Produzido pela Toge Productions e publicado pela Chorus World, Coffee Talk é mais um indie chegando ao Xbox One. O jogo se trata de um Visual Novel onde você comanda uma cafeteria situada em uma versão alternativa da cidade de Seattle. Nela, você testemunhará todos os tipos de histórias e servirá os clientes mais peculiares.

A arte de ser barista

O ano é 2020, você é dono e único funcionário de uma cafeteria no meio de Seattle. Sua função é servir bebidas aos clientes com base em seus gostos e nos ingredientes disponíveis em seu estabelecimento. Em outras palavras, você faz o papel do barista.

Vai um chocolate quente?

Inicialmente, parece algo simples. O cliente faz um pedido no cardápio, você olha a receita, prepara, e pronto. Todos saem felizes. Um expresso, chocolate quente, ou cappuccino, pode mandar que nós preparamos. Entretanto, os clientes podem pedir algo que não está no cardápio, que você desenhe uma arte com latte ou até terem esquecido o nome da bebida. É aí que as coisas começam a se complicar.

Os clientes ainda dão algumas dicas como ingredientes que vão na bebida ou a sensação que a mesma pode causar. Para ajudar, a máquina de bebidas ainda oferece algumas informações de cada ingrediente usado. São até três ingredientes para criar misturas calorosas, refrescantes, doces e amargas. Todavia, é preciso saber a ordem em que os ingredientes serão adicionados, caso contrário sua bebida poderá ser intolerável. Difícil mesmo é quando o cliente só sabe o nome da bebida, como Teh Tarik, Chá Marroquino ou outros drinques ainda mais sofisticados. Nessas horas, o jogo permite até cinco tentativas para criar a receita correta. Caso você acerte, aparece o nome da bebida ao servir e a receita é guardada no cardápio.

E aí, como fazer uma parada dessas?

É vital que você consiga servir os pedidos corretos para seus clientes, do contrário ele não irá retornar ao seu estabelecimento. Isso tem um impacto direto no andamento do jogo, já que os clientes são os verdadeiros protagonistas aqui.

Um mero espectador

Pode parecer controverso, mas em Coffee Talk o jogador não é o protagonista do jogo, mas sim um espectador. Servir bebidas aos clientes é algo que ocorre de forma bem esporádica. O que o jogador faz em 90% do seu tempo é ouvir a história de sua clientela, o que é perfeitamente comum entre os Visual Novel.

Coincidência?

Dois amigos de longa data que se encontram após um bom tempo distantes. A relação conturbada entre o pai super protetor e uma filha que deseja tornar-se uma idol. Até o policial do bairro que dá aquela pausa para o café após sua ronda. Seriam histórias comuns de qualquer sociedade se não fosse por um detalhe: o jogo em um mundo de fantasia.

Os dois amigos? São um lobisomem e um vampiro. O pai e filha são transmorfos. O policial é humano mesmo, mas várias outras raças estão presentes no jogo. O fato de lidarmos com criaturas fantasiosas tornam as histórias ainda mais interessantes de serem escutadas.

Um vampiro buscando uma fonte vegana de alimentação através de sangue sintético. O lobisomem tenta achar um medicamento legal que ajude a tratar de sua raiva incontrolável durante as noites de lua cheia. Você lida até mesmo com questões de imigração ilegal, quando um ser de outro planeta aparece em sua cafeteria após marcar um encontro em um aplicativo de relacionamento.

Como é, amigo?!

Daí a importância de você servir a bebida correta. Algumas figuras podem aparecer somente uma vez e caso não fiquem satisfeitos com seu serviço, podem não aparecer mais. Além de perder um cliente, o jogador perde a história do mesmo, sem saber qual seria seu desfecho.

Para quem curte uma boa história, Coffee Talk consegue trazer várias bem interessantes em um jogo só. Mas há uma ressalva. A Toge Productions optou por deixar o papel do jogador de lado até demais. Em outros novels, o diálogo entre o jogador e outros personagens é essencial e pode ditar os rumos da história. Aqui não. Você só precisa servir a bebida e largar o controle. Você realizará uma ação novamente quando tiver de servir um drinque.

Sem muito jeito pra fazer uma arte

Isso quebra a imersão e deixa tudo um pouco tedioso. Por mais interessante que as histórias sejam, uma hora a mente cansa de ler tanto diálogo. Volta e meia eu deixava tudo no automático, ia olhar meu celular enquanto não pediam nada. Afinal, não há penalidade caso você demore para entregar o pedido. O NPC irá aguardar pacientemente. Essa com certeza não foi a melhor das decisões.

Gráficos e som

Coffee Talk possui um visual em pixels com personagens que possuem traços de anime. O cenário é sempre o mesmo, a cafeteria, mas é bem detalhado e possui um ar aconchegante. A trilha sonora original é obra de Andrew Jeremy, produtor de Coffee Talk, que no jogo usa o codenome Aremy Jendrew. Em geral, a musica de fundo são bem calmas, lembrando som de elevador.

Perdeu algum detalhe? O jogo salva os diálogos

Infelizmente, a Toge Productions comete o pecado de não localizar o jogo para pt-br, o que torna praticamente impossível apreciar ou entender bulhufas do jogo se você não tiver um entendimento básico dos idiomas suportados, como o inglês, por exemplo.

Opinião

Coffee Talk consegue trazer uma experiência diferenciada ao Xbox One. A Togue Productions mostra como uma bebida quente e um lugar aconchegante podem ajudar a unir indivíduos e embarcar em várias histórias.

Porém, optar por não disponibilizar o diálogo do nosso personagem com os clientes acaba sendo uma decisão controversa. O jogador se torna um mero espectador e eventualmente perderá interesse em só esperar servir o próximo drinque.

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About Author

Aficionado pela cultura geek. Se o cinema é a sétima arte, os games são a oitava. Entrou no mundo dos consoles no NES e desde então vem acompanhando a geração dos games até o Xbox One. Caçador de indies, nas horas vagas tenta ser biólogo.

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