Need for Speed é lembrado nos corações de muitos jogadores, por ser o jogo que facilitou a entrada no gênero de corrida, que futuramente seria tão popular. A franquia se arriscou em muitas vertentes, mas seu grande foco sempre foi o estilo mais arcade, aquele tipo de corrida que vai ao contrário da simulação, por mais que os jogos de hoje busquem a realidade, os jogos de corrida arcade sempre são bem loucos.
GRÁFICOS E SOM
Os gráficos de Need for Speed: Payback são lindos, bem coloridos, fogem um pouco da palheta de cores escuras da versão anterior, a engine Frostbite faz um trabalho excelente, trazendo uma ótima performance com tudo muito detalhado. O cenário em mundo aberto é imenso, acho que é um dos maiores da franquia, o jogo lembra muito o jogo Forza Horizon 2 com desertos vibrantes, canyons… Essa sensação de imensidão é ampliada pela renderização do mapa que é bem otimizada, parece que o mapa é infinito, quanto mais você roda no modo livre, mais descobre novidades, tanto que perdi muitas horas tentando achar os colecionáveis. Vi alguns momentos de queda de frames, mas nada que ocorresse com frequência.
O som é algo espetacular, o ronco dos motores, barulho do turbo, são efeitos sonoros já obrigatórios nos jogos de corrida, assim como o som dos carros batendo, que também é algo bem legal. Mas o que mais me agradou na parte sonora foram as músicas, que vão do rock até o hip-hop mais dançante, o que combina com a atmosfera das corridas, seja um momento mais tenso de perseguição ou aquele momento que você da uma relaxada para tunar seu carro.
Need for Speed: Payback não possui dublagem em português, mas tem legendas que são bem feitas e estão bem sincronizadas. O único problema aqui são os diálogos, pois não dá para acompanhar nas cenas de corrida mais intensas, pois não dá para correr e ler ao mesmo tempo.
UMA MISTURA DE MUITOS JOGOS DE CORRIDA
Need for Speed sempre foi uma franquia que busca a inovação, ou esta perdida? Eu me perguntei isso o tempo todo ao jogar essa edição. Antes de jogar alguns minutos eu tinha uma impressão totalmente diferente do jogo, que parecia ser um jogo mais linear e cinematográfico, focado no enredo. Need for Speed: Payback meio que se perde ao tentar abraçar o mundo, mas os modos não deixam de ser divertidos, cada um tem seu brilho.
Vou falar um pouco de cada um deles, na verdade a melhor definição seria a classe de cada carro, pois dentro de cada classe existem os modos de corrida.
- DRIFT – Os carros que são da classe de drift são pilotados por Mac, são bem curtos e desafiadores. Ultrapasse a pontuação fazendo drifts cada vez mais velozes e cheios de estilo.
- OFFROAD – Mac é o piloto radical da equipe, aqui são corridas pelas estradas cheia de rampas e desfiladeiros.
- ARRANCADA – Tyler Morgan é o protagonista, ele faz as corridas de arrancada, são compostas por corridas curtas, ou sprints que são corridas de uma ponta do cenário a outra.
- FUGA – Jess é a piloto de fuga da equipe, os contratos dela são os de se infiltrar na organização a Casa. Ela faz pequenas entregas e fugas de locais bem perigosos.
- CORRIDA – Tyler Morgan é o cara das corridas, ele entra na briga contra a Casa e participa das corridas mais perigosas, aqui temos circuitos fechados e sprints, mas sempre buscando a velocidade.
UMA HISTÓRIA RASA
Need for Speed: Payback começa mostrando um pouco da sua trama e as motivações do protagonista e da sua equipe com um breve tutorial onde são mostrados alguns estilos de jogo. Passando alguns eventos do começo do jogo, começa a confusão do que é a proposta do jogo, que não deixa de ser divertido, pois aqui temos os melhores modos de corrida, mas achei que as partes cinematográficas são só um complemento, senti que faltou mais de profundidade na história, já que ela está presente.
A história gira em torno da vingança de seu protagonista, Tyler Morgan, ao enfrentar A Casa. Essa organização não brinca em serviço, ela faz de tudo para sempre ganhar as apostas, afinal nos seus cassinos ela sempre ganha.
Morgan é um personagem com poucas expressões, assim como a sua equipe, eles não mostram emoção ao falar de sus vingança, no final das contas é só uma grande desculpa para correr.
AQUELA CUSTOMIZAÇÃO DE SEMPRE
A parte que faz muitos jogadores investirem seu precioso tempo, mas com todo prazer, é a customização. Em Need for Speed: Payback ela é bem tranquila, achei até bem fácil, a ideia de Forza Motorsport foi incrementada aqui, pois ao vencer uma corrida, o jogador ganha cartas para aumentar a performance de seu carro ou pode ir na loja mais próxima e usar o dinheiro do jogo e fazer aquele upgrade maroto. Durante as corridas você usa essas cartas, que fazem parte da sua jogabilidade,.
A customização é estética também. Na garagem é possível dar mais vida ao seu carro, comprando spoilers, saias laterais, entre outras peças, dando aquele visual bem bonito para o seu carro. Existe o compartilhamento de design, assim da para encontrar pinturas bem legais feitas por outros jogadores, e pode até deixar aquela BMW com cara de Need For Speed: Most Wanted.
Algo bem legal que foi inspirado em Forza Horizon é a caça aos carros escondidos, diferentemente de Forza, no qual o jogador acha o carro escondido em Celeiros, aqui o jogador vai achando as peças pelo cenário, algo bem mais desafiador, as peças geralmente ficam em lugares bem escondidos e no alto.
OPINIÃO
Need for Speed: Payback ainda não é a grande volta da série ao estrelato, mas para quem curte rachas e tuning ainda é uma das melhores opções no mercado, mas é engolido facilmente por Forza Horizon que é muito mais completo.
O grande problema do jogo é querer ser tudo ao mesmo tempo, mas não deixa de ser uma boa opção para quem curte um jogo arcade. Eu fiquei um pouco desapontado pelo hype que foi criado, mas estou me divertindo bastante, afinal o jogo tem uma grande quantidade de objetivos secundários pelo seu vasto cenário.