Geralt de Rívia pode ter pendurado as botas, mas o mundo de The Witcher ainda é bastante explorado pela CD Projekt Red. Após lançar Gwent: The Witcher Card Game, a produtora polonesa nos traz Thronebreaker: The Witcher Tales, com uma campanha totalmente original baseada no jogo de cartas. Confira nossas impressões desta nova empreitada do estúdio.
De volta aos Reinos do Norte
The Witcher 3: Wild Hunt é, definitivamente, um dos jogos melhores jogos desta geração. O jogo causou tamanha influência na comunidade gamer, que até um pequeno jogo de cartas fez sucesso. Sim, Gwent era apenas como um minijogo de cartas que acabou se tornando tão popular quanto o jogo em si. Logo, a CD Projekt Red tratou de produzir uma versão própria de Gwent e, agora, chega com uma campanha inédita que levará os jogadores de volta ao mundo de The Witcher.
Thronebreaker: The Witcher Tales coloca os jogadores no controle de Meve, rainha de Líria e Rívia, dois reinos do Norte. Após retornar de uma reunião com os demais reis do Norte, a rainha se vê em uma situação delicada. Seu povo sofre com a má administração de seu jovem filho deixado no comando do reino, e para piorar, uma horda de Nilfgaardianos marcha em direção ao seu castelo. Cabe a Meve colocar ordem na “casa” e expulsar os intrusos.
Você visitará velhos cenários, reencontrará velhos aliados e inimigos da franquia The Witcher, tudo em uma nova perspectiva que fará o jogador ver os Reinos do Norte por um ângulo diferente. Por se tratar de um jogo baseado em um Cardgame, é compreensível achar que a história possa não ser lá muito desenvolvida. Mas estamos falando da CD Projekt Red, criadora de um dos jogos que ajudou a definir a atual geração. Achou que aqui ela não teria o mesmo capricho?
Thronebreaker não deve em nada comparado aos jogos principais de The Witcher. Meve é uma rainha extremamente respeitada pelos seus súditos, sempre buscando ser justa, com benevolência ou com uma mão de ferro. Queria eu que jogos como Magic: The Gathering, Hearthstone e outros do gênero tivessem uma campanha tão caprichada quanto a de Thronebreaker.
Gameplay
Como já mencionado, Thronebreaker é um jogo que tem com base o cardgame Gwent. Aqui, as batalhas são resolvidas em duelos de cartas. As regras são as mesmas, é preciso usar seu baralho para ter um número maior de ataque que o adversário, e aquele que vencer dois rounds sai como ganhador. Poderia ser simples dessa forma, mas a CD Projekt Red fez questão de deixar as coisas ainda mais interessantes.
Seu baralho é seu exército. Diferente do jogo Gwent, onde você simplesmente cria uma carta, em Thronebreaker recursos como ouro e madeira são necessários para criar uma nova carta. Além disso, é preciso ter soldados disponíveis para, então, criar uma nova carta. É como simular o treinamento de um unidade do exército. Você cria carta de arqueiros, espadachins, batedores, e etc, no acampamento de Meve. Os recursos são adquiridos explorando o cenário, vencendo batalhas e completando missões.
Outra bela sacada da CD Projekt Red está nas batalhas de Thronebreaker. Imagine como seria monótono quando um jogador adquirir um baralho com cartas extremamente poderosas, sem dar chance ao inimigo? Para evitar isso, existem batalhas especiais que precisam de requisitos específicos para serem vencidas. Por exemplo, em uma batalha é preciso reduzir os pontos de vida de quatro necrófagos para 1. Eliminou uma unidade? Derrota! Uma delas não ficou com 1 ponto de vida? Derrota! Some isso a um baralho pré definido e temos um verdadeiro desafio.
É a escola perfeita para lançar o jogador para o multiplayer. O jogo te coloca em diversas situações adversas, obrigando-o a raciocinar e descobrir novas formas de vencer o oponente. Dessa forma, você está preparado para os mais diferentes baralhos que um outro jogador possa usar.
Gráficos e Som
O mundo de Thronebreaker tem um dos mais belos visuais que já vi. Os cenários e personagens são bem coloridos e as cutscenes parecem HQs interativas. Cartas especiais possuem uma animação personalizada, tornando-as ainda mais valiosas.
Assim como The Witcher 3, Thronebreaker chega totalmente localizado em nosso idioma. E olha, traz um time com alguns dos mais excepcionais dubladores brasileiros. Gilberto Barolli, o inesquecível Saga de Gêmeos, Mauro Ramos, o Shrek, e outras lendas compõem a equipe de dublagem.
Opinião
Thronebreaker mostra a versatilidade da CD Projekt Red em criar novos jogos. A desenvolvedora conseguiu transformar um pequeno jogo de cartas em um grande RPG. A história é profunda, cheia de reviravoltas e extremamente envolvente. De quebra, o jogador ainda aprende de uma maneira amigável como funciona o cardgame Gwent.