Durante todos esses anos de existência, a franquia Call of Duty passou por muitos altos e baixos, principalmente relacionados ao seu multiplayer, mas algo que manteve uma boa constante de qualidade foram suas campanhas, com boas histórias para deixar o jogador imerso no universo de guerra que envolve seus títulos. Em 2019, a Activision e a Infinity Ward decidiram fazer um reboot em um dos títulos mais queridos e famosos da série, o icônico Modern Warfare, trazendo seus personagens carismáticos, mas recontando sua trama sob uma nova perspectiva.
Agora, temos a continuação dessa nova saga com Call of Duty: Modern Warfare II, que chega com a responsabilidade de continuar o belo trabalho de seu antecessor. O jogo se passa três anos após os acontecimentos do jogo de 2019 e mostra a Força-Tarefa 141, montada pelo Capitão Price no final do jogo anterior, finalmente entrando em ação para combater uma nova ameaça terrorista de escala global.
Será que Call of Duty conseguiu entregar mais uma história envolvente e cheia de momentos marcantes? Confira em nossa análise a seguir.
Colocando a Força-Tarefa 141 em ação
Com a ameaça terrorista, que sempre encontra uma nova maneira de se fortalecer, Capitão Price recebeu sinal verde para montar sua própria equipe no final do Modern Warfare de 2019, a famigerada Força-Tarefa 141, um esquadrão icônico que possui personagens que os fãs amam.
Com uma ameaça que se entranha em diversos locais do mundo, através de conexões misteriosas, eles precisarão de muita inteligência, poder de fogo e cautela para encontrar uma maneira de parar a Al-Qatala, cujo líder, o General Ghorbrani, foi morto em um ataque aéreo dos Estados Unidos, e seu sucessor, o impetuoso Hassan Zyani, não só buscou aliados em um Cartel internacional de drogas, mas também busca vingança, e destruição em massa, com mísseis que ele roubou dos próprios americanos. Nossa missão é impedir que isso aconteça, usando os nossos recursos em diversas incursões espalhadas pelo mundo.
A primeira metade da trama possui um ritmo mais lento, apresentando aos poucos as nuances de sua narrativa, bem como a personalidade e motivações dos personagens. Além do imponente Capitão John Price liderando essa equipe, ainda temos o inteligente Kyle “Gaz” Garrick; o queridinho dos fãs, Simon “Ghost” Riley; e o ousado John “Soap” MacTavish. Além deles, temos como aliados membros das Forças Especiais Mexicana, com destaque para o carismático Alejandro Vargas com seu senso inabalável de justiça. Além deles, também temos uma Kate Laswell mais ativa e determinada. Para trazer mais complexidade para a história, vemos o retorno do General Shepherd, um velho conhecido do jogo original de 2009, mas que aqui possui mais camadas para não ser apenas uma figura não confiável. Por fim, o jogo também acrescenta na equação os mercenários da Shadow Company e as dinâmicas que envolvem os personagens do Cartel de drogas. Tudo feito para estabelecer conexões explosivas entre esses núcleos narrativos.
Após todos esses personagens serem bem expostos, assim como todas as peças nesse tabuleiro, a história na segunda metade decola com um ritmo de ação frenético e emocionante, que nos deixa colados na tela até os momentos finais. Tudo que foi exposto de forma mais lenta no início, foi essencial para criar uma bela conexão com todo o desenvolvimento da história e de seus personagens carismáticos. O jogo até mesmo te envolve com escolhas de diálogos para trazer mais informações sobre aqueles soldados, como uma forma de humanizá-los, adicionando mais profundidade para eles.
Durante suas 17 missões de campanha, Call of Duty: Modern Warfare II não se torna repetitivo em nenhum momento, alternando bem entre diálogos, cenas de exposição da história, ação, tiroteio e sobrevivência, e ainda nos surpreendendo com belas reviravoltas, oferecendo uma trama envolvente de se acompanhar.
Grande variedade de missões e mais desafio
O modo Campanha de Call of Duty, além de apresentar o contexto narrativo que movimenta sua proposta, também é uma forma de introduzir mapas, armas, equipamentos e mecânicas que os jogadores irão encontrar no multiplayer e Warzone, que são os modos que realmente deixarão o jogo vivo por um longo tempo.
Em Call of Duty: Modern Warfare II a Infinity Ward foi muito inteligente ao apresentar essas novidades dentro de missões variadas e que sempre trazem algo diferente. O estúdio ousa ao trazer mais flexibilidade para completar objetivos, fugindo da linearidade exagerada dos jogos anteriores. Outro ponto a se destacar é o nível de dificuldade, que oferece desafios mais altos que o habitual, deixando a jornada mais complexa.
