Enfim, The Council recebe seu desfecho, e o quinto episódio do jogo, Checkmate, fecha a história de Louis de Richet na mansão de Lord Mortimer. Será que ao final, temos um saldo positivo? Ou não há salvação para o jogo da Big Bad Wolf? É o que você confere agora.
Fim de Jogo
O quinto e último episódio de The Council, que ganhou o nome de Checkmate, começa em um ritmo alucinante, no qual Louis precisa articular um plano que definirá o futuro do mundo. Para isso, é preciso fazer com que os principais líderes mundiais juntem-se a sua causa.
Aqui, o jogador fará uso de todo conhecimento adquirido durante todos os episódios do jogo. Quase não há consumíveis para achar, obrigando o jogador a pensar bem antes de gastar pontos com uma habilidade. Os diálogos com outros personagens estão bem mais desafiadores. Praticamente não há brecha para o erro. Se errar, você falha em uma discussão e na oportunidade de alcançar o seu objetivo.
Infelizmente, assim como o episódio 4, tudo foi feito as pressas. É conversar com um personagem atrás do outro, completar algum quebra-cabeça e fim. Isso acaba tornando alguns diálogos confusos, ou até totalmente sem sentido. Em um momento acontece uma discussão mais calorosa e ao escolher “sim” ou “não”, todos ficam em paz, como se tudo que ocorreu nos episódios anteriores tivesse sido esquecido. O ponto positivo são os quebra-cabeças, que continuam criativos e bem bolados. Em um deles, por exemplo, era necessário reorganizar as memórias com eventos de todos os episódios em ordem. Uma bela de uma revisão do que ocorrera até aqui.
Quanto ao desfecho do jogo, é algo extremamente mal executado. Por conta das falhas técnicas que vieram se agravando ao longo dos episódios, o confronto final, que deveria ser clímax do jogo, é totalmente arruinado. Os personagens parecem meros bonecos sem vida ou qualquer tipo de emoção. É algo de sentir pena.
O conjunto da obra
The Council teve um ótimo início com seus dois primeiros episódios. Foi uma enxurrada de informação para dar base a uma trama interessante. Imagine um local com as figuras mais importantes do planeta, onde todo o tipo de diálogos mirabolantes poderiam existir? E os elementos de RPG que davam uma nova dinâmica para um gênero que começa a dar sinais de cansaço? A Big Bad Wolf tinha tudo para se tornar a nova Telltale Games. O único ponto fraco eram os problemas de performance, os quais eu acreditava que seriam sanados ao passar dos episódios.
Mas no terceiro episódio as coisas começaram a desandar. A duração dos episódios ficou mais curta, podendo ser fechado em menos de 2 horas! Novas áreas para explorar? Somente uma ou outra foram adicionadas. Além disso, as falhas nas animações dos personagens foram ficando cada vez mais evidentes. A trama pouco evoluía, e poderia ser facilmente contada em três episódios.
Existem pontos que podem ser aproveitados. Como o fato de que escolhas aqui REALMENTE fazerem diferença na trama. Personagens morreram por decisões erradas e aliados me abandonaram. Quando finalizei o jogo, liberei o final “ruim” e somente recomeçando iria conseguir mudar algumas decisões e liberar o final “bom”. Mas ao parar pra pensar nas frustrações que tive, preferi não me dar o trabalho…O próprio final bom não empolga, pelo que pesquisei.
Opinião
The Council certamente é um jogo com ideias bem interessantes. Elementos de RPG, escolhas que mudam o desfecho da história e puzzles inteligentes dão novos ares aos gêneros de walking simulator e point’n click. São elementos que podem ser aproveitados por outras desenvolvedoras. No entanto, o jogo acaba com um festival de equívocos. Além dos erros de animação e desempenho que foram se agravando ao longo dos episódios, a trama foi ficando arrastada, o que talvez seja o maior pecado em um jogo onde o foco é sua história.