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Análise: Resident Evil 7 – Biohazard

Resident Evil 7 Biohazard introduz um novo protagonista Ethan Winters, que segue as pistas de sua esposa desaparecida até a cidade de Dulvey, na Louisiana, interior dos Estados Unidos. Lá, ele se depara com uma plantação macabra e supostamente abandonada. Ao entrar na propriedade, fica evidente que nem tudo é o que parece ser e que há segredos a serem desvendados. Ethan logo se encontra com os membros da sinistra família Baker, considerados desaparecidos da região há algum tempo.

Será que Ethan conseguirá reencontrar sua esposa? Os jogadores descobrirão as verdades por trás dessa misteriosa trama ao embarcarem nessa assustadora e imprevisível experiência de survival horror.

Um volta as origens que os fãs sempre sonharam

Resident Evil foi meu primeiro contato com o gênero Survival Horror, aquele jogo que te dava angustia de jogar. Sempre gostava de jogar com um amigo, mas curtia mesmo era jogar na madrugada sozinho, onde tinha um total silêncio e do nada tomava aqueles sustos que me faziam pular da cadeira. Joguei quase todos os jogos da série e a vi se tornar um jogo de ação em terceira pessoa. Muitos dos fãs mais hardcore começaram a sentir que a série perdeu o rumo a partir do quinto jogo, pois o quarto trouxe muitas inovações e pra mim é o melhor de todos. Mas o que Resident Evil 7 Biohazard trouxe para satisfazer tanto sua base de fãs e agradar a novos jogadores?

O clima de medo do desconhecido, a sensação de claustrofobia, a fragilidade, tudo nesse jogo foi feito para dar essas sensações aos jogadores. Você precisa poupar munição, itens de cura, o inventário é curto, então você só deve carregar o essencial, o jogador não possui muitas armas, muito menos armas poderosas, a sensação é que mesmo ao utilizar as armas os inimigos são muito resistentes a elas, então você deve ficar no esquema de correr e se esconder. Algumas Boss Battles exigem que o jogador use mais a cabeça do que a força.

A sensação de nostalgia também ronda Resident Evil 7 Biohazard, por exemplo o puzzle da Shotgun que é do primeiro jogo da franquia. Nesse jogo ele existe, mas de uma forma diferente, mas quem é fã logo de cara vê ali um fan service muito legal, os cômodos da casa remetem muito à Mansão Spencer do primeiro jogo, assim como alguns puzzles também são muito parecidos.

A família Baker

Resident Evil 7 Biohazard pega várias referências aos próprios jogos anteriores, mas também pega coisas de filmes de terror e suspense, sendo que o que mais vem a cabeça é o Massacre da Serra Elétrica, onde existe uma família de caipiras esquisita que esconde alguns segredos macabros, algo que se assemelha em muito aos Bakers.

Cada membro da família tem uma personalidade distinta, Jack é muito agressivo e gosta de perseguir por toda a casa, ele é como Nemesis e quando você acha que ele está no chão ele logo volta para te perseguir, e cada vez que você se encontra com ele, ele se torna mais e mais agressivo.

Marguerite é macabra, ela usa o medo e sempre aparece nos cantos mais escuros,  por isso a área onde ela aparece é sempre bem úmida, e cheia de cantos onde ela pode aparecer em qualquer lugar.

Lucas é um lunático que gosta de puzzles e armadilhas. Lembra muito o Jigsaw de Jogos Mortais.

Eveline é o membro mais misterioso da família e Zoe é a filha que aparece mais para frente na história.

Basicamente os Bakers tem personalidades próprias e aparecem por áreas diferente do jogo,  no começo achei que os ambientes eram pequenos por se tratar de uma casa, mas o cenário é bem grande e se revela ao longo da história.

História

A história é dividida muito bem, com todos os pontos amarrados, sendo muiito bem explicada ao longo de todo game, atiçando a curiosidade do jogador e fazendo com que queiramos saber mais da história.

