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Análise – Gungrave G.O.R.E

O Japão sempre foi um braço forte no desenvolvimento dos jogos, sendo responsável pela criação de muitas franquias. Mas outros países do Oriente estão crescendo bastante, como a China e até mesmo a Coréia do Sul. Esse tipo de variedade cultural traz um verdadeiro leque de opções para o o jogador conhecer. Outro ponto interessante é o lançamento de vários jogos orientais no Xbox, mostrando que o console vai subindo de degrau nesse lado do planeta.

Além disso, o Xbox Game Pass começa a receber esses jogos em sua biblioteca, que será o caso de Gungrave G.O.R.E, que chega hoje (22 de Novembro) ao catálogo do serviço. O jogo é um shooter de ação em terceira pessoa, no qual controlamos um anti-herói chamado de Grave, que carrega duas pistolas chamadas de Cerberus e um equipamento nas costas que pode ser transformar em armas poderosas.

Será que Grave conseguirá nos entreter com uma chuva de balas e morte? Descubra em nossa análise a seguir.

CALADO COMO UM TÚMULO

A história de Gungrave G.O.R.E não é o seu ponto mais forte, mas mesmo assim seus desenvolvedores tentaram. Por esse motivo, pode parecer que ela vai ficar boa, mas não fica. Nos primeiros minutos podemos ter uma noção da história, através de um resumo do que aconteceu nos jogos anteriores. Sim, Gungrave G.O.R.E não é o primeiro jogo da franquia, mas como ele não foi tão popular no mundo todo, essa recapitulação ajuda, e bastante, no entendimento básico da história e seus personagens.

Basicamente lutamos contra o famigerado clã do corvo, que desenvolveu uma substância chamada de Seed para criar soldados e abominações. Nossa aventura passa por diversas localidades, incluindo o lendário Vietnam, sendo distribuído entre fases curtas, mas em uma grande quantidade.

O protagonista do jogo se chama Grave, um personagem bem casca grossa em suas atitudes e aparência, mas peca em não ter falas, algo que tira a interação com outros personagens. Ele é um brucutu que atira para todos os lados, sem nenhum sentimento, algo que transforma tudo em um jogo genérico de ação.

A história não se arrisca em ter algo mais elaborado. Por diversas vezes parece que terá uma evolução, mas ela se prende a momentos bem genéricos, mostrando que o foco é no gameplay. Os melhores momentos da história ficam para os personagens secundários, que conseguem trazer algo interessante para a história. Os vilões tem cara de vilão de anime, com um design incrível, mas não são tão bem trabalhados, sendo descartados rapidamente.

NÃO PENSE, SÓ ATIRE

Gungrave G.O.R.E possui uma proposta bem interessante de jogabilidade, em ser um jogo de tiro em terceira pessoa bem frenético. Os comandos são bem simples, com botões de tiro, mira manual e automática, pulo, rolamento e ataques especiais.

Assim que chegamos em nossa primeira missão, somos introduzidos ao rápido tutorial, ensinando os comandos básicos. Por mais que o jogo pareça ter muitas opções, ele não tem. Não existem combos complexos ou outras armas para combinar golpes, o mais parecido com isso são os especiais, que é uma das melhores coisas do jogo, no qual o caixão de ferro se transforma em armas especiais, como lança chamas, lança misseis ou até mesmo uma arma de laser.

Os especiais são contados, mas podem ser recarregados a medida que atiramos em outros inimigos. Em diversas situações só conseguiremos avançar usando essas técnicas mais poderosas. Podemos também atacar fisicamente com o caixão, com golpes bem inexpressivos, se tornando algo mais para ajudar a fugir do enxame de inimigos na tela.

Os upgrades de habilidades passivas, especiais e golpes podem ser comprados no laboratório entre as missões através da pontuação obtida no final de cada fase.

Não existem mecânicas de cover, caso queira se esconder dos tiros, procure algum pedaço de cenário e respire para lutar contra uma quantidade cansativa de adversários. Grave possui um escudo, que recarrega com um tempo, que serve para não morrer logo após ser bombardeado com muitos inimigos. Foi muito cansativo jogar horas e horas, fazendo praticamente o mesmo movimento a todo momento. Como os trailers mostravam algo mais trabalhado, realmente não achava que seria tão genérico.

Um ponto interessante, mas pouco explorado foram as partes jogáveis com outros personagens, trazendo outro ponto de vista e gameplay com outras habilidades. Mas, infelizmente. foi pouco explorado, com uma única fase para determinados personagens.

QUANTIDADE NÃO É QUALIDADE

Existem um número grande de fases, chefes e inimigos. Mas quantidade nunca foi melhor do que qualidade. Por mais que exista uma boa variedade de inimigos, pelo número ser tão grande, parece que você está lutando contra os mesmos inimigos desde o começo até o final. Os golpes entram no mesmo quesito, com layouts sem muita criatividade. A única exceção são os especiais, que possuem animações bem legais, mas que acabam entrando no ostracismo da repetição.

O design de fases também não ajuda muito, com uma grande repetição de fases. Acredito que diminuir a quantidade e aumentar a sua qualidade seria o melhor caminho. Outra coisa estranha é a física que possui um comportamento bem antiquado, principalmente o impacto das balas nos inimigos.

As batalhas contra chefes intercalam entre inimigos interessantes e outros descartáveis.  Inclusive alguns possuem mais de uma forma.

A dificuldade falha miseravelmente em ser balanceada, com momentos irritantes em diversos momentos. Faltou maturidade para deixar essas partes menos estressantes, pois são difíceis por causa das falhas de mecânicas e não por serem mais desafiadoras.

SOM E GRÁFICOS

Os gráficos de Gungrave G.O.R.E parecem um jogo do Xbox 360, algo que me incomodou bastante. Poderiam optar por uma direção de arte mais cartuneca, algo que combinaria com o aspecto de anime.

As fases são diversas, mas pecam nas texturas pobres, que mesclam em coisas mais chapadas, misturando com uma iluminação bonita de neon. Os inimigos básicos são bem esquisitos, mostrando uma falta de capricho. Já os chefes possuem um design característicos de animes, com traços interessantes.

O som cumpre seu papel, com músicas que combinam com toda ação. Não existe dublagem, mas foi disponibilizado legendas em Português do Brasil.

OPINIÃO

Gungrave G.O.R.E decepciona por ser menos que poderia se tornar, se prendendo a mecânicas e recursos de gerações passadas. A história até parece engrenar, mas não consegue, girando sempre em círculos e não tendo uma evolução boa de narrativa. Grave é um protagonista sem sal, mesmo tendo um design bem forte, mas não possui falas, ficando a responsabilidade do desenvolvimento da história para os coadjuvantes.

Atirar até parece ser divertido, mas cansa em algumas horas, simplesmente por ter um número excessivo de inimigos. Os golpes poderiam ser melhores, tendo o único destaque para os especiais que são divertidos e insanos.

Gungrave G.O.R.E é um jogo bem abaixo da qualidade dos jogos do gênero, podendo se tornar esquecível após alguns dias. Por sorte ele chegará pelo Xbox Game Pass, dando chance para que alguns jogadores o testem sem compromisso.

Plataformas: Xbox One, Xbox Series X|S e PC
Publicado por: Prime Matter
Desenvolvido por: Iggymob
Data de lançamento: 22/11/2022
Opções de compra: Microsoft Store

O jogo foi cedido gentilmente pela Prime Matter para a realização desta análise.

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