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Análise: Final Fantasy XV

Final Fantasy XV é um verdadeiro parque de diversões para quem curte um bom RPG com bastante exploração, missões e combates interessantes. Depois de mais de 10 anos de desenvolvimento o jogo supera todas as expectativas e se consagra como um dos grandes RPG do mercado. Na minha jornada já encontrei monstros incríveis, tirei inúmeras fotos, experimentei comidas deliciosas e viajei milhares de milhas com meus grandes amigos, mas a sensação é de que Final Fantasy XV sempre tem muito para oferecer.

Esse novo Final Fantasy é um grande passo para o mundo atual dos games, como diz a frase no começo do jogo ele é “Um Final Fantasy feito para fãs e novatos“. Ele continua sendo um RPG épico e recheado de conteúdo, mas agora o jogo aposta em um mundo aberto em vez de linear e deixa de lado o combate tático para abrir espaço para lutas com mais ação e jogabilidade mais moderna. O resultado é um jogo mais dinâmico e que abre mais possibilidades para expandir o público da franquia, mas sem perder a essência do que é um jogo da série Final Fantasy.

História

A história de Final Fantasy XV gira em torno do jovem Noctis um príncipe de 20 anos, que é o sucessor do seu reino e estava de viagem para encontrar sua noiva e amiga de infância Lunafreya, mas no meio do caminho uma calamidade aconteceu em sua Terra Natal. Ele se vê obrigado a juntar forças para poder reaver o trono de sua família e proteger seu povo. Ele viaja com seus três amigos: Ignis (O intelectual e o cozinheiro da equipe), Gladiolus (O brutamontes que é o guardião do príncipe) e Prompto (O engraçado e atrapalhado fotógrafo da equipe). A dinâmica entre esses amigos, com suas conversas e comportamentos únicos, é a parte mais cativante dessa jornada. Muitas vezes você até esquece do plano de fundo da guerra que está acontecendo e só quer ir atrás de aventuras com seus grandes amigos.

É uma história profundamente séria de amor, perda e amizade que também é incrivelmente boba e leve às vezes, resultando em uma mistura que funciona muito bem. Conforme a história avança, percebemos cada personalidade se moldando e os laços de amizade se tornarem cada vez mais fortes, fazendo o jogador se importar com cada acontecimento e pequena fala que o jogo tenha. Estes não são apenas uns caras que estão lutando juntos para salvar o mundo. Eles comem juntos e brincam. Eles choram juntos. Cada um tem um alimento favorito e um talento especial que ajuda a defini-los. O jogo brilha com força nos diálogos entre Noctis e seus amigos.

Aqui vale lembrar que assistir aos episódios do anime Brotherhood e ao filme Kingsglaive, traz bem mais imersão e profundidade para o jogo.

O que me incomodou nesse aspecto é que a partir do meio do jogo que é quando a narrativa se intensifica e o jogo ganha um aspecto mais linear, os acontecimentos importantes são apresentados de forma apressada e pouco desenvolvida. Faltou um pouco mais de explicações sobre as motivações de alguns personagens importantes. Apesar de ser um final emocionante faltou mais explicação sobre alguns fatos relevantes para a trama.

Jogabilidade

O combate de Final Fantasy XV está delicioso, com diversos combos para fazer com os amigos e uma série de armas e magias para usar em cada inimigo e explorar a fraqueza de cada um deles. Você só controla Noctis, seus amigos agem por conta própria, mas você pode dar comandos para eles te ajudarem com seus ataques especias, quando a barra de ataque estiver cheia. Nosso personagem ataca em tempo real e sua habilidade de realizar combos e deslocamentos rápidos no campo de batalha faz com que as batalhas sejam rápidas e fluidas.

O uso de alguns desses ataques, defesas e esquiva gastam a barra de PM de Noctis, que o deixa impossibilitado de atacar, a recuperação é feita com o tempo, mas uma vez que ela se esgote isso acontece muito lentamente. Para voltar ao combate, precisamos nos esconder atrás de alguma estrutura, usar uma poção ou, caso ainda exista algum vestígio de PM, realizar um um ataque de transição que também recupera essa barra mais rapidamente.

Você ainda pode pausar o jogo para fazer coisas como usar poções, rever seu equipamento e até mesmo criar magias. O sistema de criação é muito divertido, pois você pode criar as mais diversas misturas possíveis, misturando fogo, gelo, eletricidade e os vários itens do jogo, com resultados são imprevisíveis. Além de magias e feitiços, temos também diversos armamentos para a customização dos personagens. Adagas, espadas de uma e duas mãos, armas de fogo, escudos… Ao contrário de Noctis, os outros personagens não podem carregar qualquer arma, cada um possui seu armamento específico.

Outro ponto interessante de Final Fantasy XV são suas árvores de atributos, que ganhou o nome de Ascensão. Para abrir novas habilidades nessas árvores, precisamos de PA, que são pontos de atributo que são adquiridos realizando missões. Além disso, cada personagem possui habilidades especiais fora da área de combate que também precisam ser melhoradas. Noctis, é um exímio pescador, e quanto mais pescarmos, mais sua habilidade aumenta. Prompto é o fotógrafo da turma, que documenta os momentos mais marcantes da viagem, quanto mais fotos tira mais XP ele ganha. Ignis é o cozinheiro, responsável por fazer a comida da turma nos acampamentos, cada comida que ele faz aumenta seu nível na culinária, além disso cada prato adiciona para os personagens uma série de atributos. Por fim temos, Gladiolus, que é o caçador de itens, e quanto maior o seu nível de sobrevivência, mais itens iremos ver no mapa.

