Um dos períodos históricos mais famosos do mundo é a Guerra Fria, que começou logo após o fim da Segunda Guerra Mundial, no qual tivemos uma grande tensão entre os Estados Unidos e a extinta União Soviética. Entre lendas e fatos reais, tivemos uma grande movimentação em espionagem e desenvolvimento de novas armas, algo que já foi contado diversas vezes nos filmes e em alguns jogos. Agora foi a vez da franquia Black Ops embarcar nesse mundo obscuro.
Call of Duty: Black Ops Cold War é a edição de 2020 da fraquia Call of Duty, que encerra o final da geração com um jogo Cross gen. Nossa análise será baseada na experiência da geração Xbox One.
UMA GUERRA EM SEGREDO
Uma das guerras que foram batalhadas nas sombras, a Guerra Fria não foi travada nas trincheiras, mas matou da mesma forma com grandes ações em segredo de ambos os países, que já se preparavam para um terceiro conflito global.
Em Call of Duty: Black Ops Cold War continuamos a história de Mason, Woods e companhia, que lutam nas sombras para garantir que o povo americano tenha uma vida mais segura. No encalço de um inimigo que não tem rosto, somos apresentados a um novo protagonista, Bel que o jogador pode customizar nos primeiros capítulos do jogo.
Ao contrário de Modern Warfare, que optou ser um prequel do jogo clássico, aqui somos levados a acontecimentos pós Black Ops, então é bem interessante ver que Woods e Mason estão mais velhos e ainda mais loucos. Além disso, alguns easter eggs são mostrados para o jogador. Quando jogamos com Mason, por exemplo, percebemos que ele continua a ver os famigerados números.
O vilão sem rosto de Call of Duty: Black Ops Cold War é um fantasma, que dá trabalho para o jogador, e faz com que o governo use táticas tão sujas quanto as de seus adversários. Nada é o que parece, a cada missão somos apresentados a uma verdade que nem sempre é algo que aconteceu, confie somente em você mesmo.
A história consegue surpreender até os minutos finais, com grandes reviravoltas, então não perca nenhum detalhe.
MISSÕES INCRÍVEIS
As missões da franquia Call of Duty buscam a atenção dos jogadores, seja por sua história interessante, por adicionar personalidades conhecidas ou simplesmente por recriar sequências incríveis de ação. Aqui não seria diferente, temos diversas missões nas quais o jogador será surpreendido e que foram muito bem escritas.
Pegue por exemplo uma missão onde devemos entrar disfarçados na sede da KGB. Essa missão é uma das mais insanas que já joguei na franquia, por simplesmente tirar o jogador da zona de conforto, com inúmeras opções para completar o mesmo objetivo. Além disso, o perigo rondeia a todo momento, com vários momentos de tensão, que nos dá a sensação real de que não sabemos o que vai acontecer.
Outro ponto interessante é que podemos jogar missões secundárias, que são facilitadas através de investigações, ou encontrando colecionáveis durante outras missões. Também existem puzzles na sala de briefing que ajudam na preparação dessas missões, como por exemplo encontrar o alvo correto.
ESPIRITO DE NOSTALGIA
A ambientação de Black Ops Cold War proporciona ao jogador uma viajem aos anos 80/90, com uma trilha sonora incrível e que aquece o coração do jogador, além é claro das vestimentas e armas que são características dessa época.
Além disso, a Activision fez uma imensa homenagem aos seus grandes clássicos, que são mostrados através de fliperamas encontrados durante algumas missões. Fiquei vários minutos jogando cada clássico e me divertindo, pois não só somente testes, e sim jogos completos. Enduro, Pitfall e outros enchem nosso coração com muita nostalgia.
ZUMBIS
Em Call of Duty: Black Ops Cold War temos novamente a inclusão do famoso modo Zumbis, que faz parte dos jogos da franquia Black Ops. Pra quem não conhece o modo, temos um mapa que ao entrar com um equipe de até 4 jogadores devemos sobreviver a grandes horas de mortos vivos. Com a eliminação dos Zumbis, e finalizações de objetivos, pontuamos. Com esses pontos, o jogador pode comprar novas armas, munições e até mesmo habilidades que lhe dão vantagens.
