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Análise Especial: Dragon Age 2

Dragon Age 2 prossegue com a narrativa incrível que a Bioware criou para o universo de Thedas, o reino onde ocorrem os acontecimentos da franquia. Agora acompanhamos e vivemos a jornada de Hawke que começa como um refugiado e termina como o Campeão de Kirkwall, sendo capaz de mudar para sempre o destino do seu reino. O jogo continua focando nas escolhas morais e difíceis que precisamos fazer e que mudam o rumo da história, além do seu intrincado sistema de relações pessoais. Apesar de escorregar em alguns problemas de criação de cenários, ele ainda oferece muitas e muitas horas de um imersivo gameplay.

História

A história é toda narrada por seu companheiro Varric, um anão com o dom da escrita e com uma imaginação poderosa. Ele está sendo interrogado e faz uma longa recapitulação da lenda sobre “a verdadeira história do herói de Kirkwall“.

A história está muito boa, apesar de não ter a grandiosidade dos outros jogos. Aqui não estamos defendendo o mundo de sua extinção, mas apenas nossa família e algumas ameaças locais. Isso não quer dizer que a história seja ruim, ela só se apresenta menos grandiosa que a dos outros jogos, mas Hawke vai aos poucos conquistando seu coração, com sua fidelidade aos amigos, cuidado com sua família e disposição de ajudar os outros. Não é um Hero of Ferelden (Dragon Age Origins) ou o Inquisidor (Dragon Age Inquisition), mas tem sua importância.

Senti falta de interligação entre os acontecimentos de Dragon Age Origins e Dragon Age 2. Com a mudança do local da campanha de Ferelden para as Free Marches, as ações do jogador em Dragon Age Origins acabam tendo pouco impacto nesta continuação. O máximo que pode acontecer quando você importa seu save é reencontrar algumas pessoas do primeiro jogo e interagir com elas.

Relacionamentos

O grande diferencial dos jogos da Bioware e algo que é muito importante em todos os Dragon Age são as escolhas morais que ditam os rumos da trama. Precisamos a todo tempo ter que escolher entre diversas respostas possíveis aos mais diversos questionamentos. Essas escolhas moldam e possuem um peso gigantesco no rumo da história.

Além disso, Dragon Age 2 inova com um sistema de afinidade inédito na franquia. Nele, nossos companheiros podem se tornar nossos amigos ou rivais, e esse comportamento influencia o rumo da história e das missões que surgem. Os personagens que rodeiam Hawke o enxergam com amigo, herói, amante e são capazes de dar a vida por ele, para protegê-lo e ajudá-lo em suas batalhas e missões. Seus rivais, não farão muito esforço para ajudá-lo, já que possui alto nível de antipatia pelo protagonista.

Jogabilidade

Dragon Age 2 mostra um estilo de combate frenético e extremamente rápido, às vezes rápido até demais, mas é um prato cheio para quem curte um combate mais dinâmico.

O jogo possui três classes para o jogador escolher:

Todos possuem árvores de habilidades que continuam bem interessantes e permitem personalizar o estilo de combate de cada um.

O sistema de combate com os companheiros continua muito bem desenvolvido. Podemos montar o time de acordo com o estilo de combate que mais nos identificamos, além de usar qualquer personagem das classes discriminadas acima para te acompanhar nas aventuras. Montamos estratégias de ataque e podemos compensar as deficiências de um membro com o ponto forte de outro. Vale lembrar que esses companheiros podem ser controlá-los durante as batalhas diretamente alternando entre eles, mas também podemos usar o menu de táticas e escolher quais habilidades serão usados e em quais situações. O jogo permite que você deixe tudo automatizado, deixando as ações dos personagens nas mãos da inteligência artificial do jogo, mas o ideal é deixar sua equipe com o seu jeito de batalha, além de mais eficiente é uma das boas características do jogo.

Um ponto a se questionar é o fato da Bioware ter simplificado demais o sistema de upgrade das armaduras dos companheiros. Em todos os Dragon Age, precisamos montar parte por parte a armadura de cada um deles, já em Dragon Age 2 compramos apenas upgrades que não mudam em nada o visual deles, apenas melhoram seus atributos de maneira pré-determinada. Pelo menos, não expandiram isso para as armas, acessórios e habilidades, que ainda podemos customizar manualmente.

O combate segue divertido até o final e os inimigos ficam bem mais interessantes e desafiadores, surgindo demônios extremamente poderosos e, é claro, um Dragão Supremo para deixar as coisas mais agitadas, até porque Dragon Age sem dragão não é Dragon Age.

