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Análise – Kaze and the Wild Masks

O gênero plataforma faz parte da vida de muitos jogadores, pois com a simplicidade de seus comandos vem o encanto dos pequenos jogadores. Essa afirmação serve para os jogadores que viveram na era dos bits, na qual os jogos não eram tão complexos, mas tinham um certo desafio.Durante a época de ouro dos jogos de plataforma, surgiram grandes mascotes e jogos que conquistaram os nossos corações. Títulos como Donkey Kong, Sonic, Rayman e Super Mario encantavam jogadores e pavimentavam uma paixão que se estende até os dias de hoje.

Hoje, as opções para esses tipos de jogos se resumem aos consoles da Nintendo ou algumas desenvolvedoras indies. Com isso, alguns jogos bem interessantes conseguem ganhar o mundo, é o caso do jogo brasileiro Kaze and the Wild MasksEle é desenvolvido pelo estúdio brasileiro PixelHive, que tem o jogo como um dos primeiros trabalhos próprios.

Kaze and the Wild Masks é um jogo de plataforma 2D, que pega grandes inspirações em jogos como Donkey Kong, Sonic e Rayman. Sendo um título que se baseia em grandes experiências do passado, será ele conseguiu conquistar seu espaço, em um gênero que se tornou de nicho?

UMA HISTÓRIA SIMPLES

Kaze and the Wild Masks conta a história da protagonista Kaze, que ao encontrar um estranho artefato acidentalmente liberou a maldição da vilã Typhoon por todo o Vale das Cenouras, transformando os vegetais em versões malignas que se tornanram uma grande ameaça. Para piorar a situação, a vilã aprisiona seu amigo Hogo dentro do artefato e foge.

Essa premissa é bem simples, mas que já é suficiente para o jogador entender um pouco da história. Mas não pense que a história é algo muito relevante para o alicerce do jogo. Fica bem claro que o foco da desenvolvedora foi criar a melhor experiência possível de gameplay.

Uma aventura com garantia de diversão

Caso o jogador queira saber mais da história, ele precisa pegar os coletáveis, como por exemplo completar a palavra KAZE que tem suas letras espalhadas pela cenário. Cada sequência de coletáveis libera uma ilustração que conta um pouco mais do enredo. Esse aspecto garante um maior fator replay, aumentando o tempo de jogo. Essas ilustrações também trazem muitas informações sobre o passado do título, algo que pode gerar curiosidade nos jogadores.

A história poderia ser mais bem desenvolvida, mas acredito que futuramente, com mais experiência e mais recursos, isso seja melhorado nos próximos projetos.

PLATAFORMA RENOVADO

Um dos pontos que mais devemos prestar atenção em Kaze and the Wild Masks é a sua jogabilidade, que consegue prender o jogador, mesmo não tendo uma história inesquecível. Por mais que uma chuva de boas referências surja na nossa cabeça, no geral temos um gameplay que é bem gostoso de curtir.

Nos primeiros minutos de jogo já podemos notar que Donkey Kong foi sua maior inspiração, com fases que pegam muito daquele sentimento de desafio ao longo prazo. Sim, em Kaze and the Wild Masks temos muitos desafios para o jogador, que terá que lidar com atividades diferentes a cada nível que avança. Mas fique tranquilo, pois a curva de aprendizado te ajuda a superar esses problemas. Na verdade, os desafios ficam maiores caso o jogador goste de coletáveis, pois esses itens geralmente ficam em lugares mais complexos.

O design das fases é bem variado

Voltando a falar do gameplay, existe um boa simplicidade de comandos, que vão evoluindo a medida que avançamos pelas fases. A protagonista Kaze pode pular, planar e bater com sua calda para eliminar inimigos e coletar cristais. Além desses comandos, temos outros recursos de gameplay bem interessantes, como se pendurar em cordas, ou ser jogado em uma espécie de compartimento e ser arremessado para outro lado, algo semelhante aos barris de Donkey Kong.

As máscaras dão habilidades poderosas para Kaze.

As boas influências não param por ai, um dos jogos que mais me encantaram recentemente foi o
Crash Bandicoot 4: It’s About Time e parece que ele influenciou Kaze and the Wild Masks também, com um dos recursos mais legais do jogo. Em algumas fases, Kaze adquire máscaras que fazem com que a personagem tenha poderes de alguns animais, como por exemplo um tubarão, dando a possibilidade do jogador acessar áreas submersas. Essas fases que utilizam as máscaras são bem interessantes, pois precisamos sair da zona de conforto, além de também serem bem divertidas.

Kaze and the Wild Masks possui dois modos de jogo: um em queno qual Hogo nos protege de apenas um dano e há somente um checkpoint por fase e outro no qual o companheiro aguenta até dois golpes e há mais de um ponto de checagem nas telas. Essa escolha acontece no começo de sua aventura, então opte pela que mais se encaixe com seu estilo.

A LUTA CONTRA OS VEGETAIS MALVADOS

Os inimigos possuem uma arte bem interessante, que remete ao universo no qual fomos inseridos. Sim, cada mundo que viajamos tem um casamento de design entre as fases e os inimigos dela. Além do design bem feito, cada inimigo possui um tipo de locomoção e rotinas diferentes, fazendo com que o jogador use a resposta rápida para avançar nos terrenos.

Os chefes do jogo trazem uma grande dose de diversão

Além dos inimigos tradicionais, também existem algumas batalhas contra chefes bem divertidas, que também fazem que o jogador use a cabeça para vencer. Essas batalhas são mais interessantes quando podemos usar os poderes das máscaras, com a qual surgem situações bem legais.

SOM E GRÁFICOS

A direção de arte é muito encantadora, com fases que farão que o jogador sinta que está se locomovendo em um ambiente único. Esse tipo de cuidado é bem importante, para que criemos uma forte ligação com o jogo. As animações quando Kaze coloca as máscaras são bem legais, com vários efeitos e mostrando todo o seu poder.

Outro ponto interessante do jogo é a sua performance, que mesmo sendo um jogo indie, não perde para nenhum jogo AAA de plataforma em 2D. Durante minha jornada não tive nenhum bug ou queda de performance, confirmando a boa otimização para consoles.

O som é incrível, com uma trilha sonora bem harmoniosa e que envolve o jogador. Como o jogo é brasileiro, não poderia faltar localização para menus e textos todos em nosso idioma.

OPINIÃO

Kaze and the Wild Masks  é um dos jogos brasileiros mais interessantes que conheci nos últimos anos. A PixelHive lutou bravamente para construir algo com o qual possamos nos orgulhar. Os elogios são verdadeiros e valem para o jogo como um todo, com sua qualidade excecional no gênero plataforma. É claro que todas as inspirações ficaram bem visíveis, mas ao fazer isso na dose certa, transformaram a experiência em algo mágico.

A jogabilidade é bem gostosa e traz variedade, seja pelas muitas habilidades que a personagem possui ao utilizar as máscaras ou pelo design de fases, que não enjoam em nenhum momento. Além disso, ele é bem desafiador e cheio de coletáveis, adicionando um grande fator replay.

A PixelHive  pode se tornar uma das grandes empresas brasileiras a se destacar pelo mundo. Espero que os próximos projetos cheguem logo, pois o futuro é bem promissor.

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