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Análise – Life is Strange: True Colors

Life is Strange é uma das franquias mais conhecidas por reunir histórias atuais e cheias de sentimentos. Esse tipo de jogo funciona muito bem para levantar questões, que nem sempre conseguimos ter noção em outros veículos de informação.

Em Life is Strange: True Colors acompanhamos a história de Alex Chen, uma garota que é convidada por seu irmão a morar na pequena cidade de Haven Springs, um lugar charmoso e bem acolhedor. Só que nada é tão simples quanto parece, e o mundo de Alex é virado de ponta cabeça, quando seu irmão mais velho morre. Caberá a você desvendar o mistério por trás dessa tragédia.

Será que Life is Strange: True Colors tem algo de diferente ou é somente mais uma sequência? Descubra na nossa análise a seguir.

O jogo completo estará disponível já em seu lançamento, ao contrário de outros títulos da franquia que chegavam de forma episódica. Dessa forma, True Colors oferece uma experiência completa e sem hiatos.

A CIDADE DAS CORES

A cidade de Haven Springs é um dos personagens mais importantes de Life is Strange: True Colors, e onde a trama do jogo se passa. Os cinco capítulos são abordados em sua maioria na cidade, então será um lugar bastante explorado pelo jogador.

O primeiro local que conhecemos é uma linda ponte, na qual temos um belo momento de reencontro com Gabe Chen, o irmão da protagonista. Durante os diálogos com ele, temos a escolha de agir de acordo com nosso coração, algo que faremos bastante.

Em poucos minutos já sabemos que as cores ilustram nossos sentimentos.

Haven Springs é uma cidade cheia de cores, algo que faz parte do tema do jogo, com lindas flores espalhadas pelas ruas, indicando rapidamente que é um lugar acolhedor.

Logo que partimos com Gabe para conhecer as pessoas, também conhecemos o comércio local, que não são muito explorados, tendo boa parte da história se concentrando em alguns locais, como a loja de discos, loja de flores, o bar, a loja de cachimbos e ervas e também a delegacia. Claro que esses locais possuem seus cômodos, mas sinto que a cidade foi pouco explorada. Sinto que esse foco em alguns lugares foi de propósito para mostrar o quanto a cidade é pequena, e para focar nos coadjuvantes, mas isso limitou um pouco a área de exploração.

Pebolim é um jogo bem divertido, ou seria totó?

Alguns locais de Haven Springs possuem mini-games, como por exemplo um pebolim (totó), ou mesmo um fliperama que podemos nos divertir com alguns personagens.

A cidade também é o lar de alguns eventos como o festival da primavera, no qual acontece alguns momentos emocionantes. Também existe o LARP, que é uma espécie de RPG, no qual as pessoas da cidade recebem personagens para interpretar. Com ele até a jogabilidade muda, com batalhas por turnos, uso de poções, pergaminhos e até mesmo magia. O LARP foi mágico e surpreendente, dando espaço para momentos que unem sorrisos e também muitas lágrimas.

O LARP é uma das melhores partes do jogo.

SENTIMENTOS SÃO PODEROSOS

Alex Chen é uma personagem muito interessante, com várias camadas para serem descobertas e também para serem moldadas. A medida que jogamos, mais e mais conhecemos sobre ela, além de sua história que é cheia de reviravoltas.

Alex foi criada em uma espécie de orfanato, tendo um crescimento conturbado e uma vida nada fácil, cuja força foi elevada devido essas grandes dificuldades. A personagem possui um poder bem interessante, que é sentir os sentimentos das pessoas, e isso é ilustrado com as cores. Confesso que desdenhei desse tipo de poder, mas ao jogar por alguns minutos, e ver como ele funciona perfeitamente na trama, entendi a escolha dele.

Alex é uma personagem forte.

Além de saber como as pessoas estão sentindo, Alex pode absorver esse sentimento e isso a torna bem perigosa em certas ocasiões. O que faz com que algumas escolhas sejam bem difíceis, trazendo um peso enorme para as decisões.

PERSONAGENS INESQUECÍVEIS

Na história de Life is Strange: True Colors todos os personagens possuem espaço, com um desenvolvimento interessante para cada um. Essa dinâmica também possibilita que Alex entenda seus medos e sentimentos mais ocultos através de seus poderes, o que lhe oferece uma certa vantagem, e também um grande fardo a ser carregado.

Começando por Gabe Chen, seu irmão mais velho, que criamos um vinculo forte no primeiro capitulo do jogo, com momentos divertidos e bem tensos, algo que só fortalece nosso laço emotivo. Irmão nem sempre são unidos, mas aqui temos uma grande sintonia em ambos, que será explicada e questionada em vários momentos da história, o que só fortalece nosso objetivo.

Alex se conecta com alguns personagens, assim como o jogador também.

