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Análise: 2Dark

Do mesmo criador de Alone in The Dark e pioneiro no gênero survival horror, Frédérick Raynal, 2Dark é uma macabra jornada de furtividade e coragem ao coração da corrupção de uma cidade. Investigue a podridão de Glommywood e descubra o segredo de psicopatas degenerados, fazendo-os pagar por seus crimes.

Será esse um jogo digno do primeiro Alone in The Dark?

Um início trágico

2Dark começa nos apresentando o protagonista Smith, o detetive policial da cidade de Glommywood. Acampando com sua família, seus filhos e esposa saem no meio da noite em busca de lenha para fogueira, enquanto Smith tenta acender o fogo.

Então um grito é ouvido no meio da escuridão, Smith corre para local e encontra suja esposa morte. Ainda sem entender o que acaba de ocorrer, o detetive ouvi gritos de socorro de seus filhos. Ele acaba chegando tarde demais e vê seus filhos sendo sequestrados em um ônibus escolar.

Quinze anos após o trágico evento, Smith continua a procura de seus filhos. Agora obcecado por casos que envolvem sequestro e tráfico de menores, o detetive muitas vezes acaba agindo fora da conduta policial. Devido sua má conduta ele acaba perdendo seu emprego, mas as crianças continuam desaparecendo e Smith sabe que algo precisa ser feito.

Conforme avançamos no jogo, descobrimos a podridão da cidade Gloomywood e um macabro esquema de trafico de crianças. O jogo possui uma história sombria e intrigante que vai segurá-lo até descobrir quem ou o por que desses acontecimentos estarem ocorrendo.

Um jogo que mistura vários elementos

Diferente de suas obras anteriores, Raynal optou por um jogo bem “pé no chão“. Não há monstros ou aparições e sim pessoas “comuns“. O jogo possui bastante elementos de furtividade, sendo a maneira mais prática de prosseguir no jogo.

Você vai querer evitar ao máximo enfrentar seus inimigos de frente, optando sempre por se esconder ou usar um ataque pelas sombras. Smith possui pouca munição para armas de fogo e sua lanterna (ou qualquer outra fonte de iluminação) também possui limite de uso, dando um ar de survival ao jogo. Será necessário ter sabedoria ao usar seus itens.

Ande pela escuridão

O maior inimigo do jogador é a escuridão. Afinal o jogo é “escuro demais” (perdão pelo trocadilho) e ele é responsável pelos momentos de horror do jogo. Seguindo a onda dos jogos de horror contemporâneos em que a diversão é praticamente não enxergar nada, 2Dark bebe bastante desta fonte. Com um grande número de armadilhas espalhados pelo cenário misturado com a escuridão do jogo, a morte é certa.

Mas assim como ela atrapalha, ela também pode ajudar. Se você souber onde fica cada armadilha, basta chamar atenção de um inimigo e se esconder na escuridão perto de uma armadilha para que o mesmo caia nela. É na escuridão também o local mais seguro para se esconder dos inimigos que não tem lanterna.

Jogabilidade

O jogo começa na casa de Smith (que é escura pra caramba?!?!), que é onde o detetive reuni as evidencias e parte para o próximo local a ser investigado. Chegando no primeiro cenário, somos apresentados a um circo abandonado da cidade. Uma pequena aura mostra para onde devemos ir ou um item que temos que coletar para poder avançar. Sua missão é salvar as crianças que estão em cativeiro, coletar evidências que levem ao próximo cenário e consequentemente aos mandantes dos sequestros.

Smith conta inicialmente com um revolver, uma lanterna um maço de cigarro e um isqueiro. Tudo que ele coletar no cenário entra para seu inventário, onde ele poderá combinar ou desmontar itens. Smith também poderá usar algumas armas brancas que encontrar pelo cenário (cutelos, facas, bastões etc), caso fique sem munição ou queira abater um inimigo sem chamar atenção.

Como já mencionado a furtividade é o principal elemento em 2Dark. Smith pode emitir som de diversas formas, sendo batendo em algum objeto, andando e até fumando (forma de salvar o jogo). Assim você pode usar o barulho como um chamariz e enganar os inimigos ou pode ir sorrateiramente pela escuridão do jogo.

Gráficos e Som

2Dark tem uma visão com a câmera em cima do personagem. Os cenários são gerados em 2D enquanto os personagens enquanto os personagens são em um 3D pixelado. A tecnologia usada para gerar os personagens recebe o nome de Soft Voxels.

A visão por cima não foi escolhida a toa. Você tem uma visão melhor do cenário para pensar em qual a melhor forma de investir contra seus inimigos. Ela também permite que você possa assistir em segurança algumas cenas mórbidas como personagens sendo devoras, decapitados etc.

O erro fica por conta dos gráficos escolhidos para o cenário. Por optar em um cenário 2D, mesmo usando a lanterna fica difícil enxergar as armadilhas. As vezes você pode morrer várias vezes na mesma simplesmente por não conseguir vê-la.

A parte sonora do jogo é decente. Destaque apenas para o dublador de Smith, que por sinal é o único personagem que tem falas em todo jogo. O cara consegue dar vida ao personagem.

A surpresa fica por conta do jogo ser legendado em pt-br. Mostrando como o Brasil é relevante até para as pequenas desenvolvedoras de games.

Opinião

2Dark é um ótimo recomeço para Frédérick Raynal. O jogo conta com uma história intrigante, capaz de segurar o jogador. Uma jogabilidade sólida e dificuldade na medida certa, sem ser muito fácil ou muito punitivo. Apesar de ficar devendo no elemento “horror“, o jogo manda bem na questão furtividade e survival.

Apesar de um ótimo jogo, acaba sendo curto e o valor está um pouco salgado.

Seu maior defeito é o uso de cenários 2D, deixando mais difícil de ser distinguir o que realmente estamos vendo. Na pressa para fugir de seus perseguidores, cair em uma armadilha será inevitável.

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