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Análise: My Hero One’s Justice 2

Em 2018, a obra japonesa de sucesso My Hero Academia recebeu seu primeiro jogo de luta com My Hero One’s Justice. A recepção morna não impediu a Bandai Namco de lançar a continuação My Hero One’s Justice 2, que acompanha o arco mais recente do anime e traz algumas novas mecânicas.

Será que esta continuação teve um melhor desempenho? Confira em nossa análise.

Quero ser o herói número 1!

Como já mencionado, My Hero One’s Justice 2 é baseado no mangá/anime de My Hero Academia. Aqui, 80% da população do mundo acaba desenvolvendo algum super poder, definido como individualidade. Enquanto algumas pessoas fazem uso de suas individualidades no cotidiano, outras seguem carreira de heróis e ajudam a polícia na busca por justiça. Ser um herói é uma profissão neste mundo, a ponto de existirem escolas especializadas na preparação de jovens com individualidades que desejam tornar-se heróis.

Menu do jogo

O jogador acompanha a jornada do jovem Izuku Midoriya, que sonha tornar-se um dia o maior herói de todos, como seu ídolo All Might. Estudante da U.A, uma escola para super heróis, Deku (como é mais conhecido) precisa aprender a controlar seus poderes para conseguir realizar seu sonho. A campanha se desenvolve como um mangá, a história em quadrinhos com estilo japonês, com atores narrando as falas dos personagens. Após a mesma ser concluída, é liberada um novo “lado” da campanha, mostrando a história dos vilões.

História é contada quase que inteiramente por caixa de diálogos

A BYKING Studios, desenvolvedora de My Hero Ones Justice 2, tomou a peculiar decisão de continuar o jogo exatamente onde seu antecessor terminou. Não somente isso, a campanha é um pouco diferente da história original para render mais combates, e diversos grandes acontecimentos foram “cortados”. Fãs estranharão um pouco, mas se esse é seu primeiro contato com o mundo de My Hero Academia, infelizmente perderá momentos bem bacanas. Não há nem um resumão com eventos anteriores, e você perde boa parte do desenvolvimento do personagem, seus amigos, rivais e antagonistas. A BYKING Studios deixou muito a desejar neste quesito priorizando somente os fãs da série.

Batalhando até o topo

Como um bom jogo de luta, My Hero One’s Justice 2 conta com diversos modos clássicos presentes em praticamente qualquer jogo do gênero. Batalha livre, rede e arcade colocam o jogador direto em batalhas contra CPU ou jogadores. Há também o modo missão, que permite ao jogador controlar sua própria agência de super heróis.

Ganhando umas partidas online

Batalha livre é aquele modo mais simples. Escolha seus personagens e caia na pancadaria, seja contra um amigo ou a IA do jogo. Rede leva os jogadores para as batalhas online, onde você disputa partidas ranqueadas  ou de forma casual. Existem eventos que podem ser cumpridos nas partidas online, e que garantem prêmios especiais aos jogadores. No modo arcade você deve enfrentar uma série de oponentes pré-determinados para sair vitorioso. A dificuldade aumenta gradativamente conforme você vai derrotando cada oponente.

Conclua missões para desbloquear itens customizáeis

O modo que pode ser considerado “diferentão” seria o missão. Você gasta algum dinheiro virtual contratando heróis ou vilões para sua agência. Complete objetivos, suba o nível de seus personagens, libere novos personagens, ganhe itens cosméticos… A verdade é que não há muito o que gerenciar mesmo. Parece mais um modo sobrevivência, visto que os pontos de vida do seu personagem não se regeneram após o fim de uma batalha, tornando as coisas um pouco mais desafiadoras.

São modos até interessantes para dar uma sobrevida ao título, uma vez que você termina a campanha, naão existe nada que mereça tanto destaque.

Gameplay amigável

My Hero One’s Justice 2 traz um combate simples e amigável. Sem muito esforço, os jogadores conseguem realizar vários combos com apertar de um botão repetidamente. Esquiva, dois ataques especiais, bloqueio. Também há o ataque PLUS ULTRA, que presenteia o jogador com dano massivo e uma belíssima animação.

Jogabilidade fácil de se adaptar

Em comparação com seu antecessor, o jogo ganhou uma nova mecânica: os sidekick. Basicamente, você escolhe um personagem para a luta e dois como suporte. Cada um está representando um botão de seu controle, basta aguardar a barra de energia encher para poder usá-los, extremamente útil para quebrar os combos dos oponentes.

As batalhas acontecem em pequenas arenas que permitem ao jogador mover-se livremente e destruir boa parte do cenário. Ainda é possível subir nas paredes, o que acrescenta um elemento vertical e oferece mais dinâmica às batalhas. Lembra bastante os jogos da franquia Naruto.

Uma batalha para quebrar a mesmice

Mas nem tudo é uma maravilha. Infelizmente os especiais não possuem um fator limitador. Com exceção ao especial PLUS ULTRA, os demais não consomem barra de energia e podem ser usados indiscriminadamente. Isso acaba desbalanceando bastante quando encontramos jogadores que fazem uso desse artifício para ter vantagem nas batalhas.

Gráficos e Som

Talvez a parte mais importante para muitos fãs seja a parte gráfica. Ver seus personagens fielmente representados é mais do que a obrigação em qualquer jogo. E a BYKING Studios não decepciona, entregando um trabalho muito bem feito. Não só o visual dos personagens são idênticos ao da obra original, como o movimento e ataques durante as batalhas. A cereja do bolo fica por conta dos movimentos PLUS ULTRA, que apresentam animações bem fluídas e de encher os olhos. Parece que virou moda entre jogos de luta a customização dos lutadores e My Hero One’s Justice 2 não foge a regra. Há uma boa gama de itens customizáveis para todos os personagens, um mimo para os fãs.

PLUS ULTRA!

A parte sonora não fica atrás. Temos os dubladores do anime emprestando suas vozes para o jogo. Como de praxe, a Bandai mandou muito bem e trouxe o jogo legendado em pt-br.

Mas há algo que me deixou extremamente decepcionado no jogo. Como já mencionado, a campanha do jogo sofreu algumas alterações e alguns momentos foram mudados. Entretanto, parece que houve desleixo por parte da BYKING Studios na hora de recriar algumas lutas do anime. Primeiro, que poucas cenas não interativas aparecem durante a campanha. Segundo, quando aparecem, são muito mal feitas. A luta entre Deku e Overhaul, o ápice da temporada, está cortada, com movimentos que nem de longe lembram o anime. É algo bem triste.

Opinião

Jogos baseados em anime/mangá parecem sofrer a mesma maldição de jogos baseados em filmes. Em geral, apresentam uma experiência, no máximo, decente. Esse é, infelizmente, o caso de My Hero One’s Justice 2. O jogo pouco evoluiu se comparado ao seu antecessor. Sem contar nas controversas escolhas da desenvolvedora em modificar a história original, dificultando a chegada de novos fãs. É um jogo de luta que diverte, mas que dificilmente se destacará no seu gênero.

 

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