A variedade de missões é algo muito importante para trazer ritmo para a história. Em Call of Duty: Modern Warfare II nunca estamos entediados, pois hora vivenciamos um conflito aberto, mas em outros momentos estamos em missões de infiltração, que lembram Hitman, com muita furtividade e diversas maneiras de atingir seu objetivo. Também existem outras missões de infiltração usando Snipers se esgueirando por vegetações, ou mergulhando para eliminar inimigos com facas de arremesso. Em outros momentos, comandamos as armas de um avião de guerra ou direcionamos nossos aliados através de câmeras. O jogo até mesmo traz missões focadas em criação de itens para improvisar armas. Você nunca sabe o que pode acontecer a seguir e isso traz um ritmo muito bom para embalar cerca de 8 horas de história.
As sequências de perseguição de veículos seguem presentes e aqui trazem mecânicas bastante complexas, como a possibilidade de pular nos transportes para roubá-los, pular de um para outro caso estejam em estado crítico, e perto de se destruírem, e ainda sendo possível subir nesses veículos para atirar nos inimigos enquanto você também luta para se manter em movimento.
As missões também exploram os mapas mais abertos e essa liberdade dada ao jogador para que ele complete seus objetivos como achar melhor. É lógico que ainda existem passos que devem seguidos, mas foram adicionadas possibilidades de chegar no alvo.
A IA dos inimigos está bastante melhorada. Um exemplo disso acontece nas sequencias nas quais precisamos nos esconder nas vegetações para não sermos descobertos. Caso seja encontrado pelos inimigos e a missão falhe, ao reiniciar a missão você não consegue se esconder em um ponto no qual o inimigo não andou antes, pois seu comportamento muda a cada tentativa, se tornando mais difícil de prever. Os inimigos também estão mais agressivos e te fazem mudar a estratégia a todo momento.
Como esse jogo é mais voltado para a estratégia de desmantelar essa ameaça terrorista, pois existe uma cautela para não deflagrar um conflito mundial, as missões são mais focadas no estilo tático. Apesar de fazer total sentido dentro da proposta narrativa, senti falta de mais momentos de conflito aberto. Ainda assim, dentro de tudo o que foi apresentado, a experiência geral é muito satisfatória com uma bela mistura de missões variadas, mecânicas interessantes e um bom nível de desafio.
Apresentação audiovisual impressionante e imersiva
Nos primeiros minutos de Call of Duty: Modern Warfare II já fiquei impressionada com sua alta qualidade gráfica. Personagens bem apresentados e com animações naturais, que ajudam a trazer verdade para a narrativa que está sendo trabalhada. Além deles, os cenários estão deslumbrantes, com um nível de detalhes e realismo gigante, além de uma iluminação dinâmica e efeitos de tela que se juntam para deixar tudo bastante realista e imersivo. Um pacote que exalta a variedade dos ambientes, mesclando suas belezas com a destruição melancólica da guerra.
Jogando no Xbox Series X não pude deixar de ficar impressionada a todo momento, com um desempenho que se mantem com seus 60FPS constante, e uma resolução 4K com HDR, que deixam o que vemos na tela ainda mais impressionante. Existe suporte para 120FPS para TVs que possuem essa opção.
O som também acompanha esse trabalho primoroso, seja com sons de armas e explosões muito realistas ou temas musicais que embalam perfeitamente cada situação. A dublagem em Português do Brasil está muito bem feita, com vozes que combinam e trazem o tom certo para os personagens e as situações que os rodeiam. As legendas também estão muito bem traduzidas para o nosso idioma. Um cuidado que potencializa nossa imersão na narrativa.
Opinião
Call of Duty costuma entregar boas Campanhas e com Modern Warfare II a franquia conseguiu, mais uma vez, atingir esse objetivo. O jogo estabelece um belo ritmo, com missões variadas, cenários deslumbrantes e uma trama que apresenta bem suas camadas, e que tem seu desenvolvimento elevado com personagens carismáticos e bem construídos. A imprevisibilidade é um ponto alto de toda essa experiência, pois nunca sabemos o que nos espera e quais desdobramentos podem acontecer, nos deixando vidrados na tela, criando ansiedade sobre como tudo aquilo pode terminar.
A apresentação audiovisual é impressionante, com um resultado gráfico que realmente ressalta o poder dos novos consoles, e feitos sonoros que potencializam a imersão.
Um belo aquecimento para o lançamento oficial de Call of Duty: Modern Warfare II, que acontece no dia 28 de outubro, com seu aguardado modo multiplayer. Vale lembrar que completar as missões da campanha garante uma série de recompensas que podem ser usadas nos modos competitivos do jogo quando ele for lançado.
Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: Activision Publishing Inc.
Desenvolvido por: Activision Publishing Inc.
Data de lançamento: 28/10/2022
Opções de compra: Microsoft Store
O jogo foi cedido gentilmente pela Activision para a realização desta análise.
