A EA Motive, responsável pelo desenvolvimento do remake de Dead Space, recentemente divulgou informações animadoras sobre a construção do jogo. Na entrevista mais recente, eles falaram sobre as mudanças feitas na icônica nave Ishimura, que é onde se passa a nossa aventura.
A USG Ishimura é uma obra de arte da engenharia. Fabricada em 2446, o primeiro “Extrator Planetário” foi feito para minerar materiais vitais das profundezas do espaço. Com aproximadamente 1,6 km de comprimento e uma tripulação de mais de mil pessoas, ela representa o auge técnico da humanidade. Só há um problema: também está infestada com seres humanos reanimados e grotescamente deformados que só querem caçar você.
Quando o Dead Space original foi lançado em 2008, tanto a crítica quanto fãs mencionaram o ambiente detalhado, claustrofóbico e horripilante da Ishimura como um dos melhores elementos do jogo e do gênero. Então, quando chegou a hora de recriar este jogo de terror clássico, a equipe na Motive precisava garantir que a nave recebesse tanta atenção quanto qualquer personagem.
Isso mesmo, a nave é uma personagem: “A Ishimura é uma nave clássica porque foi tratada como uma personagem principal”, diz o diretor de arte adjunto Roy Tuazon. “Foram muitos detalhes e ideias para criá-la. Fizeram um trabalho incrível para manter a pessoa que está jogando mergulhada na nave, fazendo com que a gente desejasse ver mais.”
Na opinião de Roy, a Ishimura é tão clássica no universo dos jogos quanto a Nostromo de Alien é para o universo dos filmes.
Jo Berry roteirista do remake, também comentou sobre a nave:
É uma nave corporativa, sem muita personalidade, mas também tem um certo terror cósmico em que ela não é hostil. Apenas gigantesca e indiferente. De certa forma, a Ishimura é a inimiga, porque uma grande parte da nave é bastante perigosa. Mas também, é tudo que o Isaac tem à disposição para lidar com os necromorfos
Durante a entrevista também foi relatado, que a nave foi criada do zero, com visuais mais detalhados que aproveitam ao máximo as tecnologias de hardware modernas. Outro ponto interessante do relato, é que eles garantem que o jogo não terá telas de loading ou cortes de câmera. Segundo os desenvolvedores, a engine Frostbite melhorou bastante esses aspectos de carregamento.
Catherine Stewart, chefe de design de níveis, relatou que foram aumentadas algumas áreas do jogo, para que novas mecânicas sejam usadas.
E a mecânica totalmente reformulada de G-Zero oferece ainda mais liberdade de exploração, de acordo com a equipe, expandindo as possibilidades de vivenciar o terror de formas inéditas e horripilantes. “Por exemplo”, diz Roy, “no jogo original, você leva uma gôndola de um lado da nave para o outro, e vê um cenário incrível por todo o caminho. Mas na nossa versão, é possível levar a gôndola para um lado, ativar a G-Zero e voltar sem a gôndola. Agora é possível explorar esta nova área em que, antes, ao olhar para baixo, só era possível ver uma sala escura e assustadora.”
“Sim. A habilidade de se mover livremente nos permitiu abrir mais espaços para exploração”, diz a Catherine, “o que significa que pudemos esconder novos itens e sustos em lugares interessantes.”
Mas também significa detalhar ainda mais o que já estava lá. Veja o exemplo de um dos momentos do começo do jogo: “No jogo original”, diz Jo, “ao entrar na Ishimura pela primeira vez, você entra pelo hangar, passa por um lugar sem nada e entra no saguão de voo. O propósito daquele lugar era só para lhe ensinar a abrir uma porta. Mas era um espaço perfeito para uma alfândega, já que é onde a maioria das pessoas desembarcaria na Ishimura. Então agora ela está repleta de avisos de segurança, declarações de alfândega, estações de escaneamento… e logo se tornando um momento divertido ao chegar na nave.”
“Foi possível aproveitar áreas ou marcas do universo expandido de Dead Space“, diz Roy, “colocando isso na Ishimura como anúncios, cartazes e coisas assim. Agora quando você for jogar, vai ver locais que foram citados em Dead Space 2, por exemplo. Estes pequenos detalhes ajudam a unificar ainda mais o universo. E todos estes elementos de narrativa dão à nave a ideia de ser um lugar bastante habitado.”
Outros lugares que ganharam ainda mais destaque foram o convés da tripulação, convés de mineração e engenharia. Esses lugares ficaram ainda mais sinistros, tendo bastante coisas acontecendo ao mesmo tempo, criando aquela duvida na cabeça do jogador.
Todas essas mudanças serão benéficas para o jogo, que já era uma obra prima e considerado um dos melhores do gênero. Mas descobriremos se funcionaram de verdade no dia 27 de Janeiro de 2023, quando será lançado no Xbox Series X|S.