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Análise: Ghost Recon Breakpoint

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A franquia Ghost Recon é desenvolvida pela Ubisoft desde os primórdios do Xbox e traz um currículo enorme e com jogos variados. A franquia já passou por inúmeras fases, mudando a sua identidade para se adequar ao mercado, que muda constantemente de foco. Já tivemos ótimos jogos que focaram seus esforços no modo single player, e com o advento da experiência solo misturada com o multiplayer, estamos embarcando nessa que foi uma das maiores tendências dessa geração.

Em Ghost Recon Breakpoint, a Ubisoft trouxe o que há de melhor no social e uma nova história para sua campanha, prometendo muitas horas de diversão. Além disso, o jogo já esteve envolvido em polêmicas, com a reclamação sobre as famosas microtransações, que segundo a empresa foram retirados por hora.

Será que as reclamações procedem? Será que o jogo vale a pena? Descubra em nossa análise abaixo.

O QUE É SER UM GHOST?

Um Ghost é um soldado de elite que possui atributos acima da média, com anos de treinamento, missões e alguns traumas. Ele se destaca de outros soldados, pois o mesmo nunca levará medalhas ou até mesmo algum tipo de reconhecimento. Ele é um fantasma, talvez nunca alguém saiba ou tenha visto ele, mas ele existe nas sombras da guerra.

Nomad é um veterano que já passou por diversos perigos.

Um soldado capaz de fazer o impossível para concluir a sua missão, nem que isso destrua sua própria vida. A história desse jogo é bem interessante, pois mostra o que acontece com alguns soldados que se questionam se realmente se isso é o certo, ou mesmo o que aconteceria se um deles perdesse o controle, o que faria o melhor se tornar o seu pior inimigo.

HISTÓRIA

O enredo de Ghost Recon Breakpoint se passa no arquipélago de Auroa, que possui um enorme polo de tecnologia. Auroa perde sua comunicação com o mundo externo, e ao mesmo tempo um cargueiro dos EUA é afundado misteriosamente. Os Ghosts partem em uma missão de reconhecimento e são atraídos para uma armadilha, sendo quase totalmente dizimados.

Você é Nomad, um soldado veterano que já passou por inúmeras situações de perigo, sua missão é descobrir o que aconteceu com você e sua equipe, para isso você terá que sobreviver ao maior perigo que você já enfrentou.

Ao contrário do último jogo, onde o jogador era o caçador, aqui você é a caça desde o começo. Então cada passo que você dá, o seu inimigo já está a sua frente. O inimigo se intitula de Wolves, que quer dizer Lobos em Português, e o nome procede, pois esses soldados de elite são o seu pior pesadelo.

Diferentemente do jogo anterior onde lutávamos contra um chefe de um Cartel, aqui temos um Ex-Ghost liderando os inimigos, Walker é ousado e não mede esforços para conquistar seus objetivos. Ele possui um passado com Nomad, trazendo um peso enorme para a trama. A história até seria muito boa, se o jogo não cadenciasse demais ela, e temos um excesso enorme de horas de gameplay que poderia ser aproveitado de outra maneira.

Walker será o seu pior inimigo.

Ao completar algumas missões, Nomad vai recordando algumas coisas do seu passado através de Flashbacks, que dão um toque especial para a história, e ajudam a conhecer mais da relação entre Walker e Nomad.

MUITO PARA SE FAZER, POUCO A SE INTERESSAR

Em Ghost Recon Breakpoint o jogador terá uma campanha extensa, com uma grande variedade de missões, com muitos coletáveis para encontrar e alguns mistérios para resolver. A dinâmica de investigar as pistas, e revelar segredos da história é um recurso bem interessante, e pode aumentar o tempo de jogo, mas pode enjoar, afinal o número de coletáveis é muito grande e desnecessários. Poderiam focar naqueles que realmente são importantes, chega a ser irônico você achar uma pista que leva a outro coletável.

Uma dica importante é usar sempre os pontos de viagem rápida, pois como o jogo possui muitas montanhas, fica difícil se locomover com os veículos terrestres.

Nomad deve buscar respostas.

Algumas missões enrolam para se chegar ao objetivo, com diversos trechos para se concluir uma parte que poderia ser resumida em uma única missão. Isso me desanimou muito, pois em diversas missões eu não aguentava mais rodar em círculos até chegar a uma parte realmente relevante. Viaje do ponto A até o ponto B, depois volte o A, depois vai para o C, ai depois conclua em A. Não tinha necessidade dessa enrolação.

