Mutant Year Zero: Road to Eden foi revelado para a comunidade no início deste ano sem muitas pretensões. Ambientado em um mundo pós apocalíptico, o jogo promete mesclar aventura com combate tático de XCOM. Confira nossas impressões.
Em busca da Terra Prometida
Em um futuro distópico, a guerra nuclear e as mudanças climáticas tornaram a Terra um planeta quase que inabitável. Mas ainda existem vestígios de seres humanos neste mundo pós apocalíptico, que residem em um último lugar: a Arca. Lar de humanos e mutantes, a Arca serve como refúgio dos perigos que tomaram conta da Terra.
Mutant Year Zero: Road to Eden coloca o jogador no controle de dois mutantes, o javali Bormin e o pato Dux. Uma dupla um tanto excêntrica e com duas personalidades bem distintas. Nossos heróis recebem a missão de resgatar Hammon, principal engenheiro da Arca, e que está com o paradeiro desconhecido. Durante sua busca, Dux e Bormin acabam cruzando caminho com Selma, uma mutante que também está em atrás de Hammon. Selma informa que o engenheiro foi capturado por um culto de psicopatas que acredita que ele seja a chave para o Eden, um paraíso em meio a desolação que o mundo se encontra.
Apesar da trama não muito original, a história de Mutant Year Zero: Road to Eden é bem engajada. Não demora para o jogador criar empatia pelo trio recém formado, que é bem divertido. Durante o tortuoso caminho até Eden, o jogador encontrar figuras ainda mais peculiares, que só enriquecem toda a ambientação
Tática x Exploração
A Funcom é formada por profissionais que já atuaram e jogos como Payday 2 e Hitman. Com uma equipe de respeito, a ideia era mesclar elementos de exploração/aventura com combates táticos ao estilo XCOM. Apesar de um tanto improvável, a ideia foi tão bem executada que pode dar muitos frutos para outros jogos do gênero.
Mas como funciona esse novo sistema? Basicamente, o jogo é dividido em pequenas áreas. Nela, você não só pode, como deve, explorá-las para poder sobreviver aos encontros com os inimigos. Você coleta sucata, armas, armaduras e elementos raros deixados pelo passado. Esses espólios serão usados na Arca para melhoramento de habilidades da sua equipe e das armas.
Beleza, mas cadê a parte tática? Bom, acontece que todos os cenários tem seus perigos. Inclusive, existe um nível recomendado para cada área. Quando você encontra um inimigo ou um grupo, um arco se forma no campo de visão de cada um deles. Ao entrar dentro deste arco, você é descoberto e a batalha se inicia, idêntica aos modos de XCOM. Mas aí que vem o pulo do gato, com a liberdade que temos durante a exploração, podemos esperar que uma unidade se separe das outras o bastante para realizar uma emboscada. Caso o jogador possua armas com silenciadores, a unidade poderá ser abatida sem que o resto do grupo seja alertado.
Pode parecer algo simples, mas é algo que aumenta, e muito, o leque de opções que o jogador poderá tomar. Uma jogada genial da Funcom.
Gameplay
Como já explicado, o sistema de batalhas de Mutant Year Zero: Road to Eden não difere muito da franquia XCOM. Ao entrar em confronto, seja em uma emboscada ou não, iniciará o turno do jogador ou dos inimigos. Cada unidade terá características únicas: quantidade de movimentos, habilidades, pontos de vida, etc.
Ao realizar uma ação, você usará pontos de ação, seja para se mover, atacar, usar consumíveis ou uma habilidade. Cada escolha gastará um número X de pontos de ação. É o padrão dos jogos do gênero, nada de novo por aqui.
O destaque mesmo fica para as habilidades dos personagens, pois você controla mutantes com habilidades únicas. Bornin, por exemplo, é um javali extremamente forte e possui habilidades que podem destruir o cenário ou pode ficar invencível. Já Dux possui ótimas habilidades de franco atirador, sempre causando danos críticos. Seu grupo vai subindo de nível conforme vence cada batalha, liberando assim novas habilidades. Você acaba entrando em um ciclo vicioso onde vai caçando inimigos para subir de nível e tornar seu grupo ainda mais forte.
Gráficos e Som
Apesar de Mutant Year Zero: Road to Eden não possuir gráficos excepcionais, a Funcom compensou com a ambientação do jogo. Explorar as ruínas da civilização humana, os cadáveres onde antes existia uma cidade e a natureza, que está dominando o que é seu por direito. Realmente um mundo pós apocalíptico admirável. Mas, infelizmente, existe um calcanhar de Aquiles. O desempenho do jogo foi um tanto sofrível durante o período de análise. Várias vezes fui levado a tela inicial do Xbox pois o jogo fechava sozinho. A última, inclusive, desligou o Xbox sozinho.
A parte sonora é competente. Os dubladores conseguiram criar uma química entre os personagens, com vários momentos de humor negro. O jogo possui legendas em nosso idioma, mas com alguns deslizes. Vez ou outra alguma fala aparecia em inglês.
Opinião
Mutant Year Zero: Road to Eden foi uma das mais gratas surpresas deste ano. Facilmente o melhor jogo do gênero em 2018. Com uma jogabilidade amigável, personagens carismáticos e um rico mundo para se explorar, os jogadores terão várias horas de jogatina. Uma ótima opção para quem quer conhecer o gênero, podendo ser jogado também através do catálogo do Xbox Game Pass.
Mas ainda assim existem algumas falhas de desempenho e de localização que acabam tirando, mesmo que um pouco, o brilho do jogo.
Clique e confira na Microsoft Store
Vale lembrar que o jogo está no catálogo do Game Pass também: