A Asobo é um dos estúdios mais promissores da indústria, trazendo em seu currículo o gigante Microsoft Flight Simulator e o incrível A Plague Tale: Innocence, que tiveram uma importância muito grande para mostrar para o mundo todo o seu potencial. Este último me chamou bastante atenção, principalmente por trilhar um caminho bem interessante, no qual temos os irmãos Amicia e Hugo, que são indefesos e devem enfrentar um perigo desconhecido em uma jornada emocional bem forte.

Após alguns anos, enfim tivemos a sua sequência, chamada de A Plague Tale: Requiem, que promete ser maior do que o original, saindo de um escopo AA para um AAA de grandes investimentos. Será que ele conseguiu ser mais grandioso ou só ficou em promessas? Descubra em nossa análise a seguir.

UM DRAMA ÉPICO

A Plague Tale: Requiem começa com Hugo, Amicia e o pequeno alquimista Lucas curtindo momentos mais amigáveis, mostrando que a praga está controlada. Todo apelo emocional e familiar é restabelecido  para o jogador nesse momento, despertando nossos sentimentos adormecidos por esses personagens. Toda a sequência inicial serve como um tutorial, que não é chato em nenhum momento, principalmente por trazer momentos intensos, além de ensinar o jogador as principais mecânicas e algumas novidades.

A sequência inicial é muito boa.

Logo toda essa calmaria se encerra, então devemos partir em busca de uma possível cura para Hugo, que está mais instável do que nunca. Mas não será uma tarefa nada fácil, pois novamente seremos perseguidos, e isso faz com que nenhum lugar fique seguro por muito tempo.

Toda jornada é regada por momentos dramáticos, que deixam o jogador no chão, com um peso de narrativa bem intenso. A relação dos personagens é construída de uma maneira muito boa, fazendo o jogador se importar realmente com aquelas pessoas, como se fossem da nossa família. Em certos momentos foi bem difícil de controlar os sentimentos, passando todo o sofrimento para mim, algo que não existe em demasia nos jogos.

A Plague Tale: Requiem também acertou em dar mais espaço para os personagens secundários, além de aumentar o escopo da história com acontecimentos do passado e presente.

Correr as vezes é única opção.

Outro ponto que chamou atenção, foram os momentos frenéticos, que freiam uma jogabilidade mais cadenciada, e partem para algo mais explosivo e de grandes proporções.

O mundo de A Plague Tale: Requiem possui diferentes localidades, algo que colabora para nos apresentar outros povos, culturas e aumentar a escala dos acontecimentos. Amicia e Hugo partem, inclusive, para uma ilha cheia de mistérios e segredos escondidos em tumbas.

A PRAGA

Logicamente a praga é um dos pontos centrais, no qual toda a história circula sobre os acontecimentos dessa grande tragédia. No primeiro jogo podemos ver tudo o que acontece em pequenos vilarejos e cidades, mas dessa vez tudo ficou ainda maior, mais perigoso e com consequências brutais. É bem impactante chegar a uma cidade cheia de esperança e após alguns acontecimentos, ver tudo ruir bem na sua frente, além dos corpos e o desespero rondando a população.

A Asobo conseguiu evoluir esse aspecto visual com muita profundidade, contrastando entre cores mais vivas e depois indo para um tom mais mórbido, para representar a mudança drástica do ambiente.

A praga de ratos continua mortal.

O número de ratos na tela também subiu consideravelmente, dando aquela sensação de perigo, medo e também nojo. A praga faz parte da jogabilidade e devemos usar nossa cabeça para escapar com vida de cada trecho. Conforme avançamos mais na história, a coisa fica bem séria e deveremos pensar rápido para não morrer.

UMA PROTETORA

Amicia, a grande protagonista de A Plague Tale: Requiem novamente enfrentará o mundo para proteger o seu irmão. Foi bem interessante ver que a garota amadureceu em relação ao jogo anterior, mostrando que a experiência de passar por toda aquela jornada, moldou a personagem no que ela é hoje

Para sobreviver, ela continua usando sua atiradeira, que pode lançar pedras ou vários tipos de elementos químicos, como fogo, extinguidor de fogo, uma gosma inflamável e até mesmo um feromônio que atrai os ratos. Dentre as ferramentas de Amicia, a grande novidade é a besta, que atira flechas, que podem ser usadas em conjunto com os elementos químicos criados por alquimia.

Andar furtivamente é uma ótima opção.

Ser furtivo é um dos alicerces de nossa experiência, se tornando uma das opções de abordagem, usando recursos como a folhagem para se esconder, além de paredes e mesas. Todo o cenário de A Plague Tale: Requiem é um parque de diversões do stealth, mostrando que a Asobo poliu bem esse artício, dando mais opções para o jogador usar a seu favor, como criar distrações no próprio local.