Alguns inimigos conhecidos como Wolves de Elite tem um aspecto bem interessante, mas trazem batalhas que poderiam ser mais elaboradas. Acabam que são apenas inimigos com equipamentos melhores. Até existem missões específicas para eles, mas a subtrama é quase inexistente, forçando o jogador a ler os documentos para descobrir mais desse soldados.

As missões de facções acrescentam mais conteúdo ao jogo, e trazem itens exclusivos. Elas funcionam como missões diárias e semanais, onde existe um tempo para sua conclusão.

A CASA DOS GHOSTS

Após concluir algumas missões, somos levados a um lugar secreto, onde alguns Ghosts se juntaram a uma resistência. Dentro desse local, que mistura natureza e tecnologia, somos apresentados a alguns personagens que farão parte da história do jogo, como a Maria que é a proprietária da loja onde você comprará seus equipamentos. Temos as missões de facção, incursão, PVP e as missões principais. Assim como em The Division, aqui funciona como o QG e área social do jogo, onde o jogador pode inclusive ingressar em uma partida cooperativa com um amigo.

GHOST WAR

O modo PVP de Ghost Recon Breakpoint traz uma evolução do jogo anterior, com partidas rápidas e que utilizam bem o mapa. No jogo anterior, o mapa era muito extenso e com zonas que os jogadores acabavam não utilizando. As classes que são compartilhadas com o modo single player trazem conforto ao jogador, que já conhece bem o seu personagem, com todo o seu equipamento conquistado.

Os modos de jogo são bem interessantes com times de 4×4, com conquista de território, demolição de objetivos e algo parecido com um Battle Royale, onde a zona de jogo no mapa vai diminuindo, fazendo com que o jogador saia da sua zona de conforto.

Os servidores estão com um bom número de jogadores, então facilmente é possível encontrar uma partida e sair jogando. O jogo coloca os status das armas e equipamentos nivelados, para não ter desvantagem nas partidas. Caso o jogador queira sair jogando já no começo, isso é possível graças ao nivelamento, que está bem justo. Outro aspecto interessante é que as habilidades passivas são desativadas, para não haver nenhuma vantagem de jogador para jogador.

Existem configurações de partidas rápidas e de customizáveis, ajudando o jogador a filtrar melhor seus adversários.

Outro ponto importante é que ao completar uma partida, o jogador poderá ganhar equipamentos para serem usados nos modos campanha e PvP, além de experiência e Ghost Points que podem ser usados para comprar equipamentos na loja.

CUSTOMIZAÇÃO INSANA

Um dos pontos positivos de Ghost Recon Breakpoint é a sua customização, onde o jogador através de seu esforço pode deixar Nomad com sua cara. Não digo pelas características físicas, mas pela quantidade de equipamentos que podem ser usados. Você começa com uma pistola, e através de seu esforço vai aumentando o nível do seu equipamento.

Customize seu equipamento do seu jeito.

Os equipamentos possuem classificações como lendário, por exemplo, fazendo o jogador procurar aquele loot maroto. Dá para perder horas e horas durante as missões só procurando o melhor equipamento.

Além disso, os equipamentos podem ser melhorados com peças reutilizadas, que podem ser obtidas ao desmontar armas usadas. Podemos mudar as cores e colocar acessórios que mudam as suas especificações, com os famosos upgrades.

O jogo possui moeda própria, que pode ser gasta na loja da Maria, onde fica o seu esconderijo. Lá o jogador pode comprar novas armas, roupas e acessórios que mudam de tempos em tempos.

Alguns itens podem ser comprados com Ghost Points que são conquistados no jogo ou através de microtransações. Os boosts que davam vantagem aos jogadores, não foram encontrados durante o meu gameplay, mostrando que realmente foram retirados.

Lembrando que todo o seu equipamento conquistado no modo campanha pode ser usado no modo Ghost War, que é o modo PVP.

CLASSES MAIS COMPLEXAS

Outro ponto positivo foi o destrinchamento de classes para dentro do single player de Ghost Recon Breakpoint, onde podemos dar prioridade para as habilidades que mais nos identificamos. Além disso, cada classe possui desafios para subir no seu rank, com desafios que são diferentes para o modo Ghost War.

A árvore de habilidades é imensa e oferece uma liberdade nunca antes vista em um jogo da franquia. Os pontos de habilidades são ganhos a cada level alcançado, e também através de algumas localizações que existem no mapa, onde também é possível encontrar pontos de habilidades que podem ser gastos para o fortalecimento da classe.

Escolha as habilidades que mais combinam com você.

