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Análise – Saints Row

Os jogos de mundo aberto mudaram toda uma dinâmica de experiência, que saíram de um mundo linear e aumentaram o escopo, dando muitas oportunidades de diversão para os jogadores. A franquia GTA foi uma das primeiras a criar um mundo coeso e vivo, virando um modelo a ser seguido. Depois dela vários jogos surgiram e poucos conseguiram criar toda essa magia. Dentre os mais populares posso citar Watchdogs da Ubisoft  e Saints Row, que criaram sua identidade própria, desvinculando o estigma de serem chamado de clones.

A franquia da Volition mudou desde seu inicio, indo de um jogo de gangues para o espaço e até mesmo um mundo estilo Matrix. Mas após tantas mudanças, a desenvolvedora resolveu voltar as raízes, saindo de Steelwater e indo parar em uma cidade mais latina, chamada de Santo Ileso.

Será que foi a decisão correta refazer todo o caminho ou era melhor continuar com o estilo insano e excêntrico?  Descubra em nossa análise a seguir.

O NASCIMENTO DE UMA LENDA

A reimaginação de Saints Row já começa pelos momentos finais, quando já estabelecemos a gangue, mostrando os integrantes em um momento de muita diversão. Então abrimos o armário e podemos customizar nosso personagem, escolhendo cores, massa muscular, gênero, vozes e etc. As opções são variadas, dando a oportunidade do jogador ser o que ele quiser.

Nossa gangue é formada por amigos.

Depois de alguns pequenos diálogos, partimos para o começo da nossa aventura, que volta para o inicio verdadeiro. Nosso chefe está em uma missão, que sai melhor do que o esperado, sendo um grande destaque dessa tarefa.

O protagonista vive com seus amigos em um apartamento onde mal conseguem pagar o aluguel, logo ele tenta de todas as maneiras honrar com as suas despesas, inclusive trabalhando para fazer isso. Mas nem tudo dá certo e as coisas pioram ainda mais. Esse é o estopim necessário para que o futuro Boss, ao lado de Neenah, Eli e Kevin comecem a construir seu império do crime. Cada missão nos leva para a construção da gangue, que diferentemente dos jogos anteriores, é bem mais modesta e corrida.

A diversão é nosso maior triunfo.

As missões principais fortalecem o laço e dão importância para os personagens secundários, mas tiram o peso de criar um império, ficando essa responsabilidade para as missões secundárias.

Reimaginar a série foi uma boa oportunidade para trazer a franquia de volta ao eixo, que tinha alcançado grandes loucuras, indo para o espaço e até mesmo um espécie de simulação, mas confesso que senti falta dessas insanidades e até mesmo sua excentricidade. Até mesmo a reimaginação de nossos amigos não teve tanto êxito, quanto deveria, trazendo personagens que são mais do mesmo. Kevin, por exemplo, não é nem 10% do que Johnny era, e essa comparação acaba acontecendo pela semelhança entre os personagens, algo que deveria ser evitado com um novo olhar.

A história foca realmente no que o chefe precisa se tornar para a gangue, como se fosse uma jornada de sentimento pessoal.

Nosso personagem não é tão genérico como de costume.

Os vilões também não me empolgaram, pois são mal aproveitados e tem o seu desenvolvimento acelerado, como quase todas as coisas no jogo. Mas um personagem em especial é interessante, por ser muito caricato, mas é só isso, não espere uma construção tão legal quanto os últimos jogos.

As gangues são um misto do que já vimos em alguns jogos da série, mas tem seus lideres, com importância sendo reduzidas, algo que os outros jogo faziam melhor, dando tempo para desenvolver essas relações de antagonismo.

BEM-VINDO A SANTO ILESO

Um dos maiores acertos no jogo é a cidade de Santo Ileso, que diferentemente de Steelwater, possui diferentes biomas. Pense em um mapa enorme, que possui desertos, cidades rica e pobres, mar e muito o que fazer. A cada minuto que andamos por essa cidade, parece que estamos em alguma cidade do México, com uma forte influencia latina.

Nosso QG é o ponto de partida para as missões principais.

São inúmeras lojas, edifícios e pontos turísticos, que te farão andar só pela curiosidade em conhecer alguns locais. O único problema para mim foi usar pouco a grandiosidade do mapa na história, algo que GTA faz com maestria, ao levar o jogador por diferentes pontos do mapa dinamicamente. Os NPCs também possuem ações interessantes, mas nada muito avançado, são ações bem simples, que ficarão manjadas em algumas horas de gameplay. Sinto que as atividades secundárias acabam atendendo esse quesito, então se quiser conhecer mais de Santo Ileso, terá que completá-las.