Caso o jogador queira ser mais agressivo, ele poderá atacar os inimigos diretamente, mas não é muito recomendado, visto que eles possuem uma inteligência mais refinada. Além é claro de ter um número maior de adversários. Também podemos ser oportunistas, criando distrações, usando o cenário para passar pelos inimigos ou simplesmente correr deles até a próxima saída.

Amicia terá que enfrentar o mundo para salvar Hugo.

Todo o mapa possui muitas opções para esses três tipos de jogabilidade, como jarros que podem explodir, tochas que podem ser apagadas e locais que podem ser escalados. Essa liberdade foi expandida no segundo jogo, mostrando uma grande evolução de jogabilidade.

Os inimigos evoluíram bastante, o que foi importante para acompanhar o amadurecimento de Amicia. Agora temos uma quantidade maior, além de mais variações e alguns inimigos com armaduras quase impenetráveis.

Um dos pontos negativos na jogabilidade que observei, foi quando agimos na surdina, e nosso companheiro controlado pela IA não consegue se esconder, ficando na vista do inimigo e mesmo assim é ignorado. Isso foi uma falta de tato para lidar com esse tipo de situação.

EVOLUA

Amicia pode e deve fazer upgrades das suas armas e ferramentas. Para tal, devemos procurar por peças em baús e outros locais de armazenamento. Ao juntarmos itens suficientes, podemos melhorar nossos itens em bancadas espalhadas pelo mundo. Caso evolua as melhorias de instrumentos, poderá fazer upgrades em qualquer lugar, sem precisar da bancada.

Amicia usa a bancada para criar melhorias.

Um dos pontos mais legais da evolução de nossa personagem, são suas habilidades passivas, que são melhoradas através de nosso jeito de jogar. Usou mais a furtividade, ganha-se mais habilidades passivas dessa proesa, caso seja ainda agressivo poderá se beneficiar desse comportamente ou ainda se for oportunista encherá a barra de experiência para esse estilo de jogar. Isso é bem interessante para mostrar como o jogador pode agir das mais variadas formas.

SOM E GRÁFICOS

A Plague Tale: Requiem é um primor tanto em som quanto nos gráficos, mostrando que se o desenvolvedor tiver talento, pode fazer um belo e honesto trabalho. Por diversas vezes me peguei olhando as paisagens, que parecem uma pintura de tão profundas. Diferentemente do primeiro jogo, aqui foi tudo mais abundante e de proporções épicas, algo ficará para sempre guardado em sua memória.

As expressões faciais dos personagens são belas e cheias de emoção, algo que complementa toda a experiência visual.

Muitos cenários poderiam facilmente serem pinturas.

A performance deixou a desejar em um momento isolado, dando uma leve queda de frames no Xbox Series S, mas algo que não impactou a jogabilidade como um todo.

O som é cheio de emoção, com uma trilha que causa um misto de sentimentos, além de dar um vislumbre do que virá a seguir, com sons característicos, que o jogador saberá que algo está prestes a dar muito errado. Sinto que faltou uma dublagem em nosso idioma, mas as legendas já ajudam no entendimento da história.

OPINIÃO

A Plague Tale: Requiem com certeza é um dos melhores jogos do ano e de toda a minha vida, reunindo uma aventura sem igual e impactante em todos os sentidos. A forte ligação criada com os personagens faz com que tenhamos sentimentos intensos em momentos chaves de nossa aventura, principalmente no final, em que tive que me segurar para não me emocionar.

A qualidade do produto é excepcional, tanto na parte visual, quanto na sonora, mostrando que a Asobo está em um patamar altíssimo. A jogabilidade mostrou uma boa evolução, ao trazer uma árvore de habilidades com uma evolução natural, além de novos equipamentos e interações entre personagens secundários. Mas esses personagens secundários possuem uma IA que poderia ser melhor trabalhada, principalmente nos momentos de stealth.

A Plague Tale: Requiem será um marco na vida de quem o jogar, trazendo sentimentos poucos vistos nos jogos, algo que faz falta nos dias de hoje, em um mundo no qua as histórias são tão genéricas.

Lembrando que o jogo está disponível desde o seu lançamento no Xbox Game Pass, então aproveite.

Comprar A Plague Tale: Requiem na Microsoft Store

Plataformas: Xbox Series X|S
Publicado por: Focus Entertainment
Desenvolvido por: Asobo Studio
Data de lançamento: 18/10/2022
Opções de compra: Microsoft Store

O jogo foi acessado via Xbox Game Pass para a realização desta análise.

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About Author

Desenvolvedor Web e Analista de TI, gamer assíduo desde a época do Atari, fã de Metal Gear(menos o Phantom Pain) e Gears of War. Ter a oportunidade de trabalhar um pouco com games é um sonho realizado. Falta só ir para E3!!!

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