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Análise – Venus: Improbable Dream

Quem nunca se sentiu ansioso na vida? Ao realizar uma prova. Durante uma entrevista de emprego. Um primeiro encontro. Ansiedade é um sentimento natural do ser humano, a não ser que ela comece a prejudicar seu dia a dia. Em um estudo realizado em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), somos o país com o maior número de ansiosos comparado com todos os outros.

É sobre este transtorno que o visual novel Venus: Improbable Dream aborda, ao contar a história de Akane Kakeru, um jovem com uma marca de nascença no rosto. A condição criou uma insegurança no nosso protagonista, a ponto dele não conseguir interagir com ninguém. Mas sua vida esta prestes a mudar quando Akane se vê obrigado a entrar no clube de música da escola.

História

Hemangioma, um tumor benigno formado pelo acúmulo anormal de vasos sanguíneos, que pode surgir em diversos locais do corpo. Akane Kakeru, nosso protagonista, nasceu com um Hemangioma bem abaixo do olho direito. Na maioria dos casos, o tumor reduz de tamanho até sumir sem qualquer tipo de tratamento. Não foi o caso de Akane. Uma cirurgia para remoção do tumor estava descartada, o risco de causar danos a visão não valia a pena.

Então, ele precisou aprender a conviver com aquela marca de nascença. É quando começamos a testemunhar o garoto ser consumido pela ansiedade. Em idade escolar, era de se imaginar bullying e todo tipo de provocações a cerca da marca de Akane, mas não é o que ocorre. Na verdade, Akane praticamente não interage com ninguém. Fica sentado no fundão da sala, evitando conversar ou ter contato visual com qualquer colega. Ainda assim, sua mente o faz imaginar nas mais diversas situações desconfortáveis,nas quais todos estão olhando em sua direção e julgando sua aparência. Por conta disso, a rotina de Akane é praticamente ir para escola e fugir direto para sua casa, ficando trancafiado no seu quarto, local onde se sente seguro. Até mesmo seus pais não conseguem criar qualquer diálogo.

É claro que as coisas não poderiam ficar assim. Akane acaba sendo inscrito no clube de música da escola, em uma tentativa de ajudá-lo a quebrar esta barreira que fez em volta de si. Ele já havia feito aulas particulares de piano quando mais jovem e gostava muito, essa poderia ser a oportunidade perfeita para isso.

Apesar de não gostar da ideia, Akane concorda assim mesmo. O que ele não esperava era conhecer Haruka, uma flautista cega. Devido a sua condição, Haruka também não é muito sociável e prefere realizar suas aulas separada dos demais colegas. A ligação entre os dois é quase que imediata. Akane e Haruka começam a treinar juntos e até encontrar-se fora das aulas de músicas. Eles vão cada vez conhecendo mais um ao outro, como a si próprios, e aprendendo a lidar com seus temores.

Mas será que tudo serão flores nesta relação?

Jogabilidade

Como já mencionado, Venus: Improbable Dream trata-se de um visual novel. Logo, sua jogabilidade se limita a ler diálogos, muitos diálogos, e realizar algumas escolhas. Todavia, confesso que o número de decisões que o jogador precisa tomar aqui é bem menor se comparado com outros jogos do gênero. Ao longo de 12 capítulos, são quatro ou cinco escolhas, no máximo. Isso se dá pelo fato de Venus: Improbable Dream ser focado apenas na relação de Akane e Haruka.

O desenrolar do jogo acaba se tornando bem linear, apesar de ter mais de um final. As escolhas acabam sendo resumidas em como vamos interagir com Haruka. Então, é preciso prestar atenção nos diálogos para que você não acabe ferindo seus sentimentos e tendo um final ruim.

Gráficos e Som

Venus: Improbable Dream foi produzido unicamente por Shirli Ainsworth (Borealis), que além de desenvolvedora de games é musicista. Os personagens foram desenhados por ela, enquanto os cenários são fotos de localidades reais desfocadas. A trilha do jogo é repleta de músicas de famosos compositores da música clássica, como Bach e Vivaldi. O resultado acaba sendo algo simples, mas competente.

No entanto, é preciso salientar algumas pontos. A escolha de paleta de cores da interface do jogo não foi das melhores. Em diversos momentos me perdi tentando achar qual item estava selecionando visto que a cor do fundo quase sobrepõe-se a de seleção. Também temos a falta de legendas em PT-BR, o que torna inviável avançar, visto o foco central estar nos diálogos.

Opinião

Venus: Improbable Dream entrega uma história comovente sobre dois jovens ajudando um ao outro a superar barreiras criadas por seu problema de ansiedade. Dá gosto testemunhar a relação de Akane e Haruka florescendo ao longo dos 12 capítulos do jogo.

Visualmente o jogo não impressiona, mas é bastante competente levando em consideração que foi feito por apenas uma pessoa. Devido a falta de escolhas que influenciem o destino dos personagens, há o final bom e o ruim, tornando o jogo um tanto quanto linear, sendo algo que pode incomodar aqueles que esperavam rejogar várias vezes para possíveis novos desdobramentos na história.

Entenda nossas notas.


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