Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é um jogo de Aventura com puzzles e com a atmosfera de mistério do universo de Sherlock Holmes. Desenvolvido pela Frogwares e publicado pela Bigben Interactive, o jogo foi lançado em 13 de Julho de 2016 para Xbox One.
História
A História de The Devil’s Daughter se passa antes dos acontecimentos de Crimes and Punishment, jogo anterior da franquia, e conta com um Sherlock mais novo, ainda desenvolvendo as habilidades pelas quais é conhecido. Contamos também com a presença de seu fiel companheiro Dr. Watson, ambos mais jovens e bem mais detalhados.
Durante o jogo, teremos 4 casos para resolver, que vão de desaparecimento até assassinato, mas nenhum deles tem relação direta uns com os outros. Em meio a esses casos, contamos com um quinto e último que se desenrola nos pequenos momentos de descanso entre um caso e outro.
Logo que começamos o jogo, uma cutscene mostra Holmes sendo perseguido por um caçador, mas não conseguimos ver nada além de nosso detetive correndo para salvar a sua vida.
A partir dessa Cutscene, tomamos o controle de Holmes já em sua residência e com um caso para resolver. Assim começamos o jogo e partimos para nossa investigação.
O jogo
Logo de começo já percebemos uma mudança muito bem vinda em relação ao anterior: as legendas em português (apenas se mudar a língua do console).
Isso se torna algo fundamental, já que o jogo é de investigação e é necessário entender diálogos e pistas, ficando assim bem mais fácil o entendimento e convidativo para aqueles que entendem pouco ou nada do inglês.
Outra mudança é que agora é possível sair do apartamento de Holmes e andar pelas ruas e nelas podemos encontrar os mini games de Tiro ao Alvo, Equilíbrio e Briga, que serão fundamentais no decorrer do jogo.
O Minigame de tiro é auto explicativo: mire e atire.
No de equilíbrio é preciso manter os dois gatilhos dentro de seus respectivos círculos.
O de briga é um minigame em QTE. Aperte o botão na hora certa para desviar dos golpes e desferir socos para nocautear os inimigos.
Para quem jogou Crimes and Punishment, The Devil’s Daughter continua quase o mesmo jogo. Para quem não jogou, as mecânicas são assim:
Quando interrogamos algum personagem, podemos definir um perfil apertando X. A partir desse momento, vamos passando o controle por cada detalhe do indivíduo, desde marcas na pele até sujeira no calçado. Quando passamos o cursor em alguma área de destaque, ele fica amarelo. Ao apertamos A, ele marca aquela observação. Diferente do anterior, agora algumas observações não são automáticas, pois é necessário que o jogador dê a sua opinião sobre o que ele enxerga.
Como exemplo, temos o primeiro personagem, um menino que está com os olhos vermelhos. Devemos escolher entre duas opções: conjuntivite ou choro recente. Caso acerte o perfil do personagem, ele irá aparecer no caderno de Holmes com todas as informações. Se a observação for falha, o perfil do personagem ficará marcado com um texto em vermelho como Impreciso.
Holmes conta com roupas e acessórios que o ajudam em sua investigação. Em alguns momentos é necessário usar a vestimenta certa para conseguir alguma informação, como em um momento que precisamos nos vestir de padre para entrarmos na casa de uma senhora muito religiosa.
Partindo para os casos, The Devil’s Daughter funciona da seguinte maneira: primeiro temos um diálogo inicial com algum indivíduo que tem algo com o capítulo em questão. Depois desse primeiro contato podemos viajar para as localidades em busca de provas.
Mais uma vez temos uma diferença em relação ao título anterior. Quando viajamos, em alguns casos, nossa carruagem não nos leva diretamente ao destino que precisamos. Precisamos buscar nas pistas e com personagens na rua o local exato que precisamos ir.
Tudo que for uma possível prova será mostrada como um círculo branco. Uma vez que o jogador conseguiu todas as informações possíveis, o círculo fica verde e podemos partir para a próxima.
Algumas provas são acessadas a partir de minigames como abrir cadeados, cofres, analisar provas na mesa de Holmes, ouvir conversas. Cada vez que passamos uma, a próxima fica mais difícil.
Holmes também participa de mais ações nesse jogo, como em momentos em que é perseguido, em que briga em um bar e até um momento Stealth em que nosso personagem precisa se esconder dos inimigos e passar despercebido.
