Devil May Cry 5 foi um dos melhores jogos da geração Xbox One, e já era de se esperar que o título tivesse algum tipo de atualização para a nova geração. A Capcom anunciou que ele receberia uma Special Edition, que além de melhorias gráficas e de performance, também teria diversos conteúdos adicionais, como a adição do famigerado Vergil como personagem jogável.
Em tempos onde muitos estúdios optaram por atualizar seus jogos gratuitamente, a decisão da Capcom foi bem ousada. E a pergunta que fica no ar é: “Será que vale a pena pagar novamente pelo jogo?”. Espero que ao final dessa análise você consiga chegar a uma conclusão.
Mantendo a base de sucesso
A Special Edition traz todo o conteúdo de Devil May Cry 5, então você irá passar pela mesma história onde enfrentamos a grande ameaça do poder demoníaco que voltou para assolar o mundo. E iremos acompanhar a jornada de Nero, Dante e o novo personagem V para encontrar o poderoso demônio Urizen, que parece ser a origem da atual destruição. Tudo recheado com diálogos irreverentes, mas também acontecimentos importantes sobre a série. Sendo um prato cheio para os fãs.
A jogabilidade permanece aquele verdadeiro parque de diversões do Hack and Slash, sendo um jogo que não abandona suas origens e teve a coragem de trazer o gênero de volta a sua antiga glória. Mesmo já tendo jogado Devil May Cry 5, é inegável que continua uma delícia se aventurar pelas hordas de demônios de Red Grave City, com uma pancadaria cheia de estilo e combos insanos.
Dessa forma, tudo o que era ótimo na versão original, continua maravilhoso na Special Edition. Confira a análise do jogo base para saber mais detalhes dele.
O que mudou nessa edição?
Mas o que tem de diferente nessa edição então? A principal novidade é Vergil como personagem jogável. Ele está presente em Devil May Cry 5, mas você não pode jogar com ele. Na Special Edition foi criado um modo especialmente para ele, onde revivemos as missões, mas jogando com o sisudo irmão de Dante.
Esse modo foi uma montanha-russa de emoções para mim, pois ele inicia com uma cena inédita mostrando a visão de Vergil quando ele recupera a sua Yamato, e eu esperava que as demais missões também fossem trazer uma perspectiva única dos acontecimentos, mas não foi bem isso que aconteceu. Existem até mesmo combates que simplesmente não fazem sentido de acontecerem enquanto você joga com Vergil. Para mim, isso foi um tanto quanto decepcionante, e esperava que a Capcom em vez de apenas adicionar um personagem tão importante, também trouxesse uma trama única para ele, sendo algo que enriqueceria muito o universo de Devil May Cry para seus fãs.
Você simplesmente joga novamente as missões do jogo base com o Vergil, em resumo é isso. As únicas alterações é a cena de abertura que citei acima, e uma para o complemento do final.
Apesar dessa sensação de que o modo foi mal aproveitado do ponto de vista narrativo, o mesmo não pode ser dito da jogabilidade, pois é simplesmente maravilhoso jogar com Vergil, com sua forma única, e profunda, de abordar os combates. O personagem pode ser melhorado com Orbes Vermelhos, assim como acontece no jogo base com os outros.
Obviamente ele possui a sua amada katana Yamato ao seu lado, mas também pode variar com as soqueiras Beowulf, e a estilosa espada Mirage Edge. Além de utilizar a Lâmina Ilusória para atacar seus adversários à distância. O seu Devil Trigger evoca um clone que repete seus movimentos com a Yamato, e traz uma possibilidade interessante para a batalha. Além disso, ele também entra no modo Sin Devil Trigger, se transformando em uma forma demoníaca poderosa, que é de grande ajuda em batalhas mais desafiadoras.
A grande novidade ficou por conta da habilidade “Mundo do V”, onde ele se empala com a Yamato e se transforma em V por um breve momento para atacar uma grande área com os poderes dos especiais das invocações do novo personagem. O dano em área é alto e o efeito na tela é insano. Para entrar nesse modo ele precisa ter preenchido alguma parte da Barra de Concentração, e a forma como essa barra enche foi muito bem pensado para refletir a personalidade de Vergil. Ele é conhecido por ser extremamente técnico e calculista, e isso se reflete em batalha. Ao se movimentar lentamente, realizar ataques com sucesso e esquivas no tempo certo, o medidor de concentração é preenchido rapidamente, mas se Vergil tomar golpes, desviar fora do tempo ou correr e pular durante as lutas, o medidor vai se esvaziar rapidamente. Jogar com Vergil é ser meticuloso e frio o tempo todo.