Todos os personagens são bem usados e cada um tem papel importante no jogo. As referências aos jogos anteriores são bem leves com alguns acontecimentos, então não dá para saber se tem uma conexão ou se a trama de Resident Evil 7 Biohazard é paralela, isso me deixou realmente intrigado. Fiquei vasculhando cada canto, para saber cada coisinha da história, existem documentos, fotos, tudo isso para agregar valor a história, não são coisas descartáveis,  como acontecia nos jogos anteriores onde enchiam linguiça com esses artefatos.

Os puzzles inteligentes estão de volta

Curti muito os puzzles (quebra-cabeças), alguns são fáceis e bem repetitivos, mas existe uma parte do jogo que mudou esse ritmo e transformou em uma coisa bem legal, usando questões de lógica e fazendo com o que o enigma pudesse ser resolvido de várias maneiras diferentes para atingir seu objetivo.

Fitas que acrescentam a história

As fitas que são encontradas em Resident Evil 7 Biohazard são de extrema importância , elas ajudam a conhecer melhor a história e o que aconteceu com as pessoas que foram desaparecendo ao chegar na casa dos Bakers, também contam pontos importantes do jogo. Elas são como flashbacks interativos, você assume o papel de outros personagens e tem que passar pelo flashback, assim descobrindo mais da história ou mesmo pegando uma dica do que fazer em seguida.

Que atmosfera, que gráficos

Os gráficos estão top de linha, efeitos de iluminação, sombra… Não percebi serrilhados, nem quedas de frames, roda perfeitamente, bugs também não lembro de ter visto, os cenários são bem diversificados, com áreas internas cheias de detalhes e as áreas externas também são lindas, tudo muito macabro.

As cutscenes também se misturam a jogabilidade, não tirando a imersão do jogador em nenhum minuto, isso faz toda a diferença.

A engine criada para o jogo é muito boa, foi um grande salto desde o Resident Evil 6, sendo um verdadeiro Resident Evil da nova geração de consoles. A Capcom acertou em cheio e para uma franquia que parecia que estava fadada a morte e esquecimento por parte de alguns fãs mais hardcore, ela ganha mais fôlego e garante que pode ter mais continuações, sendo um ótimo recomeço para uma franquia tão amada pelos jogadores.

Jogabilidade

A jogabilidade volta as raízes, com a grande diferença ficando para a visão em primeira pessoa, fazendo a imersão ficar bem maior. Tudo que era a base dos jogos esta lá, pouca munição, inventário curto, baús, poucos pontos de save, as armas no começo são bem básicas mas ao decorrer do jogo isso vai mudando e o jogador vai achando armas mais poderosas, Você também pode ir fugindo de alguns inimigos, mas ao voltar na área vai ter que passar pelo mesmo perigo, então o ideal é matar quem for dar mais trabalho, Dá para matar alguns inimigos com a faca, mas é algo que requer mais trabalho e deixa o jogador mais vulnerável.

As ervas também estão lá, mas curam muito pouco, para melhorar o efeito delas você encontra um composto químico que pode ser combinado para criar um frasco de primeiros socorros que cura a saúde do personagem, esse composto pode também ser combinado com pólvora para criar munição, então você deve administrar bem seus itens. As mochilas também aumentam o espaço do seu inventário, mas isso vai ser de acordo com a evolução da trama.

Conclusão

Resident Evil 7 Biohazard é um bom candidato à jogo do ano, trouxe nostalgia para os fãs antigos da série e tirou aquela sensação de jogo de ação que a série tinha ganhado e que desagradou a tantas pessoas. Compre sem medo, pois o jogo pegou as boas idéias de jogos de terror, e também se renovou para que os novos jogadores não se sintam perdidos, pois não requer conhecimento dos jogos anteriores, mas os fãs de longa data encontrarão diversas referências aos jogos anteriores que garantem um delicioso gostinho de nostalgia. Além disso, ele também possui múltiplos finais, aumentando o fator de replay.

Fiquei muito empolgado com o futuro da série.

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