Pawarumi é um shooter moderno produzido pela Manufacture43. O jogo se inspira em clássicos do Dreamcast, ao mesmo tempo que busca inovar um gênero.
Confira nossas impressões deste jogo desafiador.
Uma homenagem aos shoot’em up
Um dos gêneros mais populares na década de 1990 era o shoot’em up, os famosos jogos de “navinha”. Facilmente encontrados tanto em consoles quanto em fliperamas, jogos deste gênero eram bem conhecidos por serem extremamente desafiadores.
Infelizmente, o shoot’em up foi perdendo popularidade ao passar dos anos e atualmente poucos estúdios investem nos tais jogos de “navinha”. Mas esse não é o caso da Manufecture43, pois o estúdio Indie lutou e conseguiu trazer Pawarumi via Kickstarter. O jogo em nada deve aos clássicos e ainda traz novas mecânicas interessantes.
O jogador acompanha a história de Axo, uma piloto prodígio em busca de vingança. Com sua poderosa nave Chukaru, ela terá de dar cabo de hordas de inimigos. O enredo é bem clichê, mas cumpre bem seu papel em apresentar uma justificativa para as ações da protagonista.
Brincando com sua sanidade
Pawarumi tem todos os elementos de um ótimo shoot’em up. Controles precisos, boa variedade de inimigos e uma dificuldade elevada. Não demora para que a tela fique infestada de inimigos atirando em todas as direções. Apenas isso já é o bastante para alegria dos fãs do gênero, assim como também fazer os outros jogadores desistirem. Mas a Manufecture43 foi além e criou um esquema “divertido” para aumentar ainda mais o desafio.
A nave Chukaru possui três armas: Serpente Verde, Jaguar Vermelho e Condor Azul. Como o nome sugere, cada arma possui uma cor, assim como seus inimigos. Dependendo da cor da arma usada e do seu alvo, Chukaru ganha um bônus: Escudo, Crush ou Drain. Escudo aumenta o a defesa, Crush o dano causado ao inimigo e Drain a barra de ataque especial. Na prática funciona assim: acerte o inimigo com a mesma cor e ganhe bônus de Escudo (boost), acertar com cores diferentes e ganhe bônus de Crush ou Drain. Não é tão complicado quanto parece, o problema é que a curva inicial de aprendizado é muito grande, mas com a prática logo você acaba dominando esta mecânica.
Porém, é preciso lembrar que o jogo possui uma dificuldade naturalmente elevada. São três dificuldades: Fácil, com apenas 4 estágios, normal e difícil possuem 5 estágios, porém na difícil os inimigos são mais numerosos e os chefes possuem mais pontos de vida. Mesmo na dificuldade normal a parada é tensa. Eu mesmo bati diversas vezes na trave, chegando no último estágio e morrendo logo no início. A quantidade de inimigos e tiro na tela beira ao surreal. Aí você pensa:
“Ainda tem que lembrar o esquema das cores...”
Pois é, em alguns momentos era só o ranger de dentes enquanto rezava para os inimigos acabarem. Mencionei que o jogo não possui checkpoint? Então, 5 estágios parece pouca coisa, mas tentar memorizar cada nível do jogo, inimigos, padrão dos tiros, etc. Acaba que a aventura se torna mais longa até você conseguir pegar o jeito de cada nível. O “lado bom” é que ao chegar em um novo nível, independente de terminá-lo ou não, você libera um modo treino. Assim você não precisa ter que passar por todo o processo e morrer sempre no mesmo lugar por não tê-lo memorizado.
Uma viagem turbulenta
Segundo a Manufecture43, Pawarumi é inspirado em um futuro alternativo pré-colombiano. É como se os Maias, Incas e Astecas tivessem evoluído a ponto de possuir tecnologia espacial. Você consegue ver essas inspirações tanto em Chukaru, quanto em naves inimigas e até nos personagens.
Visualmente o jogo não desaponta e apresenta belos cenários, além de um rock pesado ao fundo, enquanto você está dizimando seus inimigos. O problema começa quando a tela começa a ficar cheia. Você está jogando na sua, concentrado e uma queda brusca de frames acontece. isso pode até não ser um problema para jogos de outros gêneros, mas shoot’em up são frenéticos por natureza, e essa queda de frames pode cortar a concentração do jogador. E convenhamos, não era algo para se acontecer no Xbox One X.
Opinião
Pawarumi é um excelente jogo para aqueles que amam serem desafiados. O sistema de cores é um belo diferencial, que aumenta, e muito, a dificuldade. Junte ótimos gráficos e um rock de qualidade ao fundo e você ganha um Shoot’em up de respeito.
Mas não se pode fechar os olhos para os problemas técnicos do jogo. Apesar de não fazer uso de todo poder do Xbox One X, ainda assim o jogo não roda suavemente. Outro problema é o fator replay. Não há muitos motivos para retornar ao jogo uma vez que você bater os 5 estágios. Talvez melhorar sua pontuação no ranking ou buscar uma dificuldade mais elevada e só.