Gráficos

Um dos grandes problemas de Dragon Age 2 é a repetição excessiva e cansativa dos cenários. O problema com os cenários reutilizados se repete até o final do jogo, o que dói no coração ainda mais depois de vermos a grandiosidade da ambientação de Dragon Age Origins. Os cenários são bem detalhados e muito bonitos, mas a sua excessiva repetição cansa, o que transpareceu um excesso de preguiça da Bioware. Iremos nos se deparar até o final do jogo com apenas um modelo para cada ambiente (caverna, túnel, mansão, região costeira…), com sutis diferenças de mapa entre eles. Desta forma, a mesma sala onde você enfrentou a aranha gigante no ato 1 aparece nos atos 2 e 3, mas em outro contexto.

Depois de algumas horas de jogatina você vai ter a impressão de que vai sempre estar fazendo as mesmas coisas, pois vai entrar nos mesmos lugares diversas vezes, só mudando o objetivo, e até mesmo eles podem não variar muito. O jogo está muito lindo, isso é inegável, mas faltou diversidade nele.

O jogo sofre com alguns engasgos chatos na sua performance técnica, alguns travamentos grandes antes de entrar em certos locais, quando estamos próximos de uma área com inimigos ou quando estamos em batalha com muitos inimigos e magias na tela. Porém, nada que impedisse a conclusão de alguma missão.

Conteúdo Extra

Como se trata de uma análise especial, vamos falar do conteúdo extra lançado para Dragon Age 2.

The Exiled Prince

Nesse DLC acompanhamos a saga de Sebastian Vael, um arqueiro de origem nobre, que procura vingança contra o assassinato brutal de sua família. Você tem a opção de ajudá-lo a satisfazer sua sede por sangue e ainda conseguir um possível aliado. Sebastian é um companheiro completo, com sua própria série de missões secundárias.

As missões devem ser realizadas junto com o jogo base e são bem interessantes, nada que tenha impacto na história de Hawke, mas adicionam um bom companheiro, itens bons e também uma linha de narrativa inteligente envolvendo a Chantria, que é instituição religiosa do universo de Dragon Age.

Legacy

O enredo desse DLC explora as relações familiares dos parentes de Hawke antes dele ter nascido. Tudo está situado numa prisão escura e sombria que abriga um mal poderoso. Precisamos vigiar e monitorar a facção dos Anões Mercenários no meio do nada e descobrimos que o sangue de Hawke está envolvido em um ritual macabro que pretende ressuscitar um Darkspawn inteligente chamado de Corypheus. Ele mesmo, o vilão de Dragon Age Inqusition.

Legacy tem praticamente tudo o que se espera em Dragon Ageanões, Grey Wardens, Darkspawn, um antigo mal, e para a nossa alegria um o ambiente totalmente novo. O conteúdo extra vale a apena para descobrir os segredos da família de Hawke, suas origens e mais um pouco sobre os problemas que rodeiam Thedas. Adiciona informações bem interessantes para os fãs de Dragon Age.

Mark of Assassin

Nesse conteúdo extra acompanhamos a saga da Rogue Tallis, que procura Hawke para ajudá-la na busca de uma joia que está em um castelo muito bem guardado no topo de uma montanha em Orlesia. Estaremos no meio da nobreza de Thedas e teremos que lidar com suas normas e festas pomposas.

Algo interessante nesse DLC é um novo e letal tipo de inimigo: o Wyvern, um tipo de monstro gigante. O jogo traz uma linha de quests bem interessantes não apenas para a caça desse inimigo, mas para diferentes questões que envolvem as pessoas desse local. Também temos outros seres sombrios para enfrentar em Mark of Assassin como os Goblins que expelem veneno.

Recebemos uma nova árvore de habilidades com a chegada de Tallis e mais uma série de bons itens. A história segue num ritmo bom e agrada com personagens muito interessantes.

Opinião

Apesar de seus grandes problemas Dragon Age 2 é um bom jogo, que ainda te deixa imerso no seu universo. A franquia Dragon Age sempre oferece a criação de uma história em escala épica de fantasia medieval, em que a jornada do herói é a jornada do jogador. Nesse jogo essa escala é menor, o que é de certa forma frustrante. É legal acompanhar a saga de Hawke na busca para ajudar sua família e amigos e ainda se ver no meio do conflito entre Magos e Templários ou uma briga contra os Qunaris, mas faltou algo maior que unisse todos esses ingredientes. A divisão da história em Atos, onde se passam anos entre eles, ajuda a vermos o crescimento de Hawke, mas deixa a narrativa estranha. Os finais de cada ato possuem desfechos sensacionais, mas as missões entre eles poderiam ser melhor desenvolvidas e conectadas.

Entenda nossas notas

Curioso sobre o mundo de Thedas e todo o universo de Dragon Age? Confira nossas análises especiais (com todo o conteúdo extra lançado para o jogo) de Dragon Age: Origins e Dragon Age: Inquisition.

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