A Bioware já consolidou a sua fama de uma excelente produtora que sabe criar universos incríveis com histórias envolventes e imersivas trazendo o jogador para dentro de seus jogos com maestria.  Mass Effect não foge à regra, o jogo apresenta um universo rico em detalhes e culturas, diálogos muito bem trabalhados e com escolhas extremamente difíceis para o jogador, tudo isso em torno de uma história que vai te envolvendo até o ponto que você não consegue mais se afastar dela. O jogo ainda ousou ao misturar RPG e Shooter e conseguiu uma simbiose perfeita entre os dois gêneros.

A história de Mass Effect pode parecer clichê de início, quando somos apresentados a um vilão que quer dominar o mundo e teremos que ser o herói que irá pará-lo. Mas esse enredo se desenvolve de maneira surpreendente e com uma estrutura de narrativa extremamente inteligente. O universo que a equipe da Bioware criou para o jogo é realmente incrível, por isso vou dedicar um pouco mais de tempo falando dele, mas não me excedendo muito para não soltar spoilers que possam estragar a experiência de quem ainda não jogou.

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Começaremos a viagem acerca da história de Mass Effect voltando um pouco antes do início do que vemos no jogo. A humanidade havia descoberto em Marte um depósito que continha uma certa tecnologia alienígena que permitia que se pudesse realizar viagens longas em pequenos espaços de tempo, isso porque a velocidade empregada na tecnologia era mais veloz que a velocidade da luz. Um pouco depois descobriram que a Lua de Plutão não era uma Lua, mas sim um Mass Relay, um tipo de portal que permite que se façam viagens instantâneas para outros Mass Relays, independentemente de sua distância, basta que eles estejam operacionais. Esse fenômeno ganhou o nome de Mass Effect. Ao ativarem o Mass  Relay, os humanos foram confrontados por uma raça chamada de Turians, que não queriam compartilhar o dispositivo com ninguém. Dessa forma, se iniciou uma guerra que durou três meses e que só foi encerrada quando o Conselho interviu e revelou à humanidade que existiam outras raças e que elas já realizam essas viagens no espaço há milhares de anos. Esse conselho, fica localizado onde está o centro do poder galáctico, a Citadel, e funciona como uma embaixada para representar os interesses de todos no universo.

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Voltando ao jogo em si, estamos no comando de Shepard uma militar de carreira brilhante e muito respeitada por todos. Somos designados a investigar alguns acontecimentos estranhos que estão ocorrendo em alguns lugares e nos deparamos com um Spectre que está traindo o Conselho. Os Spectres são parte de uma organização de elite que opera diretamente sob a autoridade do Conselho. Quando confronta o traidor, Shepard descobre que a ameaça é bem maior do que se imaginava, já que por detrás de tudo estão máquinas que possuem consciências, uma raça chamada de Reapers, que possuem como objetivo exterminar toda a vida orgânica na galáxia. Nosso objetivo é impedir que essa invasão aconteça.

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Quando estamos a bordo da Normady, que é a nossa nave durante no jogo, temos contato com as mais diversas raças existentes no universo, um fato interessante que ocorre ao interagir com nossa tripulação é que podemos perceber o alto nível de racismo e xenofobia existentes entre as raças. Conviver com essas diferenças não é tarefa nada fácil, mas que traz um pano de fundo ainda mais enriquecedor para a trama do jogo, que é afetada por essas intrigas políticas e as questões raciais e culturais de cada povo.

As interações em Mass Effect são muito importantes para a sua trajetória dentro do jogo elas não só expandem sua história como também desenham sua personalidade e seu relacionamento com os demais personagens, que podem se tornar amigos, inimigos e até mesmo um grande amor. Prestar bastante atenção nos diálogos e pensar bem em suas escolhas é extremamente importante em Mass Effect, pois grande parte das escolhas são muito difíceis e algumas delas doem no coração de quem está jogando, algumas delas podem afetar o jogo como um todo.

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Liberdade é a palavra chave em Mass Effect e ela já começa com a criação do seu personagem. A Bioware deixa as escolhas nas mãos do jogador de forma que ele se sinta realmente como Shepard. Você escolhe o gênero, a classe, a aparência do seu personagem e ainda toda a história de vida que ele teve antes do início do jogo.

As classes possuem três características distintas, elas podem ser centralizadas em Combate para aqueles focados em dar muito dano e usar todos os tipos de armas e armaduras, Engenheiro que é focado em invadir sistemas e dispositivos até mesmo de inimigos e Biotics que utilizam os campos de energia do Mass Effect que parecem magias, mas não são a mesma coisa. Cada classe possui vantagens e desvantagens e jogar com cada uma delas traz uma experiência totalmente nova no gameplay.

Mass Effect, como um bom RPG, possui um grande sistema de progressão de personagem, onde se pode evoluir cada habilidade de maneira que ela se adapte ao seu modo de jogo. Você ainda pode trocar seus equipamentos e melhorar a sua eficiência nas batalhas e também a sua aparência.  Lembrando que as melhorias das habilidades de personagem e equipamentos também devem ser feitas em seus companheiros de party para que todos estejam fortes para as batalhas.

