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Análise – Layers of Fear

O survival horror é um dos gêneros mais amados pelos jogadores, mas assim como o RPG, segue tentando se reinventar, nascendo um subgênero chamado de terror psicológico. Jogos como Outlast, Amnesia e a própria franquia Layers of Fear conquistaram novos jogadores, como os mais conservadores, que começaram a olhar com outros olhos para esse tipo de experiência.

Recentemente, tivemos a oportunidade de jogar a reimaginação da franquia Layers of Fear, que chegou aos consoles, sendo chamado simplesmente de Layers of Fear . Será que a Bloober Team conseguiu elevar o patamar? Descubra em nossa análise a seguir.

HORROR REIMAGINADO

Um dos principais pontos positivos de Layers of Fear é a junção de vários jogos da franquia em um só, conectando as histórias de maneira coerente e ainda trazendo uma experiência definitiva para o jogador. Confesso que quando li sobre a ideia achei que não daria certo, mas realmente foi algo espetacular.

A história começa com uma escritora, que tem um bloqueio de criatividade e vai parar em um Farol sinistro, a fim de tentar escrever suas histórias. Passando o tempo no local, ela começa ouvir vozes e não sabe mais diferenciar o que é real, sobrenatural ou se é um fruto da sua mente.

Após alguns arrepios, a escritora começa o seu trabalho na história de um pintor, que vai te levar a loucuras, pois imagine uma cabeça criativa e perturbada ao mesmo tempo.

Como o próprio nome do jogo já entrega, aqui realmente é nos apresentado camadas de medo. Conforme avançamos na mente louca do pintor, o jogo apresenta mais da história e ainda aumenta a complexidade dos cenários e quebra-cabeças, algo que auxilia no desenvolvimento do gameplay, acostumando o jogador aos poucos.

Realmente toda a jornada do pintor é muito boa, pois em vários locais, o ambiente vai mudando como em um quadro abstrato. A cada sala que avançamos não sabemos mais o que esperar, dando sempre vontade de avançar em mais e mais camadas.

Depois temos outras histórias, que realmente estão interligadas, como o ator, que está preso em um navio bem grande, que traz um ambiente mais claro no começo, mas que passa uma sentimento de solidão e também muita paranoia. Temos também a artista musical, que já inicia em um ambiente claustrofóbico, com muitas semelhanças com Silent Hill, trazendo um sentimento esquisito de estar preso e não saber o que fazer em seguida.

Voltando a falar da escritora, todos os personagens estão interligados a ela, que funciona como um elo narrativo, então assim que acabar a história de um, você voltará para esse ponto central.

O grande problema de ter várias histórias seguidas, é que o gameplay se torna cansativo, algo que aconteceu comigo, principalmente por ter muitos momentos de tensão, sem uma quebra de ritmo.

SINTA MUITO MEDO

Outro ponto bem forte de Layers of Fear é a maneira do jogo mexer com a cabeça do jogador. Seja pelo ótimo level design, que te surpreende a cada cenário, ou mesmo com o som, que te deixa paranoico em vários momentos.

De cara já temos diversos barulhos, que causam vários jump scares, algo que é muito comum no começo de nossa imersão. A medida que avançamos na história, as aparições e até mesmo entidades vão piorando. Posso afirmar que senti altos arrepios quando estava jogando algumas partes, tamanha a tensão que estava sentindo, então caso tenha problemas de saúde, como ansiedade ou mesmo problemas cardíacos, melhor não tentar a sorte.

Para amenizar nossos medos, o jogador pode usar uma lanterna em alguns momentos e ainda pode espantar a assombração que fica nos perseguindo. Essa parte é bem tensa no jogo, pois simplesmente temos que resolver alguns quebra-cabeças e de ainda fugir da assombração.

A lanterna é uma mecânica que não existia nos jogos anteriores, mas que chegou para ficar, clareando alguns ambientes para resolver quebra-cabeças ou mesmo para espantar alguns inimigos, mas só por alguns segundos.

Diferentemente dos jogos de terror do gênero, os lugares considerados seguros são bem bizarros e muitas vezes escuros, então não espere por uma sala de segurança estilo Resident Evil, aqui o medo paira em cada cantinho.

GAMEPLAY VICIANTE

Layers of Fear se apresenta como um jogo em primeira pessoa, algo perfeito para deixar o jogador imerso na sua história tenebrosa. Como eu disse anteriormente, o design de fases ajuda na hora de viciar o jogador, que deseja saber mais daquela história.

Outras coisas que me mantiveram preso no jogo foi a resolução de quebra-cabeças, que são bem inteligentes, mas não impossíveis, com a resolução dentro do ambiente. Só devemos prestar atenção ao nosso redor, olhando ou mesmo ouvindo.

Outra questão bem legal do jogo são os seus coletáveis, que em maioria narra algum sentimento ou pedaço da história dos personagens principais e secundários. É muito interessante saber de coisas do passado, mas sob olhar de personagens secundários.

As histórias não estão tão mastigadas, então cabe ao jogador tentar entender e até mesmo criar suas teorias. Um recurso interessante para o jogo é a seleção de capítulos, no qual podemos revisar certos trechos de cada personagem, até mesmo para fazer outras escolhas e ainda pegar coletáveis que ficaram para trás. Existem outros finais para cada história, então usar a seleção de capítulos é uma boa opção para tentar ver outros desfechos.

SOM E GRÁFICOS

Layers of Fear é desenvolvido na Unreal Engine 5, e a bloober team mandou bem demais no uso do motor gráfico, garantindo visuais bonitos, mas sem pecar em performance. O jogo rodou redondinho no meu Xbox Series S, mesmo antes da atualização de lançamento.

O som como disse é perfeito, e se possível jogue com um bom headphone, só cuidado para não ficar ainda com ainda mais medo.

O jogo não é dublado em nosso idioma, mas é totalmente legendado em Português do Brasil em textos da história e na resolução de enigmas. Como o jogo possui muitos textos, foi um acerto e tanto ter essa opção para os brasileiros.

OPINIÃO

Layers of Fear é um dos melhores jogos de terror do ano, e ainda uma grande evolução da Bloober Team, que larga na frente no desenvolvimento com a Unreal Engine 5. Usar esse motor gráfico elevou o patamar , causando ainda mais medo no jogador, com ambientes ainda mais sinistros. O jogo consegue ser bem amedrontador, por trazer muita qualidade gráfica e sonora, criando diversos momentos de jump scares. Fugir de aparições e ainda resolver enigmas, causa muita tensão.

Ter várias histórias, que se interconectam é bem interessante, e importante para que novos jogadores conheçam a franquia. Mas tantas histórias com gameplay semelhantes acaba enjoando, pois senti que as vezes poderia haver uma quebra no terror constante.

No geral temos uma opção imperdível para os amantes dos jogos de terror psicológico, que ganharam uma obra bem completa.

Plataformas: Xbox Series X|S
Publicado por: Bloober Team
Desenvolvido por: Bloober Team / Anshar Studios
Data de lançamento: 15/06/2023
Opções de compra: Microsoft Store

* O jogo foi cedido gentilmente pela Bloober Team para a realização desta análise.

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