O grande diferencial dessa edição são os buracos de minhoca ou túneis interdimensionais que transportam o jogador para uma realidade alternativa, com inimigos diferente e que mudam todo o contexto do mapa.
Recentemente, foi incluído um outro modo chamado de Dead Ops Arcade, que é um modo de fases para até 4 jogadores, que utiliza da visão isométrica. É um estilo bem diferente do que estamos acostumados, mas que faz menção aos arcades dos anos 80/90.
MULTIPLAYER VARIADO
Call of Duty: Black Ops Cold War possui uma grande variedade de modos, desde o modo Zumbis que falei acima, até mesmo os modos tradicionais PVP, que incluem Mata-Mata e suas variações, com destaque para os modos abaixo:
- Armas combinadas – é um modo bem interessante, principalmente por trazer mapas grandes, que incluem locomoção com veículos e pontos de defesa.
- Bomba Suja – é um modo semi Battle Royale, no qual o jogador deve coletar urânio em caixas ou eliminando outros jogadores e ir depositando nas cinco bombas espalhadas em um grande mapa, quando essas bombas explodem liberam radiação, ai o mapa vai ficando ainda menor.
- Escolta Vip – é um modo bem divertido, em que um grupo de jogadores deve escoltar um jogador que é caracterizado VIP até a extração, já os outros grupos deve eliminar esse VIP que tem algumas vantagens, como armas e defesa melhorada.
- VS Bots – aqui temos um modo para alguns jogadores que desejam treinar suas jogadas, além de conhecer melhor cada mapa. No começo da partida podemos escolher o nível de dificuldade dos bots, garantindo um desafio extra.
Um dos grandes problemas que encontrei no modo multiplayer é a sua baixa variação de mapas, que podem enjoar com o tempo, caso o jogador queira jogar muitas vezes seguidas. Em contrapartida, o trabalho feito em cada mapa foi bem executado, com recursos que atendem a vários tipos de jogadores.
Recentemente tivemos a adição do mapa clássico Nuketown, que é um mapa bem intenso e que expõe um outro problema do jogo, que é o respawn. Fica bem complicado jogar e não se estressar com um recurso tão desleal.
O número de jogadores é alto desde o lançamento, logo temos uma formação rápida para partidas, então não ficamos muito tempo esperado. Mesmo em modos menos populares.
O Loadout está interessante, com armas que remetem a época do jogo, é bem legal jogar com esse tipo de armamento, visto que nos jogos atuais algumas armas são muito automáticas. O número de operadores ainda é pequeno, mas nada que as temporadas não melhorem. As armas possuem upgrades que são facilmente instalados, e também são customizadas, e não é nada que já não tenha em jogos anteriores da franquia.
SOM E GRÁFICOS
Os gráficos do jogo estão em alto nível, mesmo jogando em um console da geração passada não tive problemas com bugs e performance. Fiquei bem impressionado, como conseguiram otimizar os gráficos, visto que alguns jogos crossgen estão passando por problemas graves de performance. Os efeitos de iluminação e sombreamento são bem feitos e não deixam a desejar, nem mesmo no multiplayer onde a performance é mais exigida.
A dublagem foi feita com muito carinho, com uma sincronia perfeita. Outro ponto a se destacar é a sonorização das armas, que traz uma boa diferença para cada tipo de calibre.
OPINIÃO
Call of Duty: Black Ops Cold War possui uma história que faz jus a franquia, com reviravoltas e missões de tirar o fôlego. A jogabilidade continua boa, com uma engine mais simples e otimizada, inclusive para a velha geração.
O multiplayer continua bom, com modos variados e que atende a todos os tipos de jogadores. Já o respawn continua a ser o calcanhar de Aquiles, sendo algo muito desleal. Os mapas são bem interessantes e cheios de recursos, mas em contrapartida ainda carece de conteúdo.
Um dos melhores shooters de 2020. Mesmo sendo uma franquia anual, conseguiu achar o seu caminho nas glórias do passado. Recomendo para quem curte uma excelente campanha de jogo de tiro e o multiplayer para quem gosta de algo mais sem compromisso.