capcom errou ao lançar um jogo assim pago. Um modelo free-to-play com microtransações seria um bom caminho, até mesmo com rotação de exotrajes.

Exoprimal ganha a minha recomendação, caso tenha uma assinatura do Xbox Game Pass, caso contrário, espere por uma promoção ou que o jogo tenha mais conteúdos, pois ainda não está valendo a pena o investimento.

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: CAPCOM
Desenvolvido por: CAPCOM
Data de lançamento: 14/07/2023
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi acessado via Xbox Game Pass para a realização desta análise.

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