O bom filho a casa torna, já dizia o velho ditado. Tales of Vesperia: Edição Definitiva está de volta ao Xbox em uma edição remasterizada e cheia de novos conteúdos. Será que este clássico JRPG da Bandai Namco ainda tem fôlego para o público da atual geração? Confira em nossas impressões.

Um mundão para explorar

Em Tales of Vesperia, os humanos de Terca Lumireis criaram uma tecnologia chamada blastia, que é usada para praticamente todas as suas necessidades. Mas a principal função das blastias é para criação de barreiras que cobrem cidades e protegem contra os monstros. A história inicia com o jovem ex-cavaleiro imperial, Yuri Lowell, em busca de um ladrão de bastia da periferia de Zaphias. O que Yuri não esperava é que um simples furto acabaria colocando-o em uma jornada que pode decidir o destino da humanidade.

Assim… tudo começou

Então é dado início a uma das maiores e melhores jornadas que um JRPG pode proporcionar no Xbox One. O mundo de Terca Lumireis é imenso e o jogador poderá explorar literalmente cada pedacinho dele. Terra, mar ou ar, não há limites em Vesperia, e o jogo até incentiva que o jogador explore todos os cenários possíveis. É claro, você pode simplesmente seguir a história principal sem problemas, mas pode perder algumas missões secundárias interessantes, ou até mesmo baús com itens extremamente valiosos.

Um elenco de respeito

A trama de Vesperia não é a mais original do mundo e segue a fórmula da maioria dos JRPGs conhecidos. O protagonista se mete em uma pequena encrenca e quando menos percebe está salvando o mundo de alguma forma. Ainda assim, Vesperia faz umas abordagens interessantes como desigualdade social, racismo e até ambientalismo.

Yuri foi fazendo novas amizades

Mas o que deixa a história de Vesperia interessante é seu elenco. Yuri é um personagem com um forte senso de justiça, não medindo esforços para lutar pelo o que acredita ser o certo. O perigo é que tamanha determinação pode fazê-lo andar por caminhos sombrios. O resto dos personagens são igualmente interessantes, como Estelle, uma jovem aristocrata que desconhece o mundo fora do império e busca sempre ajudar o próximo. Rita, a estudiosa obcecada por blastias. Karol, um jovem que busca mostrar seu valor aos seus companheiros de Guilda.

Até que mal cabia gente na tela

Uma sacada interessante em Vesperia são as resenhas que aparecem ao longo do jogo. Os personagens começam a conversar sobre os mais diversos tópicos. O jogador vai conhecendo um pouco mais sobre cada um deles e, conforme a aventura avança, os diálogos vão ganhando tópicos mais profundos e íntimos. Logo você começa a se perguntar qual ou quando a party terá um próximo diálogo.

Gameplay

Sempre fui fã de JRPGs em geral, mas os que mais me agradavam eram aqueles que optavam pela ação no lugar de batalhas por turnos. Por isso sempre fui fã da franquia Tales. Vesperia não é diferente. Você controla um membro da party enquanto a IA controla os demais. Você pode mudar a estratégia da IA para uma abordagem mais agressiva, defensiva ou equilibrada.

VEM MUNDÃO

Com o personagem que o jogador controla é possível atacar, defender, usar item e Arts. As Arts é o nome para as habilidades que os personagens adquirem conforme vão criando afinidade com a arma que estão empunhando. As armas em Vesperia possuem Arts exclusivas e à medida que o jogador as utiliza, ele a aprende, podendo equipá-la. Assim o jogador pode trocar por uma nova arma e aprender novas Arts.

Os gráficos são de encantar os olhos

É um sistema um pouco confuso no início, mas bem interessante. Você está la no meio da batalha e, do nada, seu jogador aprende uma nova Art. Não só isso, é possível aprender a criar combos de arts diferentes. As combinações são quase infinitas. Você pode estar no level 100 e ainda assim aprender uma Art nova.

O retorno triunfal

Lançado originalmente como exclusivo de Xbox 360, Tales of Vesperia foi uma das manobras que a Microsoft usou para conquistar o mercado nipônico. A série Tales é uma das mais bem conceituadas entre os JRPGs e Vesperia foi responsável por uma boa alavancada nas vendas do Xbox 360 no Japão.

Patty é um dos novos personagens jogáveis

Aproximadamente 10 anos após seu lançamento, a Bandai Namco anuncia Tales of Vesperia: Edição Definitiva. Uma versão comemorativa do jogo com melhorias gráficas e conteúdo inédito no Ocidente, abusando do poder de fogo da atual geração.

Ta fácil pra ninguém

Para nossa alegria, o trabalho feito em Tales of Vesperia: Edição Definitiva é algo louvável. Começar com a resolução nativa em Full HD. Apesar de presentear os jogadores com cenários exuberantes, as cenas não interativas não receberam o mesmo capricho, e você percebe que algumas animações estão bem datadas, lembrando gráficos de duas gerações atrás.

No conteúdo adicional temos a inclusão de Patty e Flynn como personagens jogáveis. Mas eles não são “simplesmente adicionados“, pois existem diálogos e cenas não interativas que foram todos reformulados. O resultado é como se os personagens fizessem parte da equipe original desde o princípio. Como joguei a versão para Xbox 360, a diferença foi nítida. Ficou até difícil imaginar o jogo sem os cômicos encontros com a Patty.

Amigos e rivais

E para nossa alegria, a Bandai Namco fez o dever de casa. Trouxe o jogo com legendas em nosso idioma, muito bem localizadas por sinal. Não foi apenas uma tradução, a equipe se deu o trabalho de trazer vários termos populares, tornando os diálogos bem mais descolados. Isso deveria servir de regra para as grandes publicadoras, que parecem ainda não perceber o valor do mercado brasileiro.

Opinião

Tales of Vesperia: Edição Definitiva mostra o por que é considerado um dos melhores JRPGs para Xbox. É um jogo capaz de proporcionar uma das experiências mais completas dentro do seu gênero. A traz ótimas adições como novos personagens, novas dungeons e novas histórias. Para alegria dos brasileiros, o jogo chega com um excelentíssimo trabalho de localização, mostrando o apreço que a Bandai Namco tem pelo nosso mercado. Para os fãs, é uma ótima homenagem. Para os novatos, um dos melhores jogos para conhecer o mundo dos JRPGs.

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About Author

Aficionado pela cultura geek. Se o cinema é a sétima arte, os games são a oitava. Entrou no mundo dos consoles no NES e desde então vem acompanhando a geração dos games até o Xbox One. Caçador de indies, nas horas vagas tenta ser biólogo.

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