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Análise: Child of Light – Era uma vez, um lugar chamado Lemúria

A Ubiart trouxe com Child of Light uma verdadeira pintura para os olhos, o RPG nos encanta com sua belíssima ambientação de conto de fadas. O jogo possui ambientes que parecem pintados à mão, personagens carismáticos, uma narrativa em forma de versos rimados que vão amadurecendo conforme a narrativa avança. A história é bem simples, que facilmente é reconhecida como tantas outras que tratam do mundo dos contos de fadas, mas que te prende pelo mundo encantado e surpreendente de Lemúria.

A história do jogo nos apresenta Aurora, uma princesa que foi retirada do seu mundo, onde era cuidada por seu pai, que a criou por muito tempo sozinho, pois a mãe de Aurora havia falecido. Ela acorda no misterioso reino de Lemuria, onde os habitantes sofrem nas mãos da Rainha da Noite. Assim começa a jornada da linda garotinha de cabelos ruivos para amadurecer e resolver o mistério que a colocou naquele lugar desconhecido. Dessa forma Aurora precisa amadurecer e enfrentar os seus medos para conseguir voltar para casa e ajudar os habitantes desse peculiar reino à ser livrarem do império das trevas.

Aurora aceita a missão de salvar o povo daquele reino distante contra a opressão da Rainha da Noite que roubou o sol, a lua e as estrelas, e colocou os habitantes em um mundo sombrio e triste. No caminho a menina encontrará muitos inimigos e caminhos cruéis, mas ela irá persistir em seu objetivo. A história, apesar de clichê, surpreende pelo nível de imersão que traz ao jogador.

Mas Aurora não estará sozinha, logo no início de sua jornada ela recebe a ajuda de Igniculus, um vaga-lume que fala. Ele é muito útil para iluminar locais muito escuros, ele abre passagens e pega itens em lugares de difícil acesso, coleta MP e HP, tem poder de cura e ele ainda cega os adversários retardando os seus ataques. Mas seu uso não é ilimitado ele possui uma barra que mostra o quanto podemos utilizá-lo. Assim como em Rayman, um segundo jogador pode assumir o comando de Igniculus e ajudar na jornada.

 

Ainda existem mais personagens que se juntarão à Aurora no decorrer da aventura, eles se sensibilizam com a história da menos e seguem seus passos. Eles são muito carismáticos e cada um possui uma característica única de batalha. Rubéola e Tristis curam, Finn manipula os elementos da natureza, Norah realiza buffs, Óengus possui forte ataque físico e Robert é especialista em ataques à longa distância com suas flechas. Uma pena que a aparição deles no jogo se resuma a pequenas falas e aparições nas batalhas quando são escolhidos pelo jogador, poderiam ter sido mais bem aproveitados.

 

A jogabilidade é do clássico RPG com batalhas por turnos. Durante os combates deve se respeita a barra de ataque e espera, que é unificada para todos os personagens do jogo, eles aparecem na barra onde podemos ver quem será o próximo a agir, o que demanda estratégia e muita atenção do jogador, tanto para atacar quanto para retardar o inimigo. Como o sistema permite a troca de personagens, a estratégia de cada batalha varia sempre, o que deixa tudo ainda mais dinâmico.

Os inimigos sempre estão visíveis no mapa, eles não surgem do nada como acontece em alguns RPG’s nesse estilo, você pode lutar ou não ele, e ainda pode tentar surpreendê-lo pelas costas para ter vantagem no começo da batalha. Os únicos inimigos que você não tem poder de escolhas são os bosses que influenciam na história do jogo.

O sistema de evolução dos personagens é bem simples, conforme sobe de nível ganha-se pontos de habilidade que podem ser distribuídos respeitando-se a ordem de cada galho a árvore de habilidades, tanto para abrir novas aptidões quanto para dar upgrade nas que você já tem.

O jogo possui muitas possibilidades de exploração, que é limitada no início do jogo, pois Aurora não pode voar, mas depois que ela ganha essa habilidade tudo fica ainda mais fluido e as possibilidades de locomoção pelo cenário são infinitas. Se dedicar à exploração irá lhe render itens, baús e colecionáveis.

O jogo ainda possui puzzles muito interessantes, principalmente os que você precisará da ajuda de Igniculus para fazer sombras e iluminar os ambientes. No mais os puzzles dão bem simples e tradicionais com o sistema de empurrar e arrastar caixas ou apertar botões. Apesar de tantas nuances na jogabilidade, Child of Light é um jogo simples e agradável de jogar.

Para melhorar suas habilidades em vez de equipamentos temos as pedras chamadas e Oculi. Elas podem ser combinadas para te darem ainda mais pode de ataque, defesa e velocidade, além de te darem vantagens contra determinados inimigos, pois umas são mais fortes contra água, outras contra fogo, outras contra criaturas sombrias.

O jogo possui uma beleza gráfica fascinante. Os cenários parecem pintados à mão e transmitem com maestria todo o clima dos contos de fadas. O jogo é uma obra de arte jogável, cada parte da ambientação é encantadora, nos fazendo parar por muitos momentos para admirar os cenários. Os efeitos de partículas são incríveis assim como os efeitos climáticos no ambiente. Como não se encantar com o balanço dos cabelos de Aurora ao vento?

A trilha sonora acompanha a beleza dos gráficos, as canções são imersivas e profundas trazendo o jogador para dentro da aventura em Lemúria. Sua jornada terá como som ambiente violinos e pianos que são magistralmente orquestrados de maneira poderosa e ao mesmo tempo singela pela canadense Cœur de pirate. As canções emocionam e dão o tom certo em cada parte do gameplay, as batalhas contra os bosses ganham ainda mais grandiosidade, pois as canções ganham vozes de coral.

 

Outro ponto alto do jogo são os diálogos rimados, aumentando ainda mais a sensação de estar em um conto de fadas. O cuidado com a qualidade e coerência de cada verso é incrível. As partes faladas são muito poucas, a narradora entra em ação poucas vezes, mas sempre mantendo o tom poético do jogo, o restante da comunicação é realizada por meio de textos que incluem falas rimadas de todos os personagens do jogo, aumentando ainda mais a imersão com a ambientação e enredo proposto.

Porém, o jogo não oferece grandes desafios, se tornando muito fácil, inclusive contra os chefes do jogo. O jogo passa a impressão de que queria atrair um público que estivesse buscando sua primeira experiência em jogos do gênero. No mais o jogo não é muito desafiador. Outro ponto ruim é a duração do jogo, que é muito curta, nos deixa com gostinho de querer mais de da jornada de Aurora.

Apesar de não ser um jogo muito difícil e desafiador, ele encanta por sua simplicidade. Os cenários e trilha sonora belíssimos, toda a poesia de seus versos, aliada a sua jogabilidade divertida e inteligente fazem de Child of Light uma aventura cativante e inesquecível.

 

 

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