Esse modo também chega para Xbox One no dia 15 de dezembro como um DLC pago para que já possui Devil May Cry 5, sendo a chance de quem ainda não possui os consoles Xbox Series X|S, de também poder jogar com Vergil, o que eu considero uma ótima postura da Capcom.
Mas as novidades não param em Vergil, pois a Special Edition possui alguns modificadores exclusivos para apimentar a jogabilidade, trazendo de volta modos muito queridos dos fãs, e que transformam a experiência. Primeiro recebemos o modo Lendário Cavaleiro das Trevas, no qual a tela fica cheia, mas cheia mesmo, de inimigos, sendo quase um musou de Devil May Cry, com hordas incessantes de demônios desafiadores para matar, além da aparição de alguns inimigos que não faziam parte originalmente daquela missão, o que torna a aventura totalmente inesperada. A outra adição é o Modo Turbo que aumenta consideravelmente a velocidade do jogo, deixando tudo ainda mais frenético. Que tal juntar os dois modos? Você pode!
Aproveitando o poder da nova geração
Um grande chamariz para Devil May Cry 5 Special Edition são as otimizações para a nova geração, prometendo um visual ainda mais caprichado, e uma performance mais fluida. A versão original, principalmente no Xbox One X, onde foi otimizado, já se apresentava de forma excelente, e para quem já jogou nessa versão, apesar de bonita, a versão de Xbox Series X não é tão impressionante assim. O problema é que o jogo já era extremamente bonito e polido, então não existe um salto tão gigantesco.
Sim, agora você pode jogar com 120FPS, ou aproveitando o realismo dos reflexos, sombras e iluminação possibilitados pela tecnologia Ray Tracing, além de se beneficiar de loadings insanos de tão rápidos, mas é difícil se impressionar muito, já que o jogo original é uma verdadeira obra-prima da RE Engine.
Quanto aos modos gráficos, você pode escolher entre jogar com Ray Tracing (4K/30FPS ou 1080p/60FPS) ou sem a tecnologia, fazendo o jogo atingir 4K/60FPS e o famigerado modo de até 120FPS com resolução dinâmica. O Ray Tracing é desativado automaticamente nos modos Tubo e Lendário Cavaleiro das Trevas.
Como já disse anteriormente, o jogo já era impressionante no Xbox One X, onde roda com 4K/60FPS, mas a adição de mais modos é algo muito bom para quem gosta de possibilidades. Eu particularmente optei por jogar no modo 120FPS, e não fiz questão do Ray Tracing, que apesar de deixar sim o jogo mais bonito, não achei uma implementação tão impressionante. Os loadings sim são uma grande evolução, sendo extremamente rápidos. No geral, a experiência é excelente, sem quedas de frames, travamentos ou texturas ruins.
O jogo também teve seu som melhorado, e oferece um imersivo áudio 3D aprimorado, aumentando bastante a imersão. Ele segue com legendas em português do Brasil, assim como na versão base.
Opinião
Devil May Cry 5 Special Edition oferece um desempenho gráfico muito bom, mesmo sendo difícil melhorar muito o que já era excelente. As novas adições de modo apimentam a experiência, sendo uma ótima opção para os que procuram algo ainda mais desafiador, sendo grandes atrativos para quem procura por novas experiências com os filhos de Sparda.. A edição ainda traz o personagem Vergil jogável, o que é uma ótima adição para os seus fãs, mas como ele também será adicionado no Xbox One, então a escolha é totalmente sua.
Eu adorei cada segundo revivendo Devil May Cry 5, pois o jogo é ótimo em sua essência. Se você não jogou, e já possui as novas máquinas, eu recomendo muito que se aventure logo por essa nova versão, pois já teria um pacote completo em mãos. No entanto, aqueles que já jogaram no Xbox One X, não verão grandes mudanças e podem tranquilamente apenas pegar o DLC do Vergil quando for lançado, e assim continuar mais tempo nesse universo.
Mas falando dessa edição em si, pode se aventurar tranquilo, ela com certeza é Smokin’ Sexy Style!!