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Análise – Hades

Lançado em Setembro de 2020 para PC, Hades é o mais recente trabalho da SuperGiant Games a chegar nos consoles. Um verdadeiro sucesso entre a crítica especializada, o jogo nos coloca na pele de Zagreu, filho de Hades, em uma árdua tarefa de fugir do mundo dos mortos. Em uma jornada com uma história intrigante, com belos cenários, personagens marcantes e muita, muitas mortes, não demora a perceber o por que Hades é um dos jogos mais falados nos últimos tempos. Venha conferir o que achamos.

A fuga do Submundo

A jornada de Hades começa sem muitas cerimônias. Assumimos o controle do deus Zagreu enquanto inicia sua fuga do Reino dos Mortos, diretamente do Palácio de Hades. Realizar tal feito obviamente não é uma simples tarefa, principalmente quando o próprio Senhor do Submundo está disposto a impedir a ascensão de nosso protagonista. Hordas de lacaios. Armadilhas. Batalhas contra chefes extremamente desafiadores. Zagreu precisará superar todas essas adversidades, sem morrer!

Sim, Hades é um jogo do gênero roguelike. Morrer, algo inevitável aqui, significa recomeçar sua jornada desde o início. Todo seu progresso é perdido. E se você já está se cansando só de imaginar ter de ficar repetindo avançar pelas mesmas áreas, pode relaxar! A SuperGiant Games conseguiu dar um jeito de tornar cada tentativa de fugir do submundo uma experiência única!

Um jogo democrático

Convenhamos, o gênero roguelike não é exatamente um dos mais populares. Mas como a SuperGiant conseguiu realizar a proeza de tornar Hades um fenômeno, mesmo sendo um representando este gênero de nicho? A verdade é que o jogo possui diferenças sutis, que consegue agradar gregos e troianos.

A princípio, sua estrutura segue a mesma de jogos como Dead Cells, Don’t Starve, Darkest Dungeon e outros. Você deve avançar por pequenas arenas, derrotando inimigos, chefes, tudo isso em uma só tentativa sem morrer. Não é uma tarefa fácil, pois a morte significa perder todo seu progresso. Ou quase isso.

Ao morrer, Zagreu consegue levar alguns espólios consigo. Ódolos, Escuridão e Gemas, itens que são usado moeda de troca com diversos personagens. Você pode aumentar permanentemente os pontos de vida de Zagreus. Comprar novas armas. É possível até mesmo enganar a morte em alguns casos.

Assim, o jogador consegue ter um senso de progressão, gerenciando as melhorias  de Zagreus. Uma forma de agradar aqueles que não são muito fãs de roguelike, sem perder as principais características do gênero.

O ciclo viciante

Pode parecer contraditório, mas recomeçar uma fuga pode ser uma das melhores características de Hades. Não só pelo fato de você conseguir melhorar as habilidades de Zagreu, mas também a brilhante forma que a SuperGiant bolou para contar a história do jogo.

Cada vez que Zagreu morre, um novo pedaço da história do jogo é apresentada. Lembrem que o jogo começa sem qualquer explicação da motivação de nosso protagonista em fugir do reino de seu pai. Aos poucos, vamos descobrindo o por que das coisas.

Também interagimos com diferentes personagens da mitologia grega. Figuras ilustres como Aquiles, Cérbero, Teseu e os próprios deuses do Olimpo. E outras não tão famosas como Sísifo, Orfeu, ou Euridice. Cada um com um papel fundamental na fuga de Zagreu. Cada um com sua própria história e personalidade.

Em mais de 20 tentativas, ainda sou apresentado a novos diálogos e vou torcendo para aqueles em que a história mais me chamaram atenção apareçam pelo caminho, uma vez que os encontros são totalmente aleatórios.

Um primor técnico

Fechando com chave de ouro, Hades ainda é um jogo tecnicamente impecável. Como um bom roguelike, uma infinidade de inimigos, projéteis e qualquer objeto com objetivo de derrotar Zagreus, acabam enchendo a tela do jogo. Isso não foi um problema para o Xbox Series X, que rodou o jogo lindamente. Sem quedas de frames. Comandos sempre responsivos.

Os cenários são de tirar o fôlego. Nunca me canso de apreciar a vista dos territórios do Submundo, todos desenhados a mão, antes de sair na porrada com inimigos. Estes apresentam uma boa variedade, com tipos de lacaios distintos em cada região do Submundo.

Ah, e todas as falas são dubladas, excelentes, diga-se de passagem. Com uma infinidade de diálogos originais. O próprio Zagreu quando morre solta uma lamentação diferente, a depender de como morreu. Por um lacaio qualquer, em uma luta contra chefe ou em uma armadilha. Não presenciei ele repetir nenhuma fala até então.

Opinião

Hades chega ao Xbox e mostrando o por que se tornou um dos jogos mais aclamados nos últimos tempos. Com combates fluídos, uma história  contada de forma criativa e um mundo exuberante já o tornam um dos grandes lançamentos do ano. Não fosse isso o bastante, o jogo está disponível no catálogo do Xbox Game Pass desde seu lançamento, tornando obrigatório que você ao menos experimente o jogo, mesmo não sendo lá muito fã do gênero roguelike.

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