Também contamos com a ajuda de outros personagens para nos ajudar a encontrar evidências, como Toby, seu cachorro com um faro apurado; Watson, seu companheiro inseparável
Em alguns momentos Sherlock usa seus “poderes especiais” para rever uma cena como se tivesse vivido o momento. Conseguimos isso com as provas certas e com o poder do nosso personagem. Nesse momento precisamos apertar LB e refazer a cena como interpretamos que ela aconteceu. Selecionamos uma por uma e colocamos para rodar, caso esteja correta, a cena original será mostrada para o jogador.
Os minigames, em sua maioria, podem ser pulados, mas isso estraga a experiência do jogo. Além de algumas conquistas estarem relacionadas a minigames bem específicos.
Ainda nas evidências e pistas, contamos com o talento de Holmes para encontrar pistas escondidas, como fundos falsos, marcas estranhas ou objetos que não estão no lugar que vimos pela primeira vez. Quando tivermos a opção de apertar RB, tudo na tela ficará em preto branco e as evidências ficarão em destaque para uma análise mais precisa.
Após coletar as evidências, podemos apertar Y para ligar uma a outra. Cada ligação correta libera uma parte do mistério do caso. Em alguns momentos é preciso escolher entre duas opções com base no que entendemos do caso.
Quando todas as pistas estiverem juntas, a opção de escolher um culpado fica liberada. Uma cena rápida é mostrada e o jogador terá que fazer uma escolha moral, que geralmente fica entre condenar e absolver.
Ao finalizarmos a escolha, uma tela é mostrada e ao apertar Y é possível ver se a resposta foi a correta e se encontramos todas as pistas. Caso tenha faltado algo ou feito a escolha errada, podemos voltar e mudar o final. Uma vez feita a escolha e aceitado o desfecho, não é possível voltar atrás.
Após a finalização de cada caso, Sherlock volta para o seu apartamento e outro caso vai se desenvolvendo “por fora” e esse é mais um mistério a resolver.
Gráficos e Sons
Os gráficos e ambientações tiveram um salto significativo. Todos os ambientes estão mais ricos em detalhes. As ruas com placas e números, pessoas conversando, tudo com muito detalhe.
Aqui o destaque mesmo fica por conta dos personagens e suas expressões. Quando interrogamos alguém e podemos fazer a análise do seu perfil, vimos o cuidado que tiveram para colocar a maior quantidade de detalhes. Holmes e Watson estão mais jovens e com as expressões bem suaves.
Além disso, a dublagem está melhor e as legendas em português estão boas e em perfeita sincronia.
Conquistas
Para os caçadores de conquista, esse é um jogo relativamente fácil para conseguir os 1000G. Basta terminar o jogo sem se preocupar em perder nenhuma, pois é possível repetir um capítulo se necessário.
As únicas conquistas que são “perdíveis”, mas que estão no começo de seus respectivos capítulos são: ganhar o jogo de Bocha na grama no capítulo 2 e acertar o puzzle das estrelas no capítulo final.
Outras conquistas relacionadas à puzzles podem ser perdíveis, mas são difíceis de perder e conseguimos fazer sem nos preocupar.
Opinião
Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter tenta inovar colocando momentos de ação no jogo, mas acaba falhando nesses momentos e se salva justamente por repetir a mesma fórmula do jogo anterior.
O jogo tem quedas constantes na taxa de frames, muitos bugs gráficos nos personagens e cenários, demora na renderização e travamentos quando o jogo salva automaticamente.
Em uma cena de perseguição, não é possível ver que está caçando Holmes, nem a posição deles. A única coisa que podemos ver é a mira de sua arma que, ao ser disparada, muitas vezes atravessa objetos sólidos, acertando nosso Sherlock.
A liberdade de andar pelos cenários para encontrar o lugar que precisamos ir, acaba não passando a sensação de liberdade. Nesses momentos que encontramos alguns erros como personagens repetidos na rua, dublagem de bêbados que parecem mais gravações de rádio, queda nos frames e lugares que estão abertos, mas que tem paredes invisíveis.
Tirando a parte em que tenta inovar, o jogo permanecer o mesmo é algo bom, pois continua muito divertido e desafiador. Os bugs gráficos não diminuem a diversão do jogo, que é recomendado para aqueles que gostam de puzzles, mistério, os que gostaram de Crimes and Punishment e para os caçadores de conquistas, pois os casos tem duração média de 2 horas e é possível termina-lo em até 10 horas.
Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter ainda não está disponível na Live BR, mas é possível comprá-lo pela Live UK mudando a região do site.