Você perderá horas e horas só administrando suas habilidades, e isso é bem divertido, e que pode ser levado para outros jogos da Ubisoft, como por exemplo Assassin’s Creed que já possui uma arvore parecida.

A VELHA UBISOFT

Infelizmente, tenho que dizer que Ghost Recon Breakpoint possui muitos defeitos, coisas que, inclusive, eu não consigo entender, afinal, o jogo utiliza a mesma engine de Wildlands, então não era para ser tecnicamente pior que seu antecessor em matéria de performance. O jogo possui gráficos bonitos e apresenta uma iluminação interessante, mas carece de polimento, pois o jogo parece ter sido lançado com pressa, trazendo uma grande chuva de bugs.

Erros como ausência de texturas, quedas de frame e má otimização da engine frustram, e até mesmo divertem de tão bizarros. A física está bem prejudicada, com tantos erros que posso fazer um paragrafo citando alguns exemplos, como cair de lugares impossíveis e continuar vivo, ou ficar preso em objetos que podem fazer o jogador morrer e perder sua missão.

Esses problemas bobos me preocupam em relação aos jogos que podem sair no final da geração, como é o exemplo de Watch Dogs: Legion, que possui grandes chances de ser lançado com problemas semelhantes..

Acaba que as empresas estão na zona de conforto, em lançar jogos inacabados e atualizar posteriormente. Algo que considero bem errado, afinal bugs existem, mas não precisam ser dominantes.

JOGABILIDADE

Mesmo com diversos bugs, o jogo é um bom shooter em terceira pessoa, trazendo muita ação e diversão. Existem vários tipos de armas e veículos, que podem ser obtidos durante o jogo, e que também  trazem uma jogabilidade bem parecida com a do jogo anterior.

As armas dão um certo prazer em jogar, afinal fica bem legal testar os calibres, danos e precisão de cada uma delas, fazendo com que o jogador busque o melhor equipamento.

Nomad se prepara para mais uma missão.

Auroa possui diversos tipos de cenários, incluindo montanhas, pântanos e praias. Cada um com um tipo de dificuldade para se locomover, trazendo impacto para a jogabilidade.

Um aspecto que parecia ser o destaque do jogo é a sobrevivência mas foi colocado algo mais simples, como por exemplo a camuflagem, onde o jogador somente se esconde no chão. Poderiam fazer algo mais complexo, com mais opções de camuflagem. Até mesmo a hidratação e fome que poderiam influenciar no status do jogador, ao invés de só obter bônus. Poderiam penalizar o jogador com esses aspectos para dar mais realismo.

SOM E GRÁFICOS

Além dos eventuais problemas que citei, o jogo traz gráficos de boa qualidade, com cenários que mostram uma natureza linda e viva. É possível perder horas só admirando a paisagem. O jogo também possui um modo foto, onde é possível capturar belas fotografias.

Admire o belo cenário.

Como disse anteriormente, o problema de otimização acaba até ofuscando a beleza do jogo, que não é um primor, mas atenderia as expectativas se não fosse tão mal otimizado.

O som está bom, com efeitos que mostram o poder de cada arma. A dublagem também está muito boa, com um ótimo trabalho de localização, trazendo palavras do nosso cotidiano e dando um maior entendimento a história. Mas existem ainda alguns problemas no som, que muitas vezes fica ausente durante a jogatina.

OPINIÃO

Ghost Recon Breakpoint pode ser citado como um dos piores jogos da franquia, que pode até melhorar com futuras atualizações, mas que neste momento está cheio de bugs e falta de polimento. Parece um jogo que foi feito as pressas, só para alimentar a janela de lançamentos antes de mudar de geração. As missões são muito enroladas, com uma trama que fica girando no mesmo ponto, tirando o prazer do jogador conhecer mais da história. Poderiam ser mais objetivas, para dar mais dinâmica ao enredo. Matar os chefes poderia ser mais divertido, se eles fossem melhor trabalhados, com cutscenes e diálogos entre o jogador e o inimigo especial. Acaba que o vínculo com o inimigo não é criado, e acaba sendo muito superficial.

Ainda assim, algumas coisas funcionam, como o ótimo sistema de classes e customização de personagem, que oferece uma grande liberdade para o jogador jogar do seu jeito. A parte social funciona muito bem, onde o jogador pode escolher facilmente o que fazer, desde o menu ou mesmo no esconderijo do jogador. As partidas também são encontradas facilmente, mostrando que o servidor está bem estruturado.

Recomendo comprar em uma promoção, afinal comprar um jogo muito quebrado, e com diversos problemas, com o preço cheio não é justo.

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