O ano de 2021 será marcado por um período de escassez de grandes lançamentos, reflexos da pandemia que mudou a vida de muitas desenvolvedoras. Mas essa escassez tem um lado positivo, alguns jogos que poderiam passar despercebidos ganham ainda mais destaque, com muita criatividade e histórias que aquecem nossos corações.
The Artful Escape é uma dessas obras, no qual temos uma verdadeira explosão de criatividade, entre loucuras e um gameplay que mistura plataforma e algo semelhante ao clássico Guittar Hero. Será que o jogo convence? Descubra em nossa análise a seguir.
O PESO DE UM LEGADO
The Artful Escape conta a história de Francis Vendetti, um simples músico que fará o seu primeiro concerto em uma cidade chamada de Calypso. O local respira admiração pelo tio de Francis, chamado de Johnson Vendetti, colocando Francis em segundo plano.
O protagonista é cabisbaixo e sente o peso de ser uma sombra de um artista famoso, algo que acontece com muitos profissionais. Ao caminhar por toda a cidade vemos cartazes, e todo tipo de propaganda que sempre faz questão de lembrar que Francis está em segundo plano.
Algumas pessoas da cidade de Calypso dão força para Francis, mas a maioria só quer saber de Johnson Vendetti. Cabe ao jogador ajudar a Francis a cumprir seu destino.
UMA VIAGEM AO SEU EU MUSICAL
Francis é um sonhador e acaba caindo no sono dentro de seu quarto, acordando no meio da noite com um alienígena em sua porta, que representa um lendário artista, chamado de The Lightman, oferecendo a chance de se tornar algo muito maior do que ele sempre sonhou – é ai que partimos em uma grande aventura pelo cosmos da música, onde se reúnem civilizações e criaturas que respiram essa arte tão interessante.
A jornada de Francis pelo cosmos musical é muito interessante, com cenários e personagens coloridos e cheios de personalidade. Assim que chegamos a uma grande estrutura parecida com um grande cruzeiro, podemos partir em uma jornada de auto conhecimento para que Francis se torne uma verdadeira lenda.
Cada momento que vivenciamos serve para a nossa formação como artista. Em um determinado momento partimos em busca da fashionista, que ilustra essa “missão de Francis”, no qual podemos escolher nossas peças de roupa. Outro momento interessante de nossa jornada, é quando escolhemos a nossa origem, ou mesmo o nome artístico, que é algo que adiciona uma certa personalidade.
The Artful Escape possui uma boa dose de diálogos, que podem ser escolhidos, com algumas consequências sutis, mas nada que seja tão marcante. No geral o final será o mesmo, mas com algumas nomenclaturas diferentes. Ao chegar nos momentos finais vimos o quanto essa jornada foi importante para Francis, e tudo que vivemos nessa loucura serviu para chegar nesse momento de transformação para a sua vida, ou seria do Todo Poderoso Michael – sim, esse foi o meu nome de artista escolhido.
Alguns personagens secundários ganharam um pouco de destaque, que é o caso de Viollet e The Lightman, que são bem escritos e possuem desfechos, amarrando bem a história.
FAÇA SEUS ACORDES
A jogabilidade de The Artful Escape é bem simples, com comandos básicos de pulo, pulo duplo e também um botão para tocar sua guitarra. As partes de plataforma servem mais para avançar na sua jornada, e logicamente para locomoção do personagem.
O grande destaque da jogabilidade são os Jams ou batalhas musicais, algo que lembra bastante o lendário Guittar Hero. Entre vários chefes e seções de batalhas somos apresentados a canções bem elaboradas e que encantam.
As Jams são vencidas com a combinação dos botões, inclusive com mudanças em alguns trechos que simulam um grande palco. Só não espere uma grande dificuldade, visto que o jogador não perde, voltando para o mesmo trecho após errar uma sequência.
A VIDA PELA ARTE
The Artful Escape tem como sua direção de arte uma das suas maiores qualidades, com cenários psicodélicos e bem loucos. São inúmeras formas e cores diferentes, que fazem cada momento único, dando a sensação de que realmente estamos viajando pelo cosmo.
Uma das partes mais loucas é quando voltamos de uma missão, ai entra uma cena (loading disfarçado) cheia de frames loucos, focando em determinados elementos do jogo, e mostrando o quão insano é aquele mundo.
O design dos personagens vai desde os mais simples humanos até mesmo alienígenas diferenciados. Cada um combina com a localidade que estamos visitando, assim como sua música que complementa o pacote. Alguns personagens são baseados em criaturas mitológicas, como a tartaruga que carrega o planeta no casco.
Alguns momentos são de explodir a cabeça literalmente, com imagens que saltam os olhos. Caso tenha algum problema de epilepsia, esteja avisando que o jogo é bem ousado nas cores, então pause entre uma jogatina e outra.
O som é algo mágico e cheio de referências a grandes artistas como Bob Dylan ou mesmo John Denver, com momentos de aquecer o coração. Para quem curte guitarras em geral será um grande deleite.
The Artful Escape possui legendas em Português do Brasil, que ajudam a entender a história de Francis, assim como do mundo ao seu redor.
OPINIÃO
The Artful Escape é uma grande viagem de descoberta, no qual muitas pessoas podem se identificar, seja um artista ou não. Essa jornada do protagonista é algo tocante, pois une o jogador a obra, e isso foi feito de forma majestosa. A trajetória de Francis é cheia de loucuras, com uma grande viagem ao cosmos musical, no qual temos personagens incríveis e em alguns momentos marcantes.
A jogabilidade também teve êxito, com a união do cenário e o jogador, que usa a música para transformar o ambiente ao seu redor. Além disso, as batalhas são bem divertidas e cheias de surpresas, mas faltou um pouco de dificuldade, mas é uma critica pessoal e não atrapalha em nada na diversão do jogo.
The Artful Escape é uma explosão de criatividade e musicalidade, sendo algo diferente do que temos no mercado, oferecendo uma ótima pedida pra quem busca sair da mesmice.
* Certifique que este é o preço praticado antes de efetuar a compra. Os valores podem variar.