Não é só de Just Cause que vive a Avalanche Studios, e a empresa possui outros projetos em desenvolvimento. Generation Zero foi um desses projetos que chegou de forma bem tímida, mas que pode ter seu público alvo. O jogo foi lançado em 26 de Março de 2019, e traz uma temática de invasão robô nos anos 80. Lute com até 4 amigos em cooperativo ou jogue sozinho para acabar com a invasão.
Com tantos jogos de qualidade no mercado multiplayer, será que Generation Zero tem algum diferencial para conquistar esse tipo de jogador, que é bem exigente?
UMA DAS MELHORES ENGINES DO MERCADO
Uma nova tendência em grandes produções é usar uma engine própria, e isso vem acontecendo em grandes empresas, com uma estratégia que se mostrou uma boa receita para amenizar alguns problemas. Afinal de contas trabalhar códigos que não foram feitos para seu modelo de negócio custa mais tempo e dinheiro.
A Apex engine é um desses casos, a engine já foi usada em jogos como Just Cause 4 e, agora, no Generation Zero, trazendo uma qualidade gráfica incrível, sem comprometer a performance. Desde Just Cause 4 eu consigo enxergar que o futuro da Avalanche Studios será esta engine, que traz efeitos de iluminação de babar. Fora que a transição de tempo é muito boa e bem implementada.
HISTÓRIA RASA E MEIO PERDIDA
Ao começar a jogar Generation Zero fica claro que o jogo foi feito para o multiplayer, o que também não impede que a história seja melhor explorada. A temática da mistura entre invasão robô e anos 80 daria para seguir em muitos rumos, no entanto o foco foi voltado para o envolvimento entre os jogadores. Não existem cutscenes explicando a história ou mesmo algum dialogo com NPCs. Tudo fica meio sem graça, ao ter que vasculhar casas e alguns prédios para obter mais informações do que aconteceu.
O jogador tem a opção de jogar com amigos, sozinho ou deixar a partida em aberto para outras pessoas integrem a sua partida, o que foi algo que aconteceu comigo. A experiência foi divertida até o jogador ficar para trás e se perder no vasto cenário.
UM MUNDO IMENSO MAS VAZIO
Em Generation Zero temos um mapa imenso, com inúmeras construções, vegetações e estradas que conectam cada vilarejo. Mas isso tudo meio que atrapalhou o jogo, afinal para que apresentar um mapa tão grande se ele não tem vida? Imagine andar por minutos e não encontrar um inimigo sequer? Quando encontramos um inimigo, quero logo abate-lo, pois messmo que seja possível passar por ele se escondendo nas vegetações, a falta de ação nos faz atacar qualquer inimigo que apareça.
Os inimigos tem uma inteligência artificial boa e podem articular estratégias para cercar você. Eles não entram em prédios, então é só ficar lá dentro atirando. Evite chamar muito atenção, pois eles gostam de atacar em bando. Existem poucas variações de inimigos pelo cenário, então você dificilmente será surpreendido.
JOGABILIDADE AMPLA
Generation Zero tem uma jogabilidade muito boa, com poucos botões para decorar. Com alguns minutos você já estará dominando o jogo. A quantidade de munição não é o problema para o jogador, vasculhe cada casa e descubra grandes quantidades de munição. São tantos itens que você terá que se livrar de alguns deles.
As armas possuem upgrades para serem feitos, e podemos colocar surpressor, coronha ou qualquer peça para melhorar seu equipamento.
O jogador também possui skills para aprender, algo que será um trabalho longo pela frente. Você maximiza seu level ao eliminar inimigos e completar missões. Algumas skills são tão importantes que o jogador vai pensar bem antes de escolher, afinal tem que casar com o seu jeito de jogar. Então escolha com sabedoria.
As missões são divididas em opcionais e principais, e você precisa explorar cada canto do mapa para encontrar missões secundárias, que apresentam algumas histórias dos habitantes locais, além de presentear o jogador com itens raros.
SOM E GRÁFICOS
Os gráficos estão com um padrão bem alto, algo que mostrará ao mundo do que a Apex engine é capaz. Caso a empresa distribua a licença comercialmente para outras empresas, teremos mais uma engine para brigar entre as grandes.
O Mundo de Generation Zero é bem detalhado, com objetos que remetem a época em questão. Mais algo que me chamou muito a atenção foi o trabalho bem feito com o mundo aberto, parece que aquele mundo não tem fim de tão grande que ele é.
As armas também são bem feitas com animações muito boas, que aliadas a física de impacto, traz uma alta realidade no impacto de atirar nos inimigos, e faz parecer realmente que você os acertou, algo que alguns jogos deixam a desejar.
O som também é algo fundamental no jogo, afinal como você descobrirá seus inimigos, senão ouvindo seus passos? Generation Zero não possui legendas e áudio em nosso idioma, algo que não fez tanta falta pela ausência de conteúdo narrativo.
OPINIÃO
Se você busca um jogo bem feito para jogar com os amigos e gosta desse tipo de temática, Generation Zero é um jogo para você. Afinal o mercado possui muitos jogos nesse estilo, mas apenas voltados para a temática zumbi. O imenso mapa pode enjoar rapidamente, pois você andará muitos minutos sem matar algum inimigo.
Os gráficos são embalados pela Apex Engine, falei muito dela durante a analise, pois realmente fez toda a diferença. Com ambientes ricos em iluminação, trazendo um peso de AAA para um jogo médio.
A história é rasa e quase inexistente, poderiam ter trabalhado mais esse aspecto com NPCs e algumas cutscenes. Ficar ouvindo áudios e lendo textos para tentar entender alguma coisa é um pouco frustrante.