Além disso, possuímos dois poderes mais especiais. Armiger que é o poder recebido das armas dos reis, que possibilita a Noctis aumentar consideravelmente as suas capacidades de combate, o tornando mais rápido e forte e capaz de usar continuamente habilidades especiais. Essas armas devem ser encontradas ao redor do mundo.

Outro ataque especial são os famosos Summons, que conferem um espetáculo quando podem ser invocados e possuem um poder devastador. Ele só podem ser invocados quando a batalha está muito difícil de ser vencida, mas isso quem decide não é você, mas o jogo. Apesar dessas criaturas colossais terem um grande impacto na história do jogo, elas são muito pouco aproveitadas nas batalhas. A escolha da Square Enix foi um tanto quanto estranha visto que os Summons são um show à parte e mesmo assim são quase que decorativos no jogo.

O único lado negativo do sistema de combate é a câmera, que alguma vezes fica difícil de controlar, principalmente nos ambientes fechados ou em locais pequenos.

Final Fantasy XV ainda possui um mini game dentro dele chamado Justice Monsters Five, que é um jogo de pinball com vários monstros da série Final Fantasy aparecendo nele. Existem várias máquinas de arcade com o jogo espalhadas pelo mundo do jogo e dependendo da sua pontuação ele irá lhe recompensar com itens únicos.

Por fim, o jogo ainda possui um modo estratégico, que pode agradar aos fãs mais antigos da série. Nesse modo, podemos analisar oponentes e escolher como os enfrentar. Dessa forma, ganhamos tempo para nos adaptar às fraquezas de cada inimigo. Eu usei esse modo apenas para fins de análise, já que o combate em tempo real ficou bem mais interessante. A ideia do modo estratégico é muito boa, porém foi mal executada, ficando muito complexa e dando um ritmo muito lento aos combates.

O mapa 

O mapa do jogo é extremamente vasto e recheado de lugares para serem explorados e descobertos. Você pode ir andando e melhorar o ranking de sobrevivência de Gladiolus. Usar o nostálgico Chocobo, que é bem rápido e quanto mais você anda com ele, ele melhora as habilidades e ainda te ajuda em batalha. Além disso, o bichinho fofo ainda pode ser personalizado com novas cores e assessórios.

Por fim, você pode se deslocar com o Regalia, seu super carro para viajar e se aventurar no imenso mundo de Final Fantasy XV. A melhor parte é que durante as viagens podemos escolher a trilha sonora do rádio e temos a opção de colocar as trilhas sonoras clássicas dos jogos anteriores da série, basta ficar de olho em cada vendedor e ir adicionando novos álbuns. As viagens de carro também são muito interessantes pois desenvolvem os personagens através de seus diálogos, sempre comentando algum acontecimento da história ou deles mesmo.

Vale a pena passar em cada vendedor do jogo, pois eles possuem itens interessantes para venda. Sem falar nos restaurantes, onde você consegue mais missões, informações sobre o mapa e ainda as interessantes caçadas, onde você é imbuído de sair em busca de monstros que tiram o sono dos moradores locais.

Além das missões principais, Final Fantasy XV possui inúmeras missões secundárias, que te fazem explorar ainda mais cada canto do mapa e conhecer lugares incríveis desse novo universo. Essas missões variam bastante e não são obrigatórias, mas te dão muita experiência, itens bons, Gil (a moeda do jogo) e PA. Outro ponto importante é que os personagens não ganham experiência automaticamente eles precisam ir descansar, seja nos acampamentos, hotéis ou trailers para poder ganhar todo o XP acumulado.

Felizmente, após terminar o jogo é possível acessar novos lugares, enfrentar outros desafios e até mesmo continuar fazendo as missões secundárias que havia deixado para trás. O fator replay de Final Fantasy XV é altíssimo, mesmo depois de terminar a história principal, o jogo tem um inúmeros desafios para serem vencidos e descobertos pelos jogadores.

Gráficos e som

Final Fantasy XV possui uma arte muito bonita, com cenários e inimigos que realmente impressionam por seus detalhes, seja na rica arquitetura das cidades até as criaturas colossais que habitam os cenários. Nesse ponto, só não me agradou o trabalho feito nas texturas quando olhamos para os cenários de longe, pois eles parecem sem detalhes e ficam muito simples. Os efeitos de partículas das magias e as cutscenes estão extremamente bem desenvolvidos.

A trilha sonora, composta por Yoko Shimomura, está magnífica e cria o clima certo em cada momento. Sem falar na escolha mais do que acertada de ser possível escutar os temas de outros jogos da franquia enquanto controlamos o automóvel ou quando Noctis usa um MP3 durante sua jornadas a pé. O tema “Stand By Me”, cantado pela super talentosa Florence and the Machine, que é o tema dos amigos, também encaixou com perfeição dentro do jogo.

Final Fantasy XV é o primeiro game da série totalmente legendado em português, permitindo que o jogador escolha entre o áudio original em japonês ou inglês.

Opinião

Final Fantasy XV, consegue entregar exatamente o que você esperaria de uma grande experiência Final Fantasy: uma busca épica, personagens memoráveis, um belo mundo para explorar, visuais impressionantes e trilha sonora caprichada. Ele mistura o progresso ocorrido na jogabilidade dos jogos com a sua legado de contar histórias com arte e música únicas. Além disso o jogo cativa com a dinâmica entre esses quatro amigos. Você pode esquecer até mesmo da narrativa principal, mas não vai esquecer os momentos passados no Regalia ou nos acampamentos. Ele não é um jogo perfeito, mas seu resultado final foi capaz de criar um produto único e especial.

Depois de uma espera gigantesca estou certa de que Final Fantasy XV já valeu toda a ansiedade e impaciência dos fãs acerca do jogo, pois ele está incrível e muito bem feito, com detalhes que vão divertir tanto aos fãs de longa data quanto a quem está começando agora no universo de Final Fantasy.

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