O MESTRE DO CRIME

Saints Row é como se fosse um grande playground do crime, com inúmeras atividades a serem concluídas. Para ativar essas missões secundárias, o jogador deve comprar um pedaço de terreno e inaugurar um negócio. Muitos jogadores que jogaram a série, já conhecerão algumas atividades, que são marcas registradas do jogo e se surpreenderão com outras inéditas, como por exemplo um LARP, que é um evento de RPG no qual os participantes interpretam papéis como em um jogo.

Seja como caçador de recompensas ou mesmo eliminando a concorrência na venda de drogas, você terá várias opções para se divertir. Cada negocio inaugurado também possui uma quantidade missões a serem concluídas e que no final podem dar certas vantagens para o jogador, como armas especiais ou veículos.

Mesmo que complete a história, ainda poderá continuar a dominar o seu império, com essas missões secundárias, algo que aumenta o tempo de jogo.

Use o smartphone para ativar algumas missões.

O chefe ainda pode evoluir com níveis, que dão habilidades passivas e ativas, que trazem uma dinâmica bem interessante. Alguns inimigos são mais duros se serem alvejados, então escolha as melhores habilidades.

Lembra que falei de customização do Boss, também podemos fazer isso com carros e armas, com opções bem variadas e cheias de estilo. Além disso, os carros e armas possuem habilidades especiais, que são desbloqueadas conforme concluímos certos desafios.

Santo Ileso ainda contém uma quantidade enorme de colecionáveis, que podem ser desbloqueados com nossa câmera e depois usados para enfeitar nosso QG.

JOGABILIDADE REFINADA, MAS COM RESSALVAS

Em Saints Row podemos nadar, atirar, dirigir, voar com um skysuit, pilotar veículos aéreos e anfíbios. As opções são vastas e bem desenvolvidas, principalmente os carros, que na minha opinião sempre foram um ponto fraco na franquia, com sua dirigibilidade torta, mas agora isso está bem construído.

As armas também são divertidas e precisas, dando uma boa sensação de estar em uma filme louco de ação. O Chefe ainda pode dar socos e usar armas brancas para fazer o serviço mais sujo. Além disso, existem algumas finalizações, que são bem úteis na hora de recarregar nossa vida em combate.

Dirigir melhorou bastante em relação a outros jogos da franquia.

Só que nem tudo são flores, o jogo está lotado de bugs e durante algumas missões podemos ficar empacados por problemas com a câmera dos veículos aéreos, que simplesmente dá um zoom ao máximo, dando a mínima chance de se locomover de forma decente.

Minha análise foi antes do lançamento, então pode ser que muitos erros sejam corrigidos com uma atualização de lançamento.

SOM E GRÁFICOS

Saints Row possui gráficos bonitos, mas está longe de ser um jogo “da nova geração”, mesmo dando um show na hora do pôr do sol. Os personagens continuam com a mesma pegada mais cartunesca, algo que era um alivio cômico.

O som é espetacular, com uma trilha sonora que vai desde o rock mais pesado, ao hip hop dançante ou música country para viajar. Não existe dublagem em nosso idioma, mas as legendas em Português do Brasil ajudam na hora de ler algumas piadas interessantes.

OPINIÃO

Saints Row é um bom jogo de mundo aberto, mas se distancia da excentricidade, algo que fez sua fama. Foi interessante ver um outro olhar sobre o começo da gangue, principalmente em outro lugar como Santo Ileso, que é um lugar mais latino.

A história é mais centrada do que os últimos jogos, mas peca em ter pouca grandiosidade. A quantidade de missões principais são bem menores do que as secundárias, algo normal, se não fossem momentos tão curtos da história principal. As atividades secundárias são bem variadas e podem entreter o jogador por boas horas. Além dos colecionáveis, que são bem interessantes. O som é muito bom, principalmente sua trilha, que reúne um ótimo acervo, que vai embalar nossas aventuras. As legendas são bem importantes e necessárias, mas faltou a cereja no bolo, que seria a dublagem.

Existem bugs bem graves, que atrapalham em algumas missões importantes, então espero que isso seja corrigido com uma atualização de lançamento.

Saints Row é uma boa opção para quem curte jogos de mundo aberto e deseja por algo mais galhofa, mas não abre mão da ação e diversão.

Plataformas: Xbox One e Xbox Series X|S
Publicado por: Deep Silver Volition
Desenvolvido por: Deep Silver Volition
Data de lançamento: 23/08/2022
Opções de compra: Microsoft Store

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