O gênero Hack and Slash é um tipo de jogo muito popular da galera das antigas, que possuem jogos memoráveis, e que estão entre os melhores games da história. Assim surge a saga Darksiders, com um investimento meio tímido, e com cara de jogo AA. No entanto, com a sua simplicidade, o primeiro jogo conquistou seus fãs, garantindo uma sequência que foi mais ambiciosa em matéria de jogabilidade, mas que não teve a mesma competência do primeiro, trazendo muitos elementos de RPG e perdendo a essência da série. Enfim chegamos em Darksiders III, que mostra o apocalipse pelos olhos de Fury, que é o terceiro cavalheiro.
O game foi desenvolvido em meio a um ambiente conturbado, com muitas decisões de negócio, será que isso trouxe algum problema para ele?
UMA HISTÓRIA COM POTENCIAL
Nos dias de hoje, com tantos jogos sendo lançados, fica cada vez mais complicado trazer uma história original. Muitos tentam mas poucos conseguem criar uma nova franquia relevante, Darksiders conquistou seu espaço com uma trama que tem futuro, mas o grande problema disso é que fica essa expectativa desde o primeiro game, sem muita evolução.
Após trazer a mitologia que é bem explorada, o game vai dando espaço para trabalhar a trama de seus protagonistas. Fury chega nesse game cheia de personalidade, e com uma trajetória que se adapta bem com a trama. Além da história central, temos os conflitos internos da protagonista, que além de lutar contra forças desconhecidas, também precisa se descobrir como Cavaleiro do Apocalipse e ganhar uma razão para lutar.
A luta contra os sete pecados capitais transforma Fury e isso é percebido a cada luta vencida.
No geral temos uma boa história, mas que podia ser mais épica, e alavancar a história da franquia, que está presa desde o primeiro game.
ENGINE ULTRAPASSADA
A Engine de Darksiders III foi o ponto mais fraco do game, por mais que você não seja tão critico assim, e entenda que nem todos jogos devem ser um Red Dead Redemption II. Acredito que com toda tecnologia existente, devemos e podemos evoluir. Nesse aspecto a Gunfire Games deixou a desejar, mesmo usando a Unreal Engine, eles não foram felizes nesse quesito.
Por mais que o gráfico seja meio cartunesco, alguns elementos são feios e parecem feitos para a geração passada. Darksiders III não evolui graficamente e virou um elo do passado, com os erros dele também. Ao jogar para fazer minha analise encontrei diversos erros de otimização, loadings demorados, cenários com iluminação baixa e alguns bugs bizarros, como em um caso que caí infinitamente em um cenário que não carregou.
Acredito que com um investimento maior, tudo isso seria sanado e o game brigaria de igual para igual com outros jogos do gênero. Vamos torcer para que saia um update corrigindo esses bugs irritantes.
BOSS FIGHTS MAIS HARDCORES
O ponto mais alto de Darksiders III são suas batalhas contra os chefes, com muita estratégia baseada no combo de esquiva + golpe, que nem sempre funciona. O game traz um nível mais alto de dificuldade para cada luta, dando aquela sensação de dever cumprido.
A galeria de vilões é ótima, posso até dizer que é a melhor da série. A única coisa que faltou foi um antagonista mais forte, o antagonismo se dividiu muito, dando pouco espaço para se explorar esse tipo de trama.
Os 7 pecados capitais que são caçados por Fury são bem interessantes, e trazem uma visão única de como seria essa personificação de cada pecado.
Com algumas batalhas grandiosas, o game varia entre altos e baixos. Quando você acha que aquele chefe terá uma batalha épica, acaba que é meio decepcionante. Já aquele chefe que parece não ameaçar, fica casca grossa.
NOVAS REFERÊNCIAS QUE MUDAM A JOGABILIDADE
Com todos os problemas de Darksiders III, algo que foi melhorado, e muito, foi a sua jogabilidade. A franquia é mestre em pegar alguns elementos de alguns jogos do mercado, e a maior referência evidenciada é da franquia Dark Souls. Seja no formato de evolução, morreu volta para o portal mais próximo, e perde suas almas (da para recuperar onde morreu), ou pelos chefes e inimigos mais desafiadores.
Esse aspecto deu um charme ao game, pois é mais desafiador, mas também não é impossível, agradando todos os tipos de jogadores.
Os golpes estão cada vez mais brutais, com muitos combos para se explorar, sendo ainda possível combinar as armas do abismo para superar cada oponente. Além dos golpes de cada arma, elas possuem especiais próprios e uma função secundária, onde são usadas para avançar no mapa. Com essas funções, Fury pode andar pela água ou andar embaixo dela, por exemplo. Esse esquema meio Metroidvania faz o jogador explorar bastante o mapa, procurando cada segredo para fortalecer a personagem.
O sistema de progressão é bem simples, junte almas e gaste no próximo portal onde o demônio Vulgrim se encontra. Ali você pode comprar seu próximo level ou itens consumíveis.
Outro personagem que aparece para ajudar a protagonista é um construtor bem conhecido da série, ele fica na forja, e ali podem ser feitos upgrades nas armas.
A enorme quantidade de itens e algumas sidequests dão ao jogador muitas horas de jogo para se divertir.
SOM
Darksiders III não possui áudio em Português, mas possui legendas, oferecendo aos jogadores total entendimento da história. As músicas do game dosam bem cada momento. Explorando bem esse fator para cada cenário onde Fury passa.
OPINIÃO
Darksiders III é uma franquia com um enorme potencial na sua história, mas que se perde em alguns momentos, voltando a estaca zero, por mais que alguns pontos sejam ligados e façam mais sentido. Ficar travado em uma trama que não se desenvolve bem, é meio frustrante.
Foram feitas algumas mudanças na jogabilidade, que o trouxeram para algo mais próximo do primeiro jogo, e com uma dificuldade mais hardcore.
As batalhas contra os chefes dão um charme ao game, além de inúmeros coletáveis e áreas secretas para descobrir.
Mas tudo no jogo perde o brilho por causa de falhas técnicas, fica evidente que as mudanças financeiras ditaram o ritmo da produção, e o game possui falhas que, na minha concepção, são da geração passada.
Espero que a THQ lance uma sequência e que siga a história em diante.