O menu do jogo é um pouco confuso e pouco intuitivo, principalmente na parte da administração dos itens. Isso acontece principalmente quando vamos colocar melhoramentos nas armas e armaduras, onde o sistema é bem confuso e também quando temos muitos itens, pois a organização deles é um tanto quanto bagunçada e a viagem pelo inventário pode ficar muito caótica, então sempre que der desmonte os itens que não irá precisar, pois isso vai te render materiais e te poupar tempo quando for melhorar seus personagens.

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Algo que me aborreceu um pouco no jogo foi o seu sistema de tiro, que eu considerei muito travado e lento. Talvez nem seja tanto culpa do jogo, que foi lançado em 2007, mas minha que demorei tanto para jogar Mass Effect e já havia me acostumado com os jogos de tiro mais atuais. As armas não são muito eficazes e muitas vezes nem mesmo mirando direto no inimigo, parece que não estamos infligindo dano neles, mirar é terrível e atirar sem mirar é ainda pior. Ainda bem que um passarinho me contou que o sistema de tiro melhora bastante nos próximos jogos. As armas superaquecem, o que equivale aqui à munição, e  você deve aguardar ela esfriar ou trocar de arma para continuar em combate.

O jogo ainda tem uma qualidade boa de habilidades à serem usadas por cada classe, para que haja equilíbrio entre o poder de fogo das armas e os poderes especiais de cada personagem. Vale lembrar que você tem acesso não apenas às armas e habilidades de Shepard, mas também de seus companheiros. Durante as batalhas você pode acessar o menu de armas e habilidades e escolher qual delas eles deverão usar, o tempo pausa e você pode escolher com calma a estratégia que irá seguir.

A Inteligência artificial dos seus companheiros é bem limitada, mas para a nossa sorte a dos inimigos não é lá muito avançada também, o que equilibra um pouco as coisas.

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Graficamente, Mass Effect possui ambientes bem bonitos e com lugares bem interessantes para serem explorados, seja em mapas abertos ou nos interiores das instalações, principalmente dentro da Normandy, onde tudo está muito bem divido e detalhado. O grande defeito do jogo nesse ponto é a exaustiva repetição de cenários, fato que tira muito da diversão do jogo, pois visitamos o mesmo lugar diversas vezes o que se torna chato com o decorrer do tempo.

Se a Bioware pecou na falta de inspiração em fazer mais cenários para o jogo ela se redimiu na criação e modelagem dos personagens. Eles são muito bem detalhados e com uma variedade incrível e variada de raças, que são muito bem caracterizadas e refletem com maestria a diversidade étnica que existe no mundo de Mass Effect.

Os personagens também passaram por um trabalho incrível de dublagem, onde todos os diálogos do jogo foram dublados dando emoção para todos os momentos. Destaque especial para a incrível dublagem que a versão feminina de Shepard recebeu de Jennifer Hale, que trouxe uma personalidade ainda mais forte para a personagem.  Cada raça possui uma dublagem especifica que a distingue das demais dando ainda mais qualidade à narrativa.

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Não podemos terminar a análise de Mass Effect sem falar de Mako, o carro espacial que nos leva aos mais diversos planetas para que possamos fazer nossas explorações em território hostil. O sistema de direção é um misto de diversão e caos, pois os controles são bem confusos e a física que o jogo apresenta também não ajuda muito, mas também é bem divertido tentar cortar caminhos e levar Mako ao seu limite. O sistema de tiro do carro também não é dos melhores, impreciso e travado como acontece com os personagens.  A ideia de Mako em si é ótima, pois traz mais possibilidades para o jogo, com ele podemos explorar planetas com clima hostil e onde não poderíamos ficar muito tempo andando à pé, pois seu clima é venenoso, e também nos dá uma sensação boa de exploração ao buscar informações em territórios desconhecidos, mesmo que os ambientes também não sejam muito diferentes entre os planetas. Uma boa ideia, mas que carece de mais aprimoramento.

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Mass Effect inicia uma trilogia com uma história envolvente e que traz para o jogador uma experiência singular no mundo dos games. Mesmo depois de tanto tempo após o seu lançamento o universo criado pela Bioware ainda surpreende e encanta, com um bom sistema de RPG, uma narrativa muito inteligente, personagens interessantes e temas que ainda hoje são atuais, como o racismo e a xenofobia. Mesmo que o jogo sofra com a exaustiva repetição de cenários e um sistema de tiro que carece de polimento, a experiência que Mass Effect proporciona o transforma em um título obrigatório para todos os jogadores que buscam jogos inteligentes e com histórias bem desenvolvidas.

Mass Effect está disponível na retrocompatibilidade do Xbox One.

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Entenda nossas notas

Vale lembrar que os três jogos estão na retrocompatibilidade e também estão gratuitos para os assinantes do EA Access. Confira também nossas análises de Mass Effect 2 e Mass Effect 3.

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About Author

Administradora de Empresas, mas apaixonada pelo mundo dos games e pelo Xbox!Fã da incrível e complexa franquia Halo e de seu icônico líder, o Master Chief. Também apaixonada por Dragon Age e seu universo magnífico. Ahhh e quem disse que Dark Souls não é divertido? :DSempre ligada nas notícias e novidades do lado verde da força!

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