Dragon Age possui um universo incrível e cheio de detalhes, com uma narrativa de qualidade ímpar na história dos games. Foi justamente a riqueza e beleza de sua história que me fizeram depois de terminar Dragon Age: Inquisition, ir atrás dos jogos anteriores. Dragon Age Origins foi lançado em 2009, mas segue cativante e com uma das melhores histórias que já tive a oportunidade de vivenciar em um jogo. O RPG da Bioware está cheio de personagens incríveis, ambientes cheios de vida, inimigos desafiadores e quests muito bem feitas, tudo conectado por uma narrativa memorável. Nessa análise especial, vou analisar o jogo e todo o seu conteúdo extra.
A história de Dragon Age Origins mostra em detalhes a guerra travada em Ferelden contra a Quinta Blight e seus malignos Darkspawn que são liderados por um demônio poderoso conhecido como Archdemon, um antigo Deus corrompido. Nesse cenário existem os Grey Wardens, uma ordem poderosa de guerreiros capazes de sentir e combater essa ameaça e que haviam sido banidos de Ferelden décadas antes dos acontecimentos do jogo. No mundo de Dragon Age cada escolha é importante e ela já começa quando você escolhe seu personagem, você pode escolher entre anões nobres, anões sem casta, elfos da cidade, elfos dalish, humanos e magos, cada um possui uma história de origem própria e essas origens afetam a narrativa do jogo. No decorrer do jogo você terá que tomar decisões difíceis que irão afetar todo o mundo ao seu redor e lutar contra a Blight, mas tudo isso a que custo? Muitos sacrifícios serão feitos e nem sempre você agradará a todos. Já podemos perceber que Dragon Age Origins entrega uma história épica, completa e rica em detalhes.
Uma das facetas mais admiradas e elogiadas pelos jogadores são os personagens criados pela Bioware. Em Dragon Age Origins você se sente conectado ao seu personagem de tal forma que se importa muito com o destino dele, os companheiros de viagem também se destacam com personalidades próprias e muito bem definidas. Você terá um trabalho árduo para se tornar amigo de todos eles, pois eles divergem bastante em seus posicionamentos e vai acontecer várias vezes de agradar um e desagradar o restante. Nesse ponto, podemos falar dos romances, uma marca dos jogos da Bioware. Eles são bem complexos e geram uma trama bem interessante e uma conexão ainda mais forte entre o jogador e seu personagem, pois nos envolvemos e nos encantamos com o surgimento e amadurecimento de uma marcante história de amor. Todas essas infinitas opções de diálogos e caminhos que existem para você interagir com a história de forma a influenciá-la com suas decisões e ações, tornam o jogo ainda mais atraente.
A jogabilidade do jogo sempre foi bem elogiada pelos jogadores por se tratar de um RPG que remonta as raízes do gênero, sendo assim o jogo é bem difícil e requer muita estratégia. A escolha da raça e da classe são muito importantes não apenas para o enredo, mas para toda a jogabilidade e estratégia que o jogador deverá seguir adiante. Temos três raças disponíveis (Humanos, Elfos e Anões), três classes (Mago, Guerreiro e Ladrão). Além do seu personagem você será sempre acompanhado por mais três companheiros, que também se dividem entre as três classes do jogo. Você pode controla-los durante as batalhas diretamente alternando entre eles, mas também pode usar o menu de táticas e escolher quais habilidades serão usados e em quais situações. Você pode também deixar tudo automatizado, deixando as ações dos personagens nas mãos da inteligência artificial do jogo, mas o ideal é deixar sua equipe com o seu jeito de batalha, além de mais eficiente é uma das boas características do jogo.
O jogo alterna entre dois tipos de câmera, a tradicional, próxima ao personagem e que favorece o combate em tempo real e a outra mais tática, onde você consegue pausar o tempo e escolher manualmente o comportamento dos seus companheiros, seja para usar uma habilidade, tomar uma opção, atacar um alvo específico ou simplesmente ficar parado. A escolha do uso da câmera tática pode ser deixada de lado durante boa parte do jogo, mas ele é muito importante durante as batalhas mais desafiadoras.
Graficamente o jogo está bem bonito, e mesmo que o jogo te deixe com aquela sensação de que os gráficos poderiam ser mais bonitos, ele supera isso facilmente, entregando uma arte belíssima. Impossível não se encantar com os detalhes de cada localização e dos ambientes diversificados e específicos da cultura de cada lugar visitado. Um dos destaques do seu visual é o seu sistema de iluminação, que dá o tom e o clima certo para cada lugar que a gente explore. Os personagens também estão bem detalhados e sistema de customização é bem abrangente. Também tenho que destacar o efeito das magias, que foram muito bem implementados e dão um espetáculo a parte durante as batalhas.
A trilha sonora de Dragon Age Origins, assim como de toda a franquia é épica. As canções são belas e tocam fundo em nossos sentimentos durante as missões, além disso elas aparecem, na hora certa durante o gameplay dando o clima certo ao jogo. Produzida por Inon Zur, a trilha sonora é uma daquelas que nunca serão esquecidas no mundo dos games.
Quase todos os diálogos do jogo foram dublados, e o trabalho realizado pelos atores foi sensacional, as vozes combinam com os personagens e trazem vida aos diálogos. Minha decepção aqui, fica pelo fato de que o nosso personagem não teve essa dublagem, nós escolhemos a frase e o outro personagem da conversação reage a ela.
Como se trata de uma análise especial, vamos falar do conteúdo extra lançado para Dragon Age Origins. E foram muitos!
Awakening
Esse foi o principal conteúdo extra lançado para o jogo. Ele acompanha os acontecimentos do final da campanha principal e podemos conhecer as consequências das nossas escolhas. A expansão mostra como o Hero of Ferelden está influente pelo mundo, mas essa importância traz muitas responsabilidades além de matar Darkspawn, como as conspirações que crescem em Ferelden. Mas é legal ver nosso personagem tendo que além de ir para a batalha tendo que tomar decisões sociais e políticas como um líder.
Quanto a história, ela foi muito bem conduzida e nos deu mais informações sobre os Wardens e sobre a Blight, tudo conduzido de maneira muito inteligente e te prendendo do começo ao fim. Temos que combater uma nova ameaça dos Darkspawns, que surgem em Amaranthine mesmo depois da Blight ter sido eliminada. Também estamos trabalhando para o fortalecimento da Ordem dos Grey Wardens, a reconstrução do forte Vigil’s Keep, ter que fazer julgamentos de crimes e ainda resolver disputas e intrigas entre os habitantes de Amaranthine.
A expansão traz novas especializações e habilidades, além de equipamentos bem fortes. Iremos enfrentar novos monstros e visitar novos ambientes com artes belíssimas. Ele tem uma ótima duração que pode durar de 15 a 20 horas.
The Stone Prisoner
Onde podemos pegar o campanion Shale, um golem criado nas entranhas das Deep Roads. Bem curtinha, mas com uma narrativa bem interessante.
Warden’s Keep
Bem curtinha mas com uma história bem interessante sobre o passado dos Grey Wardens e como eles foram expulsos de Ferelden. Muito legal tomar o forte de Soldier’s Peek de volta e limpar todo o mal que morava ali. Também possui equipamentos e habilidades exclusivas, além de um baú para armazenar itens.
Return of Ostagar
Muito emocionante reviver os momentos da fatídica batalha em Ostagar e vivenciar momentos de partir o coração. Muito bem desenvolvida e ainda traz equipamentos bem interessante para o começo do jogo.
Leliana’s Song
Uma incrível narrativa voltada para contar mais da história dessa cativante personagem. Gostei muito de poder conhecer mais a Leliana e entender mais da sua vida.
The Darkspawn Chronicles
Essa foi uma que não me agradou! Entendi a ideia da Bioware de fazer o jogador ver os dois lados, mas para mim ficou muito pesado e triste bater de frente com pessoas importantes e queridas por mim durante minha campanha principal e simplesmente ter que matá-las pelo caminho.
The Golems of Amgarrak
Voltamos Orzammar, a pedido do Jerrik Dace, pois seu irmão liderou uma expedição para as Deep Roads para encontrar Amgarrak e os segredos há muito perdidos de construção dos golems e nunca mais voltou. Os jogadores irão encontrar outros companheiros e enfrentar inimigos bem fortes.
Witch Hunt
O conteúdo explora o paradeiro de Morrigan, e podemos saber mais um pouco dela e do que ela anda aprontando depois da batalha final do jogo principal. Foi o conteúdo final de Dragon Age Origins.
Por fim, podemos chegar a conclusão de que Dragon Age Origins abriu com chave de ouro a entrada da franquia no mundo dos games. Podemos sentir o carinho e o empenho que a Bioware teve em lançar um jogo completo e que fosse agradar aos fãs de um bom e velho RPG. Impossível terminar o jogo e os personagens não se tornarem quase íntimos a você, um trabalho que a Bioware faz com maestria em seus jogos. Impossível não ficar encantado com o universo incrível que a Bioware criou. As histórias são riquíssimas e de uma profundidade impressionante. Incrível como durante a narrativa a gente fica tão entregue ao que está acontecendo no jogo.
São poucos os jogos que me trazem tanta imersão e uma experiência realmente profunda de gameplay. Curti muito o jogo, seu gameplay mais tático, porém voltado para a ação, sua trilha sonora soberba como sempre, sua arte incrível e extremamente detalhada e sem falar em uma história incrível e magnífica que te prende desde o primeiro segundo.
Curioso sobre o mundo de Thedas e todo o universo de Dragon Age? Confira nossas análises especiais (com todo o conteúdo extra lançado para o jogo) de Dragon Age 2 e Dragon Age: Inquisition.