Na outra ponta temos Jed e Ryan, pai e filho, ambos são bem ligados a Gabe, e posteriormente a Alex, com diálogos interessantes e decisões difíceis. Steph é outra personagem que acaba ficando bem próxima da protagonista, pois ela sempre foi uma grande amiga de Gabe, também se tornando muito especial para Alex. Steph já e conhecida de alguns jogadores da franquia, pois apareceu em Life is Strange Before the Storm, mas você não precisa jogá-lo para entender a personagem, que foi introduzida neste jogo de uma ótima forma. Mac e Riley são um casal legal, mas cheios de problemas em seu relacionamento, principalmente na relação com Gabe, algo que conduz boa parte da trama.

Além desses personagens, temos outros que também possuem seus destaques, com momentos bem interessantes com Alex, principalmente em seus momentos ocultos, nos quais podemos explorar segredos escondidos em seu coração.

Alguns diálogos fortalecem nosso laço com os personagens.

Alex Chen possui um celular no qual recebemos algumas mensagens, além de poder ler as interações em uma espécie de twitter, no qual podemos ver os comentários e reações dos acontecimentos da cidade.

UMA HISTÓRIA OCULTA

A história de Life is Strange: True Colors gira em torno da morte de Gabe Chen, cujo evento adiciona uma fase bem interessante fora da cidade, colocando os poderes de Alex em ação, com proporções inéditas. Foi bem interessante ver outros aspectos dos poderes, com elementos que se misturam com a nossa realidade.

Assim que Gabe morre, Alex parte em uma busca implacável pela verdade, que vai de encontro com uma grande vilão, que é a mineradora Typhoon, uma empresa misteriosa e sem escrúpulos. Essa busca pela verdade, além de ser perigosa, causa efeitos colaterais nas relações de Alex.

Algumas escolhas levam diferentes consequências para o final.

O luto funciona de formas diferentes tanto para os habitantes de Haven Springs, quanto para Alex, que precisará lidar com sentimentos a flor da pele. Cada vez mais, as escolhas serão mais difíceis, então escolha com sabedoria. Essas mesmas escolhas definem nosso destino no final, que dependendo de algumas relações construídas, terão variações distintas.

Conforme avançamos na história desenterramos segredos da história de Gabe, Alex e outros habitantes, levando para um clímax inesperado.

SOM E GRÁFICOS

Os gráficos de Life is Strange: True Colors são bem desenvolvidos, mostrando que a Deck Nine Games soube trabalhar com a Unreal Engine. Desde os cenários cheios de cores, até mesmo o design de personagens que são cheios de detalhes.

Os gráficos desenvolvidos na Unreal deram uma boa melhorada.

Life is Strange: True Colors fala sobre sentimentos, e uma das ferramentas mais importantes para tocar o jogador é a música. Aqui, desde os primeiros minutos, somos agraciados com temas que nos encantam com melodias que tocam o coração. A trilha sonora é muito boa com um mistura de faixas inéditas, criadas para o jogo, e outras de bandas conhecidas como Kings of Leon e Radiohead. Essas são algumas das bandas presentes no jogo, que é bem servido nesse quesito.

A trilha sonora embala em momentos cruciais da trama, e através da loja de discos de Steph, máquinas de jukebox e até mesmo um tocador de discos em seu quarto. Alex também possui habilidades relacionadas com a música, garantindo momentos emocionantes com outros personagens da trama.

A música é a alma do jogo.

O som cumpre seu papel com a música sob destaque, além dos efeitos que são diferenciados. True Colors possui legendas em Português do Brasil, que estão bem sincronizadas, diferentemente dos jogos anteriores que sempre pecavam nesse quesito.

Em certos pontos do jogo e ouvi alguns bugs no som ambiente, mas pode ser algo que mude com o patch de atualizações no seu lançamento.

OPINIÃO

Life is Strange: True Colors é uma aventura incrível, cheia de sentimentos, amizade e muita música. A história de Alex Chen é cheia de reviravoltas, com pontos ligados ao passado da protagonista. O clímax é interessante e a trama nos prende até o final, mas sinto que é uma história parecida com o que já foi contado na franquia, apontando que a mesma precisa se reinventar.

A cidade de Haven Springs é linda e bem colorida, trazendo um sentimento de aconchego, assim como os personagens secundários que são bem escritos e nos fazem criar apego emocional, tornado as decisões um pouco mais complexas. A trilha sonora é majestosa, com um misto de músicas conhecidas e outras feitas para o jogo. Além disso, ela faz parte da trama, com momentos de alegria e também muita emoção. O mini games também são divertidos, com uma grande variedade que vai desde o pebolim até mesmo um LARP com todos os habitantes da cidade.

Life is Strange: True Colors é recomendado para quem curte o gênero storytelling e não faz muita questão